A Força dos Orixás

Força dos Orixás é o quinto episódio da edição de 2023 do projeto “Con(fiar)”, e conta a história de Maria do Rosário Neves, mais conhecida como Dona Preta. Mãe Preta nasceu na cidade de Formiga, Minas Gerais, em 4 de abril de 1939. Sua mãe era de Caburu, como era conhecido o distrito de São Gonçalo do Amarante, pertencente à São João del-Rei. Hoje viúva e aposentada como empregada doméstica, Dona Preta veio morar em São João del-Rei aos 16 anos e reside atualmente no bairro Araçá.

Dona Preta. Foto: João Eugênio Paiva

Dona Preta nos confidencia que a sua vidência teve início aos 10 anos de idade, mas ela só foi compreender a sua missão depois de casada, em seu encontro com Maria Margarida Geraldo e a Umbanda. Para Dona Preta, Maria Margarida foi uma pessoa meiga, de palavra amiga na hora que ela mais precisava. Filha de Xangô, a força dos Orixás também a conduziu ao encontro com o Candomblé e com seu Babalorixá Edmar, com quem tem grandes momentos de aprendizado. A Yalorixá Mãe Preta carrega também a missão de ser benzedeira. Ao seu redor as pessoas cantam, dançam, amam, festejam, rezam, cultuam os orixás, constroem laços de identidade e redes de proteção social.

Mãe Preta carrega as suas origens em seu Ori, e nele estão as suas raízes visíveis e invisíveis. Em seu Ori estão presentes também os genes da resistência e onde o tempo da ancestralidade sedimentou a sabedoria. Seu Ori a orienta e se eleva, porque leva um passado que não passa. Ali nasceram linhas do tempo, fios que se trançam com histórias e memórias contadas neste documentário.

*Ori: numa tradução resumida, significa cabeça em iorubá

As tradições enraizadas das religiões de matriz africana

A “Força dos Orixás” dá continuidade ao projeto Con(fiar) em janeiro, o primeiro mês de um novo ano, onde tudo é recomeço. Nossos desejos são de que os planos e sonhos se tornem reais, que tenhamos dias melhores. Trazemos no coração a esperança de sentimentos mais puros. É um tempo novo pra se viver e rever o que precisa ser melhorado dentro e fora de nós.

Ainda que religiões de origem africana, como o Candomblé e a Umbanda no Brasil, enfrentem o racismo religioso e a demonização pública, muitas das tradições relacionadas à virada do ano estão imersas na ancestralidade da comunidade negra, com origem nas religiões de matriz africana. Todos os anos rituais são repetidos por pessoas da religião e pela população em geral, que muitas vezes desconhecem o significado dessas práticas.

O tradicional uso das roupas brancas na virada do ano, que não é comum em outros países, surgiu com as pessoas das religiões Umbanda e Candomblé, ao fazerem cerimônias em homenagem à Iemanjá – conhecida como Rainha do Mar – na virada do ano, no litoral. Também é comum ver, ao longo da praia, pessoas pulando as sete ondas. Rito, comum principalmente na Umbanda, que consiste em fazer um pedido ou agradecimento a cada pulo, tanto sobre o ano que passou, quanto para o ano que está começando. A utilização dos balaios para presentear as Yabás com flores, ou a entrega das flores diretamente nas águas, é muito comum na virada do ano.

No Brasil podemos afirmar que existe a intolerância religiosa de pessoas que vestem branco no Réveillon, e que um dia foram crianças que buscavam doces na festa de Cosme e Damião, mas que durante o ano atacam as religiões de matriz africana. O que se ataca é precisamente a origem negra e africana destas religiões, numa estratégia racista de demonizá-las, fazendo com que elas apareçam como o grande inimigo a ser combatido. São pensamentos e práticas racistas que denominamos de racismo religioso.

Desejamos que o documentário “Força dos Orixás” contribua para dar a visibilidade e respeito, e para combater o racismo religioso. Todos têm o direito de praticar sua fé com liberdade. Clique aqui, para ter acesso ao documentário e boa sessão!

Con(fiar) – Cultura e Patrimônio no Campo das Vertentes

O Campus Cultural UFMG em Tiradentes e a Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade apresentam a Exposição “Con(fiar) – Cultura e Patrimônio no Campo das Vertentes”, que teve sua abertura no dia 21 de dezembro no Quatro Cantos Espaço Cultural.

A exposição é um desdobramento do Projeto de Extensão Con(fiar), do Campus Cultural UFMG em Tiradentes, que tem o objetivo de conhecer e registrar as trajetórias, os saberes, as memórias e as diversas manifestações culturais dos habitantes de Tiradentes e do Campo das Vertentes.

Confiar é tecer, é acreditar na possibilidade do encontro onde nossas linhas se fortalecem em nós, entre nós. Esse fio da confiança nos ajudou a tecer laços com pessoas que perpetuam ofícios e saberes no Campo das Vertentes. Com elas encontramos aconchego e afeto servidos com uma boa prosa, histórias, confidências e conversa fiada. Estes encontros e conversas foram registrados em curtas-documentários, disponíveis em nosso canal no YouTube, pois, nosso desejo é contribuir com a valorização da multiplicidade de saberes que marcam a região.

Percorremos as cidades e entramos nas casas destas pessoas. A cada encontro nos concentramos na escuta, nas memórias, no valor dado às coisas e ao conhecimento. Valorizamos também as emoções, as pausas, os olhares, as sutilezas da voz, os gestos que também estão presentes nas narrativas. Se “o mais importante do bordado é o avesso”, o Con(fiar) quer conhecer esses avessos, o que está por trás e que passa muitas vezes despercebido.

A Exposição ficará aberta à visitação no Quatro Cantos Espaço Cultural (Rua Direita, 5, Tiradentes) até 25 de fevereiro de 2024, de terça a domingo, de 9h às 21h. Venha conferir!

Serviço

Exposição “Con(fiar) – Cultura e Patrimônio no Campo das Vertentes”
Data: de 21/12/2023 a 25/02/2024 | Horário: terça a domingo, de 9h às 21h
Local: Quatro Cantos Espaço Cultural – Rua Direita, 5, Tiradentes
Entrada gratuita e aberta ao público

Mais informações: (31) 98378 0157

 

Convocatória para seleção de trabalhos no Festival de Fotografia de Tiradentes

O Campus Cultural UFMG em Tiradentes (PROCULT – UFMG), a Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade e o N’Foto – Núcleo de Pesquisa em Fotografia (EBA – UFMG) tornam pública a chamada para seleção de trabalhos que comporão uma projeção noturna a ser exibida no Festival de Fotografia de Tiradentes, em março de 2024.

A mostra tem como objetivo trazer a público a produção em fotografia desenvolvida no âmbito da UFMG, nas disciplinas de graduação e de pós-graduação, bem como em projetos de pesquisa e de extensão. Poderão participar estudantes (ou recém egressos), professores e técnicos-administrativos da UFMG cujos trabalhos inscritos tenham sido desenvolvidos em atividades de ensino, pesquisa e/ou extensão da UFMG.

As inscrições poderão ser feitas do dia 14 de dezembro de 2023 até às 23:59 do dia 1° de fevereiro de 2024.

Para informações completas clique aqui, na chamada de seleção.

Grupo GRASSAR expõe no Quatro Cantos Espaço Cultural

Professores da Escola de Belas Artes da UFMG mostram suas obras na exposição ‘Da casa à paisagem’, no Quatro Cantos Espaço Cultural, espaço do Campus Cultural UFMG em Tiradentes de 16 de novembro até o dia 17 de dezembro. Participam da exposição Andrea Lanna, Daisy Turrer, Elisa Campos, Fernanda Goulart, Liliza Mendes, Roberto Bethônico e Rodrigo Borges, com obras em diferentes materiais e propostas artísticas. A exposição é realizada em parceria com o Festival Artes Vertentes e a entrada é gratuita.

Norteada por instâncias experimentais da arte, esta mostra propõe dinâmicas de intercâmbio e exercícios de pesquisa que atravessam diversas modalidades do conhecimento artístico, sempre abertos às espacialidades e temporalidades do mundo. Tais exercícios conduzem os processos criativos dos artistas, materializando desdobramentos em cada exposição que realizam.

A metodologia do grupo Grassar | ações continuadas em arte é mobilizada por um interesse comum: as experiências espaciais que o encontro entre as obras pode gerar. Na presente exposição, o grupo experimenta a espacialidade doméstica, propondo ampliá-la a partir das relações entre a casa e a paisagem, ou o que, imaginariamente, elas contêm e emanam. A exposição Da casa à paisagem constitui-se como ambiente de interações processuais, a partir de trabalhos que grassam entre si, mas também com a cidade, suas pessoas, arquiteturas, jardins, quintais, montanhas e as diversas subjetividades que os habitam.

Serviço

Exposição “Da casa à paisagem”, do Grupo GRASSAR
Data: de 16/11 a 17/12 | Horário: terça a domingo, de 9h às 21h
Local: Quatro Cantos Espaço Cultural – Rua Direita, 5, Tiradentes
Entrada gratuita e aberta ao público

Mais informações: (31) 98378 0157

Campus Cultural UFMG em Tiradentes seleciona estagiários para Cadastro de Reserva do Setor Educativo

Oficina: Confecção de birutas & Cortejo de encerramento.

Foto: Anna Karina

O Campus Cultural UFMG em Tiradentes torna pública a abertura de processo seletivo simplificado para CADASTRO DE RESERVA de estagiários nas áreas de Pedagogia, História, Arquitetura, Artes Aplicadas, Teatro ou áreas afins destinada a estudantes de graduação.

As inscrições serão realizadas entre o dia 22/11/2023 às 23h59min do dia 30/11/2023, mediante envio dos seguintes documentos: Curriculum vitae atualizado (em que conste telefone de contato), comprovante de matrícula (2023/02), histórico acadêmico e carta de apresentação demonstrando o interesse nas atividades que serão desenvolvidas, para o e-mail campustiradentes@procult.ufmg.br,  exclusivamente.

O estágio é de 20 horas semanais e de forma presencial, por isso, é necessário que o candidato seja morador de Tiradentes ou tenha a possibilidade de deslocamento ou permanência na cidade durante o período de estágio. O valor da bolsa-estágio será de R$700,00 (setecentos reais), e além do valor da bolsa, o estagiário fará jus a auxílio-transporte no valor mensal de R$213,00 (duzentos e treze reais), pago juntamente com a bolsa-estágio.

Para acessar o edital completo clique aqui.

Resultado Final