Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 2 - nº. 6- março 2005

Editorial

Entrevista
Ministro Tarso Genro

Pesquisa e desenvolvimento
A hora e a vez dos Parques Tecnológicos

O Parque Tecnológico de Belo Horizonte
Mariana de Oliveira Santos e Francisco Horácio Pereira de Oliveira

Ciência e Tecnologia
Da "prateleira" da academia para o mercado

Propriedade intelectual e transferência tecnológica
Sérgio Oliveira Costa e Juliana Crepalde

Educação
Celeiro pedagógico

Entre a pesquisa e a ação, o desafio pedagógico
Magda Becker Soares

Inclusão
Os esquecidos da Terra

Patrimônio
Ontem, hoje e sempre

Contando pedra e cal

Saúde
Rede virtual, saúde real

Excelência na prática médica
Ênio Pietra

Saúde Pública
Homem/bicho/homem,
a cadeia alimenta
r

A multiplicidade do Hospital Vterinário
Cleuza Maria de Faria Rezende

Arte e Cultura
Quatro festivais décadas

O Festival de Inverno da UFMG
Evandro José Lemos da Cunha

UFMG Diversa
Expediente

UFMG em números

Outras edições

 

Artigo

O Festival de Inverno da UFMG

Evandro José Lemos da Cunha
Diretor da Escola de Belas Artes da UFMG

Principal evento cultural promovido pela UFMG ao longo dos últimos 30 anos, o Festival de Inverno pode ser considerado uma das maiores atividades extensionistas universitárias do País em expressão e poder de inovação nas artes, além de exercer inquestionável papel na integração da Universidade com a sociedade.

Não deixa de ser instigante o fato de o Festival de Inverno da UFMG ter mais de três décadas de realização sem interrupção, num país onde os projetos culturais têm, na maioria das vezes, uma curta sobrevivência e caráter não-perene.

Maria do Céu Diel

O Festival de Inverno nasceu em 1967, a partir da iniciativa de artistas e professores da Fundação de Educação Artística de Belo Horizonte e da Escola de Belas Artes da UFMG, concebido e desenvolvido com características que permanecem até os dias atuais – programas de informação (cursos, conferências, mesas redondas) e de produção (oficinas, espetáculos, projetos), associados a propostas culturais práticas e de reflexão, que buscam, na arte contemporânea a motivação de um trabalho renovador.

Com base em uma fórmula simples de trabalho, a proposta do Festival de Inverno tem resultado na garantia de um espaço importante de reformulação cultural e artística – em um primeiro momento, por seu caráter experimental e, posteriormente, por priorizar ações interdisciplinares, que possibilitam uma rica convivência profissional entre artistas e pensadores das artes.

Tal forma de estruturação favorece o desenvolvimento de uma dinâmica própria nas ações do ensino da arte, em que prevalece, harmonicamente, a articulação entre a teoria e a prática. Esse aspecto fez com que o Festival de Inverno se consolidasse como um espaço moderno e sempre atual na constante busca do debate e da produção de processos criativos nas artes.

Este é, sem dúvida, o perfil mais marcante do evento: centrar esforços na criação de produtos e processos artísticos que possibilitam um elo sólido entre os participantes do Festival, que têm a oportunidade de passar de uma atitude de meros consumidores culturais – característica comum a vários festivais na atualidade – à condição de realizadores e produtores artísticos.

Essa configuração imprime ao Festival da UFMG um papel libertário e comprometido, criticamente, com o saber cultural, o que tem atraído artistas, professores e estudantes de todo o País que buscam de novas ações na criação, na pesquisa e na reflexão e uma experiência artística compartilhada.

O caráter flexível do Festival de Inverno da UFMG favorece sua adaptação a uma nova linguagem articulada, em sintonia e capaz de dialogar com os múltiplos e novos interesses da sociedade. Sua formulação experimental – que conjuga interesses regionais, nacionais e internacionais e favorece o debate, a reflexão e a vivência de novas experiências em artes para todos aqueles que dele participam – tem possibilitado a democratização da informação cultural gerada pelo viés do Festival em todos os espaços educacionais e culturais da sociedade.