Uma montanha de livros
Com identidade própria e reconhecimento pela qualidade de suas publicações, a Editora UFMG chega aos 16 anos participando do mercado como uma das mais importantes editoras universitárias do País e lançando-se numa política que vai além dos seus muros. Os títulos que distinguem e dão projeção às produções locais nunca deixarão de ser prioridade, mas, afirma o diretor Wander Melo Miranda, é necessário buscar um equilíbrio com obras de autores de fora da UFMG.
Osvaldo Afonso |
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Editora Ufmg coloca nas prateleiras de sua loja no campus Pampulha, em média, 40 títulos novos a cada ano |
É com esse intuito que a Editora UFMG investe cada vez mais na divulgação de suas publicações, participando de feiras e encontros acadêmicos. Este foi o terceiro ano em que ela esteve presente na Bienal do Livro, em São Paulo, e agora se prepara para integrar as feiras dos livros em Frankfurt am Main (Alemanha) e em Guadalajara (México). “O retorno institucional e de vendas é muito bom”, assinala Miranda, destacando que, trabalhando em nichos de mercado diferenciados, a Editora conseguiu impor-se. “Vendemos hoje mais do que muitas outras editoras que estão no mercado há mais tempo do que nós”, assegura Miranda.
Atualmente, a Editora UFMG publica, em média, quarenta títulos por ano e tenta abranger diferentes áreas do conhecimento. Segundo o diretor, a intenção é ampliar o leque de tipos de publicações, ainda que algumas áreas, como a de Humanas, acabem se sobressaindo no conjunto. “Isso é normal, porque é também a área de maior produção científica na Universidade”, ressalta Miranda. Ele lembra que a diversificação está inserida num contexto que busca sempre a qualidade do texto e o interesse geral pela obra.
Além de coleções tradicionais, como Aprender, que publica textos didáticos e paradidáticos auxiliares no processo de ensino e aprendizagem, ou Humanitas, com publicações de ensaios nas áreas de Ciências Humanas, Letras e Artes, a Editora UFMG busca projetos especiais. Já publicou, por exemplo, Imagens do Grande Sertão, numa edição comemorativa dos 90 anos de Guimarães Rosa e dos cinco anos de morte do artista plástico Arlindo Daibert, autor da obra, e também Henriqueta Lisboa, poesia traduzida, em homenagem ao centenário da escritora.
De julho a outubro, a Editora estará com 23 novos títulos. Miranda ressalta que a importância da UFMG no mercado editorial pode, também, ser medida pelas inúmeras reimpressões que estão sendo feitas e, ainda, pelo aumento das tiragens das publicações recentes. A atualidade dos temas é uma preocupação que encabeça novos projetos, diz o diretor. Onde está a democracia, uma coletânea inédita de cartunistas brasileiros, será, por exemplo, uma das contribuições da Editora para o debate político eleitoral.