Discussões sobre tríade “ensino, pesquisa e extensão” e difusão do saber acadêmico marcam primeiro dia do II Conexed

A discussão sobre as práticas e a importância da extensão no ensino superior a distância, proposta pela segunda edição do Colóquio de Extensão Universitária na Educação a Distância, foi aberta na manhã de hoje, 6, no auditório da Escola de Belas Artes no campus Pampulha.

Na cerimônia, o diretor do Caed, Wagner Corradi, Claudia Mayorga, pró-reitora Adjunta de Extensão UFMG, o diretor da escola de Belas Artes, Cristiano Gurgel Bickel, e Fernando Fidalgo, coordenador do Núcleo de Pesquisas em Educação a Distância do Caed, destacaram a responsabilidade da universidade em difundir o conhecimento acadêmico para além de seus muros e a importância da extensão para a formação dos alunos.

Discussão da prática

A programação do colóquio, que se estende até amanhã, 7, apresentou quatro mesas-redondas. A primeira do dia, “Indissocibilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão”, foi mediada pelo diretor Wagner Corradi e composta pelas pesquisadoras Maria Isabel da Cunha, professora da Universidade Federal de Pelotas, e Jussara Bueno de Queiroz Paschoalino, docente na Universidade Federal do Rio de Janeiro e ex-coordenadora do programa de extensão do Caed Aproxime-se.

O tema da mesa faz referência a um trecho da Constituição de 1988, que aponta para o dever das universidades em agregar os três pilares da produção de conhecimento como princípio. Essa perspectiva histórica da extensão universitária foi contextualizada na fala da professora Maria Isabel, que explicou que, após o fim do regime militar no país, a educação se afastou da visão tecnicista e começou a focar na influência e responsabilidade sociais da Universidade.  “A universidade pública, que é financiada por todos, deve servir a todos”, apontou a professora.

Para Maria Isabel, a modalidade de educação a distância possibilita que as questões sociais cheguem com mais consistência nas discussões acadêmicas e que a extensão cumpra um de seus papeis fundamentais, a reflexão sobre o fazer profissional. Nas palavras da pesquisadora, “na EaD, com horários mais flexíveis, muitas vezes trabalhamos com alunos que já têm prática na área que estão estudando”.

A professora Jussara Paschoalino deu continuidade à mesa-redonda apresentando suas experiências como coordenadora do projeto Aproxime-se, que organiza atividades culturais e científicas nos municípios onde são oferecidos os cursos do Caed. “Cada bolsista tinha que trazer perguntas sobre problemas que percebiam em suas cidades”, relatou. “A experiência do Aproxime-se conseguiu ultrapassar os muros da universidade, não com conhecimento messiânico, mas com o saber construído coletivamente”, frisou Jussara.

Aproxime-se

As experiências bem-sucedidas do programa de extensão Aproxime-se foram o tema da discussão e do documentário apresentados na segunda mesa redonda do dia. O professor Fernando Fidalgo, coordenador também dos cursos do Observatório Nacional do Sistema Prisional oferecidos pelo Caed, apresentou aos participantes os diferentes projetos que integram as atividades do Aproxime-se nos municípios de apoio presencial e chamou a atenção para a necessidade de se pensar na criação de programas de extensão para além desses polos. “Precisamos criar a extensão a distância, que ainda não fazemos. Usar as ferramentas da EaD e as mídias sociais para criar atividades de extensão para além de atividades presenciais nos polos”, frisou o coordenador.

O diretor Wagner Corradi prosseguiu a mesa apresentando o UEADSL, congresso acadêmico sobre Universidade, EaD e Software Livre integralmente feito a distância e com programação assíncrona, promovido pelo grupo Texto Livre da Faculdade de Letras da UFMG com apoio do Caed. “O UEADSL permite ao aluno da graduação a distância experienciar a dinâmica da produção acadêmica e publicação científica”. O congresso recebe artigos escritos por alunos de graduação e, em edições passadas, foi aberto a estudantes e pesquisadores de instituições externas à UFMG.

Foto: Pedro Peixoto