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Defesa da democracia inspira 7ª Semana de Saúde Mental da UFMG

Campi de Belo Horizonte e Montes Claros, além de Brumadinho, receberão as atividades a partir desta segunda-feira

Identidade visual da sétima edição da Semana de Saúde Mental e Inclusão da UFMG. Foto: Roger Sander | UFMG

De mãos dadas pela democracia é o tema da 7ª Semana de Saúde Mental e Inclusão da UFMG, que tem início nesta segunda-feira, 13, e prossegue até sexta-feira, 17 de maio, véspera do Dia Nacional de Luta Antimanicomial. Palestras, oficinas, rodas de conversa, apresentação de pôsteres e atividades culturais serão realizadas nos campi de Belo Horizonte e Montes Claros e em Brumadinho.

A abertura oficial no campus Pampulha será realizada na noite desta segunda, às 19h30, no auditório da Reitoria. Os professores Paulo Amarante, pesquisador do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fiocruz, e Claudia Mayorga, pró-reitora de Extensão e coordenadora da Rede de Saúde Mental da UFMG, vão abordar a articulação entre democracia e saúde mental e as mudanças na política brasileira de saúde mental e seus efeitos. A mediação será feita por Leida Maria Uematu, da Associação dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental de Minas Gerais.

“A proposta da Semana orienta-se pelas políticas históricas, nos planos municipal, estadual e federal, em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), da Reforma Psiquiátrica e da Luta Antimanicomial, que reúnem valores que se associam aos da própria Universidade, como gratuidade, qualidade, inclusão e reconhecimento da diversidade”, observa Claudia Mayorga.

“Neste momento de ataque à universidade pública, ao SUS e à política de saúde mental, com discursos e posições que defendem o retorno de manicômios e tratamentos com eletrochoque, a universidade pública vincula-se ao movimento de defesa de valores como inclusão, diversidade e construção coletiva de uma sociedade melhor, mais justa e igualitária, que não isole quem tem algum tipo de sofrimento mental”, acrescenta a professora.

A realização da Semana, na avaliação da pró-reitora, é o momento de a Rede de Saúde Mental, que também tem a função de formação continuada, refletir sobre os desafios e as propostas elaboradas, durante o ano, pelos diversos atores que a integram, oriundos de múltiplas áreas do conhecimento: coletivos, representantes de servidores técnico-administrativos, docentes, alunos, além do Conselho Regional de Psicologia e de usuários da rede pública de saúde mental e seus familiares.

“Nesses sete anos de construção da política de saúde mental na UFMG, podemos dizer que a comunidade acadêmica abraçou o tema. Entendemos que há muito por construir e fortalecer, mas tivemos importantes conquistas, como a instituição da Comissão Permanente de Saúde Mental, os 12 espaços acadêmicos de escuta e acolhimento e outros que estão se constituindo, além de iniciativas desenvolvidas pelos estudantes”, avalia Claudia Mayorga.

 

Ideia ampliada

Um fator destacado pela professora do Departamento de Psicologia é a ampliação da própria ideia de saúde mental na Universidade. “Muitas vezes abordamos saúde mental na perspectiva do diagnóstico médico, de doença e tratamento, de crise e isolamento. Mas temos conseguido desconstruir essa ideia por meio desse grande movimento, que é coletivo, e ampliar a percepção de que saúde mental tem a ver com o fortalecimento de uma universidade acolhedora, solidária, atenta à diversidade e a práticas de convivência saudável e colaborativa”, acrescenta.

Para a professora do Departamento de Enfermagem Aplicada da Escola de Enfermagem Teresa Kurimoto, que integra a Comissão Permanente de Saúde Mental, falar de saúde mental é falar de democracia. Em sua avaliação, “as políticas públicas que afetam o cotidiano das pessoas e impactam diretamente a condição de cidadania e a capacidade de aquisição de bens básicos trazem mais preocupação e, consequentemente, mais ansiedade, distúrbios do sono, distúrbios alimentares, desencadeando sofrimento intenso e adoecimento”.

A expectativa em relação à Semana de Saúde Mental, segundo Kurimoto, é de que ela possibilite à Comissão, instalada em outubro do ano passado, um momento “de diagnóstico de nossas fragilidades e de escuta das oportunidades para a construção, de forma plural, de soluções para os nossos problemas.

Intervenção artística de estudantes em muro da Face na última edição da Semana. Foto: Júlia Duarte | UFMG

 

Programação

Entre os destaques da programação, a professora Teresa Kurimoto cita o Conversatório, que ocorre na quinta-feira, dia 16, a partir das 17h30, no auditório da Reitoria, campus Pampulha.

Kurimoto também destaca a exposição Experimentações sensíveis sobre a loucura do cotidiano, no saguão do CAD 1, que abrigará trabalhos fotográficos dos alunos da disciplina de Formação Livre Diálogos Universitários em Saúde Mental. Ela menciona ainda as oficinas de confecção de fantasia para o desfile da Luta Antimanicomial (dias 14 e 15, às 18h) e a Feira Agroecológica, que reunirá, no dia 16, agricultores familiares e usuários da Associação do Trabalho e Produção Solidária (Suricato), na Praça de Serviços.

[Correção em 13/05, às 11h: O dia, local e horário do Conversatório foram alterados de quarta-feira, às 16h30, no auditório do CAD 3, para quinta-feira, 16, às 17h30, no auditório da Reitoria. As oficinas de confecção de fantasia ocorrerão em dois dias (14 e 15), e a Feira Agroecológica será na quinta-feira, 16, e não na quarta-feira, 15, como informado anteriormente e na matéria do Boletim 2.058, que foi corrigida.]

 

Em Brumadinho

A Semana também motivou a parceria dos programas Participa UFMG e Polos de Cidadania com a Secretaria de Saúde de Brumadinho, para realização do curso De mãos dadas com o cuidado: cuidando do cuidador. Na quinta-feira, 16, às 10h, será realizada reunião com equipes técnicas do município para organizar cronograma do curso, que será oferecido aos profissionais que dão assistência aos atingidos pelo rompimento da barragem da Vale.

 

Montes Claros: em busca do equilíbrio

A roda de conversa Mente e corpo: a busca do equilíbrio abre nesta segunda-feira, no Instituto de Ciências Agrárias (ICA), em Montes Claros, a Semana de Saúde Mental e Inclusão Social da UFMG. Participam da atividade a nutróloga Ana Vitoria Oliveira Almeida e a educadora física Júnia Caldeira Guimarães, especializada em exercícios físicos para a prevenção de doenças e promoção da saúde.

As duas especialistas vão discutir aspectos das intervenções na saúde mental associados ao corpo, como nutrição e atividade física, na perspectiva de atenção integral à saúde. O encontro será realizado das 9h às 11h, no estacionamento do Laboratório de Hidráulica.

Na quinta-feira, 16 de maio, ocorrerá sessão comentada do documentário Holocausto brasileiro, que relata experiências de sobreviventes e ex-funcionários do Hospital Colônia de Barbacena, onde morreram cerca de 60 mil brasileiros internados como pacientes psiquiátricos. O debate será mediado pelo psicólogo Danillo Lisboa. A exibição e o debate ocorrem no auditório do Bloco C, das 8h30 às 11h30.

Duas atividades encerram a Semana em Montes Claros na sexta-feira, 17: o espetáculo de teatro Cuidar bem de mim é uma questão de promover a autossaúde será encenado no Salão do Bloco A, a partir das 9h. A montagem é do grupo ArtPsi – Relações Interpessoais e Dramatização na Psicologia, vinculado à Faculdade de Saúde Ibituruna.

A partir das 9h30, será realizado o “Conversatório De universitário para universitário: você está se autossabotando?”. Durante a atividade, os professores do ICA Wellyngton Ribamar, Ingrid Stefany, Luciana Basile e Leticia Ramos mediarão uma conversa entre estudantes, na qual serão discutidos comportamentos que interferem na produtividade acadêmica.

Assista à chamada do evento produzida pela TV UFMG:

 

(Teresa Sanches e Amanda Lelis)