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Universidade acolhedora

“Modo de receber ou de ser recebido”. Sinônimo de proteção, consideração, refúgio, abrigo e hospitalidade. Assim os dicionários definem a palavra acolhimento, este que é um forte princípio entre os profissionais da saúde.

Como diretriz da Política Nacional de Humanização (PNH), o acolhimento expressa, “em suas várias definições, uma ação de aproximação, um estar com e um estar perto de, ou seja, uma atitude de inclusão”. O conceito tem sua relevância por suas dimensões:

  • “ética no que se refere ao compromisso com o reconhecimento do outro, na atitude de acolhê-lo em suas diferenças, suas dores, suas alegrias, seus modos de viver, sentir e estar na vida;
  • estética porque traz para as relações e os encontros do dia-a-dia a invenção de estratégias que contribuem para a dignificação da vida e do viver e, assim, para a construção de nossa própria humanidade;
  • política porque implica o compromisso coletivo de envolver-se neste “estar com”, potencializando protagonismos e vida nos diferentes encontros”. (Brasil, 2010)[1]

Por isso é necessário não fazer confusões entre  acolhimento e atendimento especializado (consulta psiquiátrica ou psicoterapia). Isso porque o acolhimento é uma prática que requer saberes não especializados (pessoas capacitadas dispostas a ouvir e auxiliar com informações na identificação das capacidades do sujeito para estimulá-lo a encontrar suas saídas possíveis), sendo uma postura que cabe a todas as pessoas. O atendimento especializado, por sua vez, requer saberes específicos próprios dos psicólogos, dos psiquiatras ou dos especialistas em saúde mental.

Considerada essa definição, vale realizar dois questionamentos a fim de trazer a discussão para o âmbito universitário.

O primeiro deles procura entender: como a Universidade vem recebendo seus cidadãos? E o segundo, mais direto e pessoal: como posso contribuir para transformar esse espaço num ambiente mais acolhedor? Foi o principal tópico de nossa conversa com Rodrigo Rodrigues, estudante de Engenharia Aeroespacial da UFMG e também professor de yoga:

 

Entrar para uma universidade pública é sempre um desafio e, muitas vezes, um sonho. Contudo, logo após essa conquista, o ritmo muitas vezes intenso de alguns percursos acaba retirando esse gostinho de realização, colocando o sujeito num universo de aulas, estudos, trabalhos e dinâmicas que impõem novos desafios e novas rotinas a uma vida que já possui suas próprias questões.

Diante do impacto dessa chegada, é importante firmar o sentido de uma Universidade acolhedora para os estudantes e servidores que, não raramente, têm dificuldades para estabelecer um vínculo de pertencimento institucional. Afinal, são muitas as barreiras de comunicação e contato que podem afastar esses sujeitos do sentimento que guia a construção de nossa comunidade universitária.

 

Fazendo parte

Na UFMG, inúmeras iniciativas buscam fortalecer a ideia de acolhimento no espaço universitário. Para além dos núcleos de apoio e escuta já existentes (veja uma lista completa clicando aqui), organizações e grupos de estudantes e servidores procuram, cotidianamente, fazer da Universidade um ambiente mais prazeroso e receptivo.

No Portal UFMG você encontra uma lista das entidades estudantis que fortalecem, direta ou indiretamente, o vínculo entre seus membros. Um bom exemplo é a Liga das Atléticas da UFMG, associação de apoio ao esporte que reúne todas as Atléticas de diversas modalidades esportivas na Universidade e ainda organiza competições gerais entre estudantes.

Há também iniciativas que buscam favorecer a socialização, a saúde física e mental dos servidores a partir dos 45 anos, como o Programa Envelhecimento Ativo, uma parceria entre a EEFFTO e a PRORH. Conheça também o Projeto Vida mais Viva, da Faculdade de Medicina, que articula diversos públicos em ações e projetos que tem como objetivo a promoção da saúde e a prevenção de adoecimento mental.

Treino das atléticas na Faculdade de Direito da UFMG. Foto: Gabriel Araújo | UFMG

Como pontuado pela política nacional de saúde mental, o acolhimento é construído coletivamente, tendo por objetivo costurar relações de confiança, compromisso e vínculo numa rede socioafetiva. Ajude você também a fortalecer ainda mais essa rede.

 

[1] Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Acolhimento nas práticas de produção de saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. – 2. ed. 5. reimp. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010.