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Promovendo a diversidade

Para entender o estresse de minorias

Uma série de estudos vem delineando, da década de 1990 para cá, uma teoria que ajuda a compreender as situações de adoecimento mental vivenciadas por pessoas que sofrem constante opressão. A “teoria do estresse de minoria” (no original, minority stress theory) representou um passo importante para se pensar a saúde mental de grupos geralmente estigmatizados.

Basicamente, a teoria evidencia as consequências do conflito que ocorre quando formas de existência diversas não seguem os valores sociais dominantes de um grupo. Ao serem colocados à margem, esses grupos minoritários podem ter sua saúde mental afetada a partir de violências direcionadas, como o preconceito e a discriminação.

Embora o estudo tenha sido inicialmente pensado a partir das situações vivenciadas por homossexuais nos Estados Unidos, é fácil estender a sua abrangência para grupos minoritários como um todo – seja no caso dos próprios membros da comunidade LGBTI+, das pessoas com deficiência, de indígenas, e de negros e negras que vivenciam recorrentes situações de racismo e discriminação.

 

Pessoas LGBTI+, em muitos casos, crescem internalizando uma violência para preservarem seus relacionamentos e seu bem-estar: a de não poderem mostrar-se como são. Afinal, como sociedade, ainda engatinhamos para efetivar o respeito e a possibilidade de existência para a comunidade LGBTI+; gays, lésbicas, transsexuais e travestis vivem episódios cotidianos que podem provocar ou intensificar situações de sofrimento psíquico.

Segundo dados da organização norte-americana The Trevor Project, de 2019, 39% das pessoas LGBTQ nos EUA consideraram seriamente o suicídio no último ano. Entre as pessoas transgêneras ou não-binárias, essa taxa sobe para alarmantes 54%.

Outro sério exemplo de violência também se impõe a negros e negras, casos onde o racismo estrutural brasileiro atingem os mais variados campos da vida de um indivíduo. A forma de violência atua como um dos fatores que explicam a distribuição desigual de recursos, destinando o pior acesso à educação, saúde e oportunidades de trabalho a pessoas negras.

O racismo também incide na concepção de modelos de porte e beleza, traçando padrões que dificilmente incluem a pele e os traços negros. A isso se acrescentam as efetivas situações de violência física, já que jovens negros estão, frequentemente, no topo dos índices de mortes e encarceramentos no país.

 

Espaços para encontro e afirmação

Diante de tais situações de violência e discriminação, surgem estratégias para promover a saúde nesses grupos. Vide o próprio exercício de aquilombamento defendido como possibilidade de existência para negros e negras. A estratégia atualiza o ato de resistência de “reunir em quilombos”, criando pontes e espaços para possibilitar a troca de experiências, vivências e histórias.

Na UFMG, o Centro de Convivência Negra (CCN) representa uma das iniciativas para o encontro e a valorização da pessoa negra, abrigando reuniões, eventos e propostas para fortalecer um movimento negro dentro da própria UFMG. Atualmente localizado no primeiro andar da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich), entre a cantina da Faculdade de Letras e o D.A. da Fafich, o Centro é também aberto à participação da comunidade externa.

Numa perspectiva semelhante, estudantes e servidores LGBTI+ podem procurar o Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT da UFMG (NUH), o Colar UFMG, Coletivo LGBT de Acolhimento e Resistência do Campus Saúde (Facebook e Instagram disponíveis), e a Frente Autônoma LGBT de Belo Horizonte, espaço que busca facilitar a comunicação e fortalecer as militâncias LGBT em BH e em Minas Gerais. É a Frente quem organiza a Parada do Orgulho LGBTI da UFMG, evento criado para fortalecer o “sentimento de pertencimento ao espaço universitário”.

Cadeiras de praia do “Viver UFMG”. Foto: Foca Lisboa | UFMG

Lembre-se sempre que, de acordo com a resolução dos direitos humanos da UFMG, qualquer ato discriminatório no âmbito da Universidade será submetido a devida penalidade de acordo com as normas vigentes. Racismo, injúria racial e discriminação por orientação sexual e identidade de gênero são crimes previstos em lei.

Denúncias podem ser feitas por meio da Ouvidoria da UFMG, pelo telefone (31) 3409-6466 ou pelo e-mail ouvidoria@ufmg.br.