Voltar para o início Ir para o Menu Ir para a Busca Ir para o rodapé Contraste

Pandemia tem forte impacto para pessoas com deficiência

Insuficiência de vagas nas UTIs, por exemplo, suscita debate sobre vidas que poderiam ser descartadas

Isolamento social já fazia parte do cotidiano de muitas pessoas com deficiência, antes da pandemia. Foto: Alexandre Saraiva Carniato/Pexels

Se para muita gente o isolamento social é um dos grandes desafios impostos pela pandemia do novo coronavírus, para pessoas com deficiência isso não é, necessariamente, uma novidade. O isolamento se dá pela falta de acessibilidade para frequentar vários espaços, pela inexistência de uma comunicação universal, que permita a inclusão de surdos e cegos, por exemplo, dentre várias outras situações do dia a dia que se somam, agora, a dificuldades específicas, impostas pela Covid-19.

Pessoas com deficiência podem estar sujeitas a maior risco, sobretudo, devido a determinadas condições físicas, especialmente aquelas que resultam em insuficiência ou dificuldade respiratória. E, muitas vezes, não podem abrir mão do apoio de um cuidador.

“No caso de pessoas que têm cuidadores, algumas estão os dispensando nesse período da pandemia e dependendo exclusivamente das famílias”, lembrou a publicitária Fatine Oliveira, idealizadora do projeto Disbuga e mestranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da UFMG, em entrevista ao programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa.

Uma das preocupações é com o contágio das pessoas responsáveis pelos cuidados, no transporte público, por exemplo. Fatine pontuou que isso pode gerar a sobrecarga de atividades para os familiares, já afetados pelo estresse causados pela pandemia. “Temos que pensar em formas de manter a saúde mental e física desse cuidador”, disse.

Dentre outros assuntos, a publicitária comentou a “escolha de Sofia“, no contexto da discussão sobre sobre os critérios para internação de pacientes com Covid-19 em leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), diante da insuficiência de vagas para todos.

“Você, literalmente, tem que escolher quem vai viver. E, nesse momento, a pessoa com deficiência, o idoso, ou com outro tipo de doença, ela não vai ser escolhida. Então, você já coloca uma vida a ser descartada”

Ouça a conversa com Luíza Glória no Portal UFMG.