Público engajado e conferências com temas variados marcaram edição do UEaDSL

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O intenso envolvimento dos participantes e a qualidade dos comentários aos artigos e às conferências foram um dos destaques desta edição do UEaDSL, encerrada neste domingo, 3. Durante a semana de apresentação dos 57 trabalhos, incluindo quatro conferências de encerramento e dois debates para lançamentos de livros, blog que sedia o evento recebeu 17.447 visitas, de 2.572 pessoas, contabilizando a média de 306 visualizações por página.

“Tivemos um público realmente expressivo e interessado, dada a média de 21 comentários por proposta, num total de 1228 comentários. Essa movimentação é compatível com o que observamos em eventos anteriores, inclusive as visitas e comentários que continuam acontecendo até hoje”, avalia Ana Matte, professora da Fale/UFMG e coordenadora do congresso e do grupo Texto Livre, responsável por sua promoção.

Outro dado confirma o engajamento dos participantes desta edição: este semestre contou o maior número de votos para escolha dos trabalhos que receberiam as menções honrosas. Onze dos 51 artigos foram agraciados com premiação pela comissão científica do evento e dois, pelo público. Confira a relação completa dos premiados.

Interessados em ler, ouvir ou assistir os trabalhos já podem acessar os anais desta edição, publicados no portal de periódicos da Fale/UFMG nessa quarta-feira, 6.

Diversos e livres

Jogos, direitos autorais, ciência aberta e letramento. Os temas, que à primeira têm uma relação distante, foram temas das conferências de encerramento do UEaDSL 2017/2. A variedade dos assuntos abordados pelas quatro palestras, que podem ser acessadas, baixadas e comentadas, pelo blog em que acontece o evento, http://ueadsl.textolivre.pro.br/blog/, é mais do que indicado para esta edição, cujo tema foi diversidade e liberdade.

Na primeira das conferências, “UEaDSL é um jogo: conheça nossa jogada!”, as autoras Ana Cristina Fricke Matte e Thalita Santos Felício de Almeida apresentam sua visão do eventocomo um jogo, no qual a adesão de cada jogador às regras e à sua função é o que garante seu sucesso. A perspectiva é inspirada n’Ajogada, uma técnica de elaboração e análise de projetos pela gamificação, que propõe considerar o aprendizado como um jogo, com preceitos próprios, desafios a serem vencidos e a compreensão de um novo conteúdo como recompensa.

Em “Direitos autorais na produção de materiais didáticos para a educação a distância”, Ramiro Barboza, advogado e assessor pedagógico do Caed, um dos parceiros na organização do UEaDSL, comenta o que deve ou não ser feito, do ponto de vista legal, quando se utiliza obras para como referências para guias, videoaulas, podcasts e outros recursos para a EaD. A conferência foi apresentada, com mais detalhes, em matéria publicada no site do Caed.

A doutora em Comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco Viviane Toraci Alonso de Andrade propõe a criação da Plataforma de Ciência Aberta, base, mantida e desenvolvida pelo Estado, que reuniria dados sobre pesquisas, especialmente aquelas fomentadas por recursos públicos, desde sua proposta até a apresentação dos resultados finais.

Na avaliação de Viviane, a questão é estratégia, não apenas científica, mas também politicamente. “Assim, estaria a cargo do governo brasileiro a guarda e disponibilização em acesso aberto das informações científicas produzidas, principalmente, sob financiamento público, deixando a cargo de empresas (em sua maioria, estrangeiras) conteúdos de natureza tão estratégica”, pondera.

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A última das conferências, também tema de matéria especial, foi baseada no lançamento do livro “Memórias de letramentos: vozes do campo”, que reuniu relatos sobre as experiencias dos primeiros aprendizados e da alfabetização de alunos do curso de licenciatura em em Educação do Campo (LEC) da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). Organizada pelos professores Carlos Henrique Silva de Castro e Luiz Henrique Magnani, a obra pode ser baixada gratuitamente.