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Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 6, nº 12 - julho de 2007 - Edição do Vestibular

cultura

Cultura da diversidade

Grazielle Mendes

O acesso à cultura é um direito coletivo à identidade e à capacidade de conviver com a diversidade.

Ao cruzar os portões da UFMG, o novo aluno pode usufruir de várias alternativas de acesso à cultura e lazer dentro e fora da Universidade. A política da instituição nessa área é fundamentada na idéia de que o acesso à cultura é um direito coletivo à identidade e à capacidade de conviver com a diversidade, como afirma o diretor de Ação Cultural da UFMG, Maurício Campomori. “É uma relação que está na origem da idéia de universidade, que é o espaço onde se aprende não só uma habilidade técnica, mas também a conviver com saberes distintos, enfrentar idéias novas e se confrontar com várias formas de ver o mundo. Enfim, é o acesso ao horizonte mais amplo que só a cultura fornece”, analisa Campomori.

O calouro da UFMG só precisa escolher de que forma quer alcançar essa visão mais abrangente da realidade, ou ainda, como quer se divertir. A Praça de Serviços do campus Pampulha, por exemplo, é um palco natural de manifestações artísticas realizadas pela instituição. Um dos projetos cativos desse cenário é o “Quarta Doze e Trinta”, que aproveita o horário de almoço para apresentar ao público espetáculos de variados gêneros e estilos todas as quartas-feiras, às 12h30. “O horário é perfeito, né? Sempre que eu posso eu paro para assistir, porque além de ser relaxante, enriquece a vida da Universidade, já que você vê pessoas de diversas unidades da UFMG reunidas no mesmo lugar com o mesmo objetivo”, observa a aluna de pós-doutorado do Instituto de Ciências Biológicas, Magda Santos, de 36 anos.

Assim como o “Quarta Doze e Trinta”, há vários outros projetos permanentes, como o “Tarde No Campus” - que apresenta atrações artísticas quinzenalmente na Universidade, sempre no fim do dia – e o “Cine 0800”, que exibe gratuitamente filmes no campus, duas vezes por mês, às terças-feiras, às 17h30.

Quarta Doze e Trinta

Além disso, constantemente são realizadas iniciativas paralelas, como a Feira do Vale do Jequitinhonha, que traz todos os anos a Belo Horizonte os trabalhos produzidos pelos artesãos da região, através do Programa Pólo de Integração da UFMG, que desde 1997 desenvolve projetos sociais nessa parte do Estado, uma das mais pobres de Minas Gerais. Uma das artesãs da região, que este ano participou pela terceira vez do evento, é Helena Martins Viana, de 53 anos, natural de Padre Paraíso. Responsável por um dos estandes mais disputados na última edição da feira, ela sempre traz guloseimas caseiras de encher os olhos como doces, geléias, mel e queijos. “O que eu ganho aqui uma vez por ano é muito mais do que o que eu ganho o ano inteiro lá na minha cidade”, calcula Helena Martins.

Diversão e arte

Fora dos limites do campus Pampulha, há importantes espaços da Universidade que também oferecem uma programação diversificada em cultura, conhecimento e lazer, como o Centro Cultural UFMG. Além de abrigar exposições e espetáculos gratuitos, o centro cultural desenvolve projetos para estimular a participação da população, como o “Atelier aberto”, que realiza oficinas de arte para o público, e
“A Criança no Centro Cultural”, motivo de diversão para a meninada, todos os sábados, em atividades como rua do lazer, rodas de brincadeiras, aulas de dança, capoeira, pintura e exibição de desenhos animados.

O espaço também é fundamental na divulgação dos trabalhos produzidos por estudantes, professores e servidores da Universidade, responsáveis pela maioria das obras apresentadas no local. É o caso da Mostra Belas-Artes 2007, que reuniu trabalhos de 34 artistas formados na Escola de Belas-Artes da Universidade. Daniela Moreira, de 21 anos, foi um dos jovens talentos a participar da exposição coletiva. “Quando a gente se forma não tem os contatos necessários para se inserir no meio, por isso, essas mostras do Centro Cultural UFMG são uma forma de a gente ganhar visibilidade no circuito artístico”, avalia.

A mesma oportunidade têm os aprendizes da Escola de Música nos concertos realizados pelo Conservatório UFMG, que apresenta os trabalhos dos universitários para a sociedade em duas séries: a “Prata da Casa”, que todo mês promove espetáculos produzidos só por alunos da UFMG, e o
”Quarta Cultural”, promovido semanalmente e aberto também a participação de estudantes de outras instituições como a Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e o Centro de Formação Artística da Fundação Clóvis Salgado. “É a oportunidade dos alunos se apresentarem para uma platéia, o que eles normalmente não têm. Na Escola de Música eles têm a teoria, mas aqui têm o primeiro contato com o público como artistas”, lembra o diretor do Conservatório UFMG, Carlos Alberto Marques.

Ciência interativa: um novo conceito de museus

Os oito espaços de ciências da Universidade foram reunidos em 2001 na Rede de Museus e Espaços de Ciências da UFMG. A partir da integração, esses centros de memória e preservação cultural, que atuavam de forma isolada, passaram a integrar a primeira rede de museus de uma universidade brasileira, servindo de modelo para experiências similares em outras instituições de ensino. Foram reunidos na rede o Centro de Memória da Engenharia, o Centro de Memória da Medicina, o Centro de Referência em Cartografia Histórica, a Estação Ecológica, o Laboratório de História e Educação em Saúde, o Museu de Ciências Morfológicas, o Museu de História Natural e Jardim Botânico e o Observatório Astronômico Frei Rosário. “Os espaços passaram a realizar eventos e projetos conjuntos em diversas áreas do conhecimento”, explica o professor Antônio Gilberto Costa, coordenador da Rede de Museus e Espaços de Ciência e Cultura da UFMG.

O Museu de História Natural e Jardim Botânico é o que recebe o maior número de visitantes. Localizado no bairro Santa Inês, em Belo Horizonte, é uma das maiores áreas verdes preservadas da capital. O rico acervo do museu abriga pérolas históricas como o Presépio do Pipiripau, além de coleções de paleontologia, arqueologia, mineralogia e o Espaço Ciência, que oferece experiências interativas.

Os espaços da rede também recebem diariamente estudantes envolvidos em atividades de extensão e pesquisa. Muitos inclusive escolhem sua pós-graduação influenciados pelo trabalho que desenvolvem nos museus da UFMG. “A principal característica desses espaços é que eles são interativos, não são museus estáticos. Todos foram feitos para dialogar não só com pesquisadores, mas principalmente com a comunidade”, ressalta Gilberto Costa.

O clima nos festivais

Festivais: tempo e espaço para criar e ousar
Festivais: tempo e espaço para criar e ousar

Depois de quase quarenta edições do tradicional Festival de Inverno da UFMG, foi lançado em 2007 o primeiro Festival de Verão da Universidade. A data inusitada e a programação diversificada do evento revelaram de imediato a faceta ousada da iniciativa. Realizado nas instalações da Escola de Arquitetura da UFMG, o Festival de Verão foi aberto em pleno período de Carnaval, com uma agenda de cursos, oficinas e palestras interdiscliplinares. Foram oferecidas nesta edição inaugural atividades lúdicas e interativas, como uma oficina de sentidos, em que os participantes tiveram aulas de neuropsicologia a partir de experiências como apreciação de peças musicais e degustação de pratos.

Para o coordenador do Festival de Verão da UFMG, o diretor de Ação Cultural da Universidade, Maurício Campomori, a primeira edição do evento demonstrou que a instituição acertou ao apostar na ousadia. Segundo ele, a Universidade limitou o número de vagas, que foram lotadas rapidamente por 284 inscritos em cursos e oficinas, além do público circulante em palestras e debates.

Enquanto isso, o Festival de Inverno da UFMG se consolida-se a cada ano como um dos mais importantes programas de extensão cultural promovidos por uma universidade brasileira. Criado há quarenta anos por professores da Escola de Belas-Artes da UFMG e da Fundação de Educação Artística de Belo Horizonte, o evento já passou pelas mais importantes cidades históricas de Minas, como Ouro Preto, São João Del Rei e Poços de Caldas, mas desde 2000, é realizado em Diamantina, reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade.

Promovido todos os anos no mês de julho, o festival oferece atividades nas áreas de Artes, Letras e Comunicação, mas também dispõe de uma programação paralela de eventos e oficinas dedicados ao público em geral.

Nos ares do CEU

Há mais de trinta anos, alunos, professores e funcionários da UFMG têm acesso a uma área de esporte e lazer de quase 200 mil metros quadrados (o equivalente a 200 campos de futebol): o Centro Esportivo Universitário, conhecido pela comunidade como CEU. Localizado em frente à entrada do estádio Mineirão, o local abriga uma piscina olímpica, uma semi-olímpica, duas infantis, uma área de lazer para crianças, quadras poliesportivas, de vôlei, peteca, basquete e tênis de saibro, além de campos de futebol, pista de atletismo, sauna, cantina e vestiários.

O CEU também oferece cursos em diferentes modalidades esportivas, como hidroginástica, pilates, basquete, corrida e natação, que podem ser freqüentados também por quem não é aluno da Universidade.

Campus Avançado

A idéia do campus Avançado de Cultura em Tiradentes partiu do potencial inexplorado de um dos mais importantes espaços da cidade: a Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade. O campus vai ocupar quatro prédios da Fundação, tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan): o antigo Fórum (atual Câmara Municipal), a Casa de Padre Toledo, o Centro de Estudos e a antiga cadeia pública.

Um dos projetos do campus Avançado é transformar o antigo Fórum em um espaço de exibição de filmes onde também deverão ser oferecidos cursos de formação profissional na área. Vale lembrar que Tiradentes sedia um festival de cinema de grande repercussão nacional, e o objetivo é ajudar a cidade a se consolidar como um pólo de desenvolvimento audiovisual.

Outras duas metas do campus Avançado de Cultura de Tiradantes é a criação do Museu de Arte Sacra e do Museu da Casa Mineira. De acordo com o diretor de Ação Cultural da UFMG, Maurício Campomori, “o Museu da Casa Mineira vai permitir o intercruzamento de saberes distintos traduzidos pela lógica da cultura, abrigando no mesmo espaço pesquisadores de História, Belas- Artes e Antropologia, por exemplo”. Já o Museu de Arte Sacra deve abrigar o primeiro curso de pós-graduação em museologia do Brasil.

CONTATO


Quarta 12 e 30

Diretoria de Ação Cultural

telefone 3409 4063
site www.ufmg.br/ cultura

Quarta 12 e 30

Centro Cultural UFMG

endereço Avenida Santos Dumont, 174, Centro
telefone 3409 1079
site www.ufmg.br/ centrocultural

Quarta 12 e 30

Rede de Museus

telefone 3409 92817 / 3409 2782
site www.ufmg.br/ rededemuseus

Quarta 12 e 30

Centro Esportivo Universitário

endereço Av. Cel. Oscar Paschoal, s/n, Pampulha
telefone 3409 2375
site www.ufmg.br/ ceu

Quarta 12 e 30

Conservatório UFMG

endereço Avenida Afonso Pena, 1534, Centro
telefone 3409 4063
site www.ufmg.br/ centrocultural

 

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