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Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 6, nº 12 - julho de 2007 - Edição do Vestibular

lingüística, letras e artes

Sob a influência das artes

Flávia Miranda

O fazer e as manifestações artísticas estão mais presentes nas nossas vidas do que imaginamos. Basta estar aberto.

Lingüística, Letras e Artes

Ai, palavras, ai palavras/ que estranha potência a vossa/ Todo o sentido da vida/ principia à vossa porta”. Com a reunião desse conjunto de palavras, Cecília Meireles, poetisa brasileira considerada uma das mais importantes representantes da literatura modernista, resume bem o sentido de uma das oito áreas de conhecimento da UFMG: o campo da Lingüística, das Letras e das Artes. Por meio das palavras, conseguimos materializar nosso pensamento e dar voz e forma a sentimentos, idéias, estados de espírito. Por elas, conseguimos dar e compartilhar sentidos do mundo. Quem escolher se envolver com as atividades dessa vertente vai se ver às voltas com a linguagem e as diversas maneiras como ela se manifesta nas sociedades e como ela atua para nos situar no mundo. O estudo da língua portuguesa, por exemplo, ganha a companhia de outras línguas, outras culturas, como inglês, francês, italiano, espanhol e alemão, e o conhecimento de um idioma fica bem maior porque é visto em suas dimensões culturais e sociais. Os estudos literários também apresentam novas perspectivas, autores e idéias aos interessados em literatura, artes e lingüística.

Mas apenas as palavras não são suficientes para a expressão de nossa sensibilidade e razão. As manifestações artísticas formam o quadro dessa área do conhecimento na Universidade e nos permitem o contato com as Artes Visuais, o Teatro e a Música. O que seria de nós sem as melodias, obras de arte e encenações teatrais, que permitem uma vivência mais rica e atenta às maneiras criativas de lidar com as asperezas do cotidiano? Juntas, essas artes oferecem novos conhecimentos à experiência de quem se envereda por esses caminhos com mais atenção, aprendendo teorias e reformulando novas visões, as novas formas de sentir. O corpo é chamado a participar ativamente da construção e difusão dessas artes: o ouvido do barítono, as mãos do escultor e do maestro, os braços e pernas do ator. Todos tentam vencer as barreiras do conhecer e mostrar que as artes estão mais presentes nas nossas vidas do que imaginamos. Basta estar aberto para afetar e ser afetado por elas.

E, também em busca de vivências mais ricas, é possível refletir, ainda, sobre que participação os cursos da área de Lingüística, Letras e Artes da UFMG – Teatro, Artes Visuais, Letras e Música – podem ter no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio definidos, em 2000, pela Organização das Nações Unidas (ONU). Como erradicar a pobreza extrema e a fome; alcançar a educação primária universal; promover a igualdade de gênero e capacitar as mulheres; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde materna; combater a aids, a malária e outras doenças; assegurar a estabilidade ambiental; e desenvolver uma parceria global para o desenvolvimento?

Outra vez, é possível recorrer a palavras, desta vez estrofes da canção “Comida” de Arnaldo Antunes, Sérgio Brito e Marcelo Fromer (Titãs), para tentar encontrar uma resposta: “a gente não quer só comida/ a gente quer saída para qualquer parte/ a gente não quer só comida/ a gente quer bebida, diversão, balé”.

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