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Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 6, nº 12 - julho de 2007 - Edição do Vestibular

engenharias

O universo dos cálculos e das pessoas

Ricardo Bandeira

UFMG investe na formação de engenheiros com visão ampla e capacidade de administrar pessoas e finanças.

Engenharias

Por muito tempo, o profissional de Engenharia, apesar do prestígio de que sempre usufruiu na sociedade, foi também alvo de preconceito. O engenheiro era visto como alguém limitado, que traduzia tudo em números e fórmulas. Se essa imagem nunca correspondeu exatamente à realidade, hoje ela pertence somente ao passado ou, melhor, ao campo das anedotas. Mais do que a maioria dos profissionais, o engenheiro que pretende avançar na carreira precisa ter formação ampla, muito além dos números, e sensibilidade para administrar pessoas e recursos financeiros.

E, certamente, esta formação e visão amplas proporcionadas pelos cursos da Universidade coloca os engenheiros na lista de aliados, por exemplo, da preservação ambiental, uma dos oito Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2000. O engenheiro de Minas, consciente de sua ação e seu papel junto à sociedade, irá propor estratégias de exploração dos recursos materiais assegurando a estabilidade ambiental.

Por isso, a área de Engenharias da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), composta por oito cursos, investe de forma especial em currículos flexíveis e numa formação multidisciplinar. “A Escola de Engenharia leva muito a sério essa discussão sobre a flexibilização do currículo. Nossa intenção é formar um profissional com visão mais ampla, holística, do mundo”, afirma o vice-diretor Rodney Rezende Saldanha.

De acordo com Saldanha, o perfil de engenheiro que tem condições de se destacar no atual mercado de trabalho é um profissional com uma boa dose de espírito empreendedor, em sintonia com a preservação do meio ambiente e com a responsabilidade social; tem de saber trabalhar em equipe; e precisa ter uma base teórica sólida. Tudo isto, na opinião do vice-diretor da Escola de Engenharia da UFMG, permite ao engenheiro trabalhar não apenas em sua área, mas em diversos outros campos e funções. “Ele tem de aprender a aprender sempre, estar sempre se reciclando”, diz Rodney Saldanha.

O engenheiro Álvaro Rodríguez, 37 anos, é um exemplo de profissional que investiu numa formação ampla, em busca de boa colocação no mercado de trabalho. Formado em Engenharia Mecânica pela UFMG, em 1994, ele complementou os conhecimentos de sua área com disciplinas de finanças e gestão. Hoje, ele trabalha na cidade italiana de Cassino e é diretor geral da Kautex Textron Italia, braço da multinacional de origem alemã, com destaque no setor de autopeças.

Troca de experiências

Rodríguez dá a receita para o futuro estudante de engenharia que pretende tirar o máximo proveito de seu curso. Mesmo optando por uma carreira técnica, o aluno de engenharia deve complementar os estudos com disciplinas nas áreas financeiras e de gestão, pois o engenheiro estará sempre envolvido em gerenciamento de projetos e de equipes e várias de suas decisões ou idéias deverão ser baseadas também no custo. Para aqueles que cursam engenharia visando outras áreas, como foi o meu caso, o complemento é obrigatório. Outro ponto fundamental, que vale para qualquer carreira universitária, é investir sempre em cultura geral”, afirma.

A Escola de Engenharia é uma das mais tradicionais da UFMG. Foi fundada em 1911, antes mesmo da criação da Universidade. Juntamente com as faculdades de Direito, Medicina e Odontologia, compôs, em 1927, o núcleo original da UMG, Universidade de Minas Gerais, que viria a se tornar UFMG em 1965. No começo, havia apenas o curso de Engenharia Civil. Hoje, além da Civil, a Escola oferece também os cursos de Engenharia Mecânica, Elétrica, Metalúrgica, Química, de Minas, de Produção e de Controle e Automação.

A orientação pedagógica multidisciplinar e o currículo flexível já estão plenamente implantados nos cursos de Mecânica, Elétrica e Civil, e devem ser estendidos, gradativamente, aos demais. De acordo com o vice-diretor, Rodney Rezende Saldanha, um importante instrumento para a constante atualização dos currículos é o Conselho de Coordenadores de Cursos, que se reúne periodicamente e permite a troca de informações e experiências sobre cada área.

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