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Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 6, nº 12 - julho de 2007 - Edição do Vestibular

ciências agrárias

Antigos saberes, novas tecnologias

Laís Menini

Área de Ciências Agrárias conjuga conhecimentos milenares e novidades da ciência em defesa do desenvolvimento sustentável.

Ciências agrárias

Acabar com a fome e a miséria, reduzir a mortalidade infantil, erradicar doenças tropicais que dizimam populações, garantir qualidade de vida e respeito ao meio ambiente, unir toda a sociedade em torno do desenvolvimento. Pelo menos cinco dos oito Objetivos do Milênio dizem respeito, diretamente, a uma área raramente apontada como primordial para a garantia dos direitos humanos: a área de Ciências Agrárias. Mas em um mundo onde 800 milhões de pessoas passam fome, ou que doenças que usam animais como hospedeiros ainda provocam milhares de mortes, a área que lida com a produção agrícola, animal e florestal, desenvolvimento rural, equilíbrio ambiental e segurança alimentar deve ser vista como prioritária.

Desde que se entende por República, duas das principais atividades econômicas da federação brasileira são a agricultura e a pecuária. A relação entre essas atividades e a história do País estabelece vínculos para lá de meramente econômicos: são também culturais, que deixaram para as gerações que vieram a seguir traços bem peculiares – praticamente folclóricos –, como a figura do caipira, do roceiro, do fazendeiro com seu pedacinho de terra e a enxada carregada sobre os ombros. E embora a pequena agricultura ainda seja muito expressiva no Brasil, a nova cara do campo brasileiro é o agronegócio, responsável atualmente por 30% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. O que implica a necessidade de formação de profissionais com competência e qualificação para atuar na área das Ciências Agrárias.

Na UFMG, os três cursos da área de Ciências Agrárias estão entre os mais concorridos da Universidade. O curso Medicina de Veterinária, ministrado em Belo Horizonte, e os cursos de Agronomia e Zootecnia, oferecidos em Montes Claros, Norte de Minas. “O Brasil é um grande produtor de alimentos para o mundo, já que tem atualmente a maior área agricultável disponível, os cerrados”, informa o agrônomo Rodrigo de Oliveira Lima, que é graduado pela Universidade Federal de Viçosa e mestre em Solos e Nutrição de Plantas pela mesma instituição. “Por esse cenário que o Brasil oferece à área de Ciências Agrárias, esses profissionais tornam-se fundamentais em processos como produção de alimentos e conservação do meio ambiente de maneira sustentável e racional”, explica.

O papel dos profissionais de Agrárias é crucial na discussão do maior problema ambiental do planeta: o aquecimento global. “As pesquisas e procedimentos da área estão orientados para a busca de formas para reduzir a emissão de gases na atmosfera, a reciclagem de resíduos e o uso sustentável de recursos naturais como solo e água”, explica o coordenador dos cursos de Zootecnia e Agronomia da UFMG, Luiz Arnaldo Fernandes.

O local onde essas pesquisas são postas em prática é o campus Regional do Núcleo de Ciências Agrárias, como é chamada a fazenda experimental de 232 hectares distante sete quilômetros da cidade de Montes Claros, no Norte de Minas. São 17 laboratórios, além de estufas em solo e hidropônicas, para cultivo e pesquisa, horto de plantas medicinais e ornamentais. Além disso, possui uma extensa área para fruticultura, olericultura (ramo da horticultura que explora plantas como hortaliças, culturas folhosas, raízes, tubérculos e bulbos), avicultura, caprinocultura, bovinocultura, suinocultura e apicultura.

O campus se fortaleceu com a recente implantação do curso de Zootecnia, que gerou não apenas desafios, mas também ajudou a promover o desenvolvimento do Norte de Minas e do Vale do Jequitinhonha. “Essas regiões são carentes de instituições de ensino superior, principalmente na esfera pública. E é importante lembrar que se trata de uma das regiões de menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do País, o que torna tão importante a atuação do campus”, explica Luiz Fernandes.

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Revista Diversa nº 12
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