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Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 6, nº 12 - julho de 2007 - Edição do Vestibular

especial

Os diversos caminhos da graduação

Ricardo Bandeira

O objetivo dos cursos da UFMG é formar um cidadão com capacidade profissional de aprender sozinho e de dar respostas aos desafios do mundo e do mercado de trabalho.

Ilustração

No mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem 40 milhões de portadores do vírus HIV, transmissor da Aids; a malária ou paludismo, mata dois milhões de pessoas por ano; estima-se que existam 18 milhões de pessoas infectadas pela doença de Chagas, que encontra-se distribuída por 18 países americanos. Há, ainda, no mundo, aproximadamente 1,1 milhão de pessoas que vivem na situação de pobreza extrema. E o índice médio mundial de mortalidade infantil, de acordo com os dados do The World Factbook, é de 50,11 óbitos por 1.000 nascimentos. Sem falar na poluição ambiental, na violência contra crianças, adolescentes e contra as mulheres, no desemprego.

Muitos são os desafios do mundo. Em 2000, a ONU definiu oito grandes metas e as classificou como os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Cumpridas, essas metas são capazes de transformar profundamente a realidade nos quatro cantos do planeta, reduzindo desigualdades e instituindo uma trajetória de desenvolvimento cooperado global. Há, entretanto, muito a fazer e o começo, bem o começo pode estar logo ali, depois do vestibular.

De acordo com o reitor da UFMG, Ronaldo Pena (leia a entrevista), é possível melhorar a “condição de vida da população na medida em que o país tem desenvolvimento econômico. E esse desenvolvimento econômico se dá com base em conhecimento que seja inovador.” E o endereço do conhecimento inovador, de acordo com o próprio Ronaldo Pena, são as universidades, em especial, as públicas. Portanto, o vestibular deve, ainda, ser interpretado como uma espécie de cerimônia de passagem, ocasião em que o indivíduo desloca o olhar da vida privada para a vida pública, preocupando-se, sobretudo, com o destino do mundo. As respostas para as inúmeras indagações e necessidades da sociedade poderão vir a ser alvo da atenção dos estudantes em sala de aula, nos laboratórios de pesquisa ou nos trabalhos junto à comunidade, por meio da extensão universitária. Essas portas se abrem após a aprovação no vestibular. Mas é preciso por elas passar, decisão que cabe a cada estudante.

Trânsito do saber

Todo candidato ao vestibular tem vontade de entrar para a UFMG. Afinal, ela é a maior universidade de Minas Gerais e uma das maiores do Brasil, não só em espaço físico, como em número de cursos, de alunos e professores. Em 2007, as 4.674 vagas dos 48 cursos de graduação oferecidas pelo vestibular foram disputadas por 62.883 candidatos. A marca UFMG é, também, sinônimo de qualidade e de profissionais bem preparados para enfrentar os desafios do mercado e da vida. Não bastasse tudo isto, o aluno que estuda aqui tem oportunidades de atuar na pesquisa e na extensão e a possibilidade de fazer intercâmbio estudantil no exterior. Mas o diferencial da UFMG está também no dia a dia da graduação. Currículos flexíveis e orientação pedagógica multidisciplinar preparam o profissional para trabalhar em diversos campos de atuação.

“A UFMG forma um profissional capaz de adaptar-se ao mercado e de aprender sozinho, este é o foco de nossos cursos”, afirma a pró-reitora adjunta de Graduação, Carmela Polito. De acordo com ela, por causa da rápida evolução do conhecimento, não é possível criar cursos do dia para a noite que atendam a todas as demandas da sociedade. Com a flexibilização curricular, no entanto, a UFMG permite que o aluno transite por diversas áreas do conhecimento, de acordo com seu desejo e suas necessidades.

Dois são os principais mecanismos que permitem o trânsito em diferentes áreas do conhecimento: a formação livre e a formação complementar. No primeiro caso, o aluno pode escolher uma ou mais disciplinas de qualquer outra área do conhecimento, por interesse pessoal ou profissional. Um futuro médico interessado em trabalhar com projetos sociais pode conhecer melhor a realidade do país matriculando-se em disciplinas de Ciências Sociais, História ou Pedagogia.

A formação complementar é diferente. O aluno tem de escolher um conjunto de disciplinas em uma área próxima à dele, com o objetivo claro de complementar seus conhecimentos, com vistas a uma futura atuação profissional. É o caso, por exemplo, de um estudante de Comunicação Social que pretende trabalhar com jornalismo econômico. Ele escolhe algumas disciplinas do curso de Economia e submete seu pedido à apreciação do colegiado da Comunicação Social.

Quase todos os cursos de graduação da UFMG seguem essa orientação pedagógica, que tem um importante impacto na vida acadêmica do estudante e na sua atuação no mercado de trabalho.

Mais vagas

Para o ano que vem, pelo menos um novo curso deve ser incorporado, o de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis, que já é oferecido em nível de especialização, no âmbito da Escola de Belas-Artes. Também está em estudo, para os próximos anos, a criação de cursos como Gestão Pública, Engenharia Aeroespacial e Engenharia Sanitária e Ambiental.

A UFMG busca, ainda, ampliar a oferta de vagas, sobretudo para alunos de escolas públicas. De acordo com Carmela Polito, a Universidade enviou ao Ministério da Educação um projeto que prevê novos mecanismos de inclusão social, entre eles a criação de cursos noturnos. A proposta foi apresentada no âmbito do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançado este ano pelo governo federal e que tem, entre suas metas, a expansão do ensino superior público.

Segundo a pró-reitora adjunta de Graduação, tudo isto reflete uma linha de atuação da UFMG, em sintonia com as mudanças do mundo. “A Universidade tem sempre esse olhar aberto ao que acontece no mundo e na sociedade, às demandas que estão surgindo e como a gente pode responder a elas”, afirma Carmela Polito. O resultado pode ser visto não apenas na criação de novos cursos e abertura de mais vagas, mas também nas mudanças pelas quais os atuais cursos passam, com o objetivo de atualizar conteúdos, métodos e abordagens. Para a pró-reitora, estar em constante mudança, sem perder a qualidade, faz parte da essência da UFMG.

A UFMG oferece 48 cursos de graduação, divididos em oito áreas do conhecimento: Ciências Agrárias, Biológicas, Exatas e da Terra, Humanas, da Saúde, Sociais Aplicadas, Engenharias e Lingüística, Letras e Artes. Dos 48 cursos de graduação, 33 são de bacharelado, 1 de licenciatura e 14 de bacharelado e licenciatura. Atualmente, mais de 22 mil alunos estudam na graduação da Universidade. No último vestibular, o índice geral foi de 13,4 candidatos por vaga.

Objetivos do Desenvolvimento do Milênio

  1. Erradicar a pobreza extrema e a fome;
  2. Alcançar a educação primária universal;
  3. Promover a igualdade de gênero e capacitar as mulheres;
  4. Reduzir a mortalidade infantil;
  5. Melhorar a saúde materna;
  6. Combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças;
  7. Assegurar a estabilidade ambiental;
  8. Desenvolver uma parceria global para o desenvolvimento.

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