Como já exposto nesse projeto, o programa de reestruturação e expansão da UFMG prevê a criação de mais de 2000 vagas nesta Universidade, no período entre 2008 e 20012, cerca de 3/4 delas no turno da noite, de acordo com o quadro a seguir. O acentuado aumento de vagas no período da noite levará a UFMG a ofertar mais de 1/3 das vagas do seu concurso vestibular, já a partir de 2010, no turno noturno.

    2008 2009 2010 2011 2012 Total
Acréscimo vagas Dia 40 516 60 30 - 646
Noite - 745 710 - - 1455
Total 30 1216 770 - - 2101
% vagas vestibular Dia 79 71 64 64 64  
Noite 21 29 36 36 36  

Esse programa de expansão implica em um substancial aumento de estudantes na Universidade, o que requer, rapidamente, um programa de construção de salas de aula, laboratórios e ambientes especiais de ensino. Os Centros de Atividades Didáticas (CADs), cujas construções são previstas, devem estar finalizados, impreterivelmente, até meados de 2009, para que possam ser atendidos os novos alunos que ingressarão na UFMG neste ano e em 2010. Diversas outras intervenções na estrutura física da Universidade são também imprescindíveis e devem estar estar terminadas até, no máximo, o final de 2010, notadamente aquelas previstas para serem realizadas em Montes Claros e na Escola de Belas Artes.

A implementação da proposta requer naturalmente a expansão do corpo docente da Instituição. Tal ampliação deve ocorrer, à medida que os novos alunos foram ingressando na UFMG. É absolutamente necessário que parte do aumento do corpo docente preceda o ingresso de alunos na Universidade. Por essa razão, estabeleceu-se o cronograma a seguir para a admissão dos novos docentes.

  2008 2009 2010 2011 total
Acréscimo de Professores com equivalência DE 50 100 148 58 406

O projeto UFMG, como já discutido, fundamenta-se do ponto de vista didático-pedagógico, em uma ampla reestruturação da metodologia de ensino empregada em seus cursos de graduação. Tal metodologia implica na participação de bolsistas, alunos de pós-graduação, pós-doutorandos e professores visitantes em equipes didáticas encarregadas das atividades de ensino. Portanto, à medida que novos estudantes forem sendo admitidos e que o número de professores aumente, será também necessária a incorporação desses bolsistas ao projeto. Por esse motivo, o custeio das bolsas deverá estar disponível em ritmo compatível com a admissão de professores, conforme o quadro a seguir:

Custeio de bolsas: pós-graduandos e visitantes; valores aproximados em milhares de reais
2008 2009 2010 2011 2012 após 2012
0,5 2,0 3,9 11,0 17,0 17,0

Para que a nova metodologia possa ser implementada, duas ações devem ser deencadeadas o mais rapidamente possível: o treinamento de professores e a produção de material didático, visando a inovação metodológica. Por esse motivo, haverá prioridade, nos anos iniciais do projeto, para o custeio dessas ações e o orçamento da proposta, conforme se verá mais adiante, refletirá essa prioridade.

Já no caso do corpo técnico e administrativo, as novas admissões devem também ocorrer em sintonia com o ingresso dos estudantes, uma vez que o apoio desses funcionários é essencial para a implementação da proposta. Será essencial que a fração do custeio destinada ao aumento do número de servidores – cerca de 6,4 milhões, para servidores de nível intermediário e de 4,2 milhões, para servidores de nível médio, seja integralizada, de acordo com os percentuais indicados no quadro a seguir.

Percentual de integralização do acréscimo de custeio destinado à contração de servidores
Nível 2008 2009 2010 2011 2012
Intermediário 12 26 75 100 100
Superior 11 32 67 100 100

No que concerne à mobilidade estudantil, dois aspectos devem ser considerados. O primeiro deles é a mobilidade interna, que envolve a possibilidade de mudança de curso sem necessidade de novo vestibular, e de freqüência às atividades acadêmicas não previstas no currículo do curso a que o estudante se encontra vinculado. No primeiro caso, a UFMG já dispõe de um mecanismo, a Reopção, que, há décadas, propicia essa mobilidade. No segundo caso, o processo de flexibilização curricular, que será intensificado com a implantação do REUNI, abrirá perspectivas hoje inexistentes, como, por exemplo, a criação de disciplinas específicas de uma determinada área do conhecimento para atender a alunos de diversas outras áreas do conhecimento. No que diz respeito à mobilidade externa, a aceleração dos programas de intercâmbio estudantil ocorrerá essencialmente a partir de 2010, conforme já discriminado em outro item da proposta, o que se reflete no orçamento que será apresentado no próximo item. Finalmente, cabe mencionar novamente que a mudança, já a partir de 2008, do processo de provimento das vagas remanescentes, ampliará o número de alunos de outras Instituições de Ensino Superior que serão transferidos para a UFMG, o que contribuirá para o processo global de mobilidade estudantil na UFMG.

Como último aspecto a ser mencionado nesse item, registre-se que a eficiência de diplomação da UFMG, que já é elevada, cerca de 85%, será ainda maior, em decorrência da implantação do REUNI. O adequado acompanhamento do indicador de eficiência só poderá ocorrer a partir de 2012, considerando-se que: i) a experiência da UFMG revela que a eficiência tende a ser menor na primeira e segunda turma de um curso novo; ii) a eficiência será calculada com base em um lapso de cinco anos. Como boa parte dos cursos a serem criados pela UFMG terá a duração de quatro anos, isso tende a aumentar artificialmente a eficiência de diplomação. Por exemplo, um curso criado em 2008, cuja duração seja de 4 anos, já formará estudantes a partir de 2011, e o cálculo da eficiência considerará os graduados em 2011 e os ingressantes em 2007. Por essa razão, a Tabela de Indicadores e Dados Globais poderá registrar em 2011 ou 2012, taxas de titulação superiores a 100%. O compromisso feito pela UFMG é o de atingir uma taxa de diplomação, conforme os parâmetros do REUNI, de pelo menos 0,9, em 2017 e anos posteriores, ainda que seja até provável que isto ocorra já em anos anteriores a 2017.