Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 1 - nº. 3 - Agosto de 2003 - Edição Vestibular


Editorial

Entrevista
UFMG, espaço de formação crítica e cidadã

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Outras edições

Eternamente plugados

Ciência da Computação

Estudantes precisam estar o tempo todo atentos às aceleradas inovações tecnológicas

Foca Lisboa
Tribunal de Contas: software da Ciência da Computação controla responsabilidade fiscal dos municípios e do Estado

Este ano, a Ciência da Computação estará formando seu milésimo aluno. Desde que foi criado, há 25 anos, o curso está na lista dos três mais procurados no Vestibular. A concorrência não desanimou o, hoje, analista de sistemas Carlos Leonardo dos Santos Mendes, de 30 anos, ex-aluno da Graduação e do Mestrado. Foram necessárias duas tentativas para que ele conseguisse uma vaga. O tempo mostrou que o esforço valeu a pena. Carlos Leonardo é, agora, professor de uma Universidade privada e funcionário da Engetron, uma empresa de desenvolvimento de tecnologia nacional, que mantém intensa parceria com o curso.

As parcerias com empresas são, segundo o Subchefe do Departamento de Ciência da Computação, professor Antônio Otávio Fernandes, um diferencial marcante, aliado ao fato de o curso oferecer profundo embasamento teórico e prático. “Sempre consideramos muito importante o repasse do conhecimento que produzimos. A relação forte com as empresas de tecnologia é uma forma de mostrar a mão-de-obra capacitada e competente que temos”, diz ele. Como fruto da interação entre instituições privadas e públicas com o curso, professores e alunos participam de vários projetos de pesquisa e de fabricação de produtos que já estão no mercado.

No Tribunal de Contas de Minas Gerais, por exemplo, software desenvolvido pela Ciência da Computação controla o comportamento dos municípios e do Estado em relação à lei de responsabilidade fiscal. Com a Engetron, empresa de tecnologia 100% nacional, o relacionamento deu vez a um nobreak, equipamento utilizado nos computadores para que eles continuem funcionando durante falhas de energia. “No nosso curso, os alunos vão fabricar não apenas protótipos, mas também produtos que serão comercializados num mercado muito competitivo”, assinala Antônio Otávio.

Foca Lisboa

A Ciência da Computação trabalha com dois enfoques distintos na formação dos futuros profissionais. Os alunos dominarão conhecimentos para atuarem no desenvolvimento de softwares e hardwares e na aplicação dessas ferramentas. Portanto, lembra Antônio Otávio, o profissional de computação atua em praticamente todas as áreas, pois qualquer setor da vida dos homens ou das instituições está, direta ou indiretamente, ligado à Informática. A evolução da ciência refletiu-se no mercado de trabalho e na realização do curso. Há dez anos, a Ciência da Computação oferecia apenas 40 vagas por ano. Hoje, o dobro de vagas é ofertado no turno da manhã e está sendo viabilizado o curso noturno.

“A gente percebe que o nosso curso é muito dinâmico e os alunos seguem esse perfil. As pessoas que lidam com computação devem ter uma formação contínua, têm que se reciclar freqüentemente para acompanhar a evolução tecnológica acelerada”, analisa Antônio Otávio. Uma outra característica do profissional da área é o interesse em algumas especialidades comumente associadas ao mercado da computação. Exemplo disso é a busca por disciplinas ou pelo curso completo de Administração.

“Desenvolver um software de gestão de empresas requer um conhecimento que vá além da computação e atenda demandas próprias da área”, exemplifica o Professor. Por isso, o profissional está quase sempre associado à especialidade para a qual está formulando projetos. “É o que acontece quando os formados preferem montar seu próprio negócio, já que o curso tem uma visão bastante empreendedora”, afirma Antônio Otávio. Que o diga Diego Lopes Nogueira, aluno do oitavo período, membro do Conselho de Administração da UFMG Consultoria Júnior (UCJ) – empresa montada e gerida por alunos para a prestação de serviços de computação, aberta à comunidade empresarial.

Foca Lisboa
Diego Lopes (blusa branca e calça preta): curso supera expectativas

A UCJ existe há quase dez anos e sobrevive à custa dos projetos que realiza para empresas e para a própria Universidade, uma cliente de mão-cheia. “Priorizamos os pedidos da UFMG e nem sempre temos como atender a todos”, salienta Diego, para quem a empresa júnior é um elo importante entre o aluno e o mercado de trabalho. “Mesmo fazendo estágios” – e ele fez dois –, “os que trabalham ali dificilmente teriam tantas atividades diferentes, realizando projetos e coordenando um empreendimento”, assinala, lembrando que abrir o próprio negócio é sempre uma possibilidade para o profissional da computação.

“Onde eu, aos 21 anos, teria a chance de comandar uma empresa, voltada, ao mesmo tempo, para a realização de projetos?”, indaga. Diego, embora focalize o empreendedorismo, está especialmente envolvido com pesquisa. Ao participar de um programa que une o Laboratório de Comércio Eletrônico da Ciência da Computação ao Dark Lab, um laboratório da Universidade Rutgers, no estado norte-americano de Nova Jersey, ele encontrou sua provável especialização. O projeto consiste em aplicar metodologias de economia de energia em servidores Web. “Pretendo me dedicar ao comércio eletrônico”, adianta.

Diego revê sua experiência na Ciência da Computação como totalmente positiva. “Eu tinha uma expectativa grande e ela foi superada. O curso é mais abrangente e a qualidade do corpo de professores é excelente “, diz, resumindo: “Você sai com condições de responder a problemas muito variados”. Essa é, também, a impressão de Carlos Leonardo, que, logo após graduar-se, decidiu partir para o Mestrado, concluído em 1999. “A formação na UFMG é teórica e prática e isso faz muita diferença”, analisa.