Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 1 - nº. 3 - Agosto de 2003 - Edição Vestibular


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Matemática Computacional

Curso capacita profissionais a solucionar, por meio da computação, problemas que envolvam a Matemática ou vice-versa

Magela Perpétuo

Um ano antes de formar a primeira turma, a direção do curso de Matemática Computacional entregou o diploma a Luciana Rocha Pedro. Ela fez o primeiro Vestibular do curso, em 1999, depois de freqüentar, por um ano, a Graduação em Matemática. Por isso, conseguiu dispensa de muitas matérias, além de ter antecipado outras. “Sempre achei pouco quatro matérias por semestre”, afirma. No ano passado, mais uma vez, ela se adiantou ao passar na concorrida seleção do Laboratório Nacional de Computação Científica, instituição de ensino ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Em Petrópolis (RJ), Luciana faz Doutorado em “Modelagem Computacional”.

Quem conhece Luciana sabe que ela é apaixonada pela Matemática desde os cinco anos e sabe, também, que, até pouco tempo depois do Vestibular para Matemática Computacional, ela mal sabia ligar um computador. “Eu preferi a Matemática Computacional por causa do mercado de trabalho. Quem me ajudou a conhecer computador foram três colegas do curso”, lembra ela, para quem a falta de conhecimento em Informática não é, de maneira alguma, impedimento para alguém disputar uma vaga do curso.

Entretanto, avisa Luciana, depois de superar o Vestibular, o aluno precisará atentar para a computação, ainda que as mais duras exigências estejam mesmo reservadas à Matemática. “O curso requer um embasamento teórico de Matemática muitíssimo pesado”, assinala. Aluna dedicada, ela tem comprovado a importância da sólida formação que teve. Este ano, Luciana conseguiu um acordo de dispensa de algumas disciplinas no Laboratório Nacional de Computação Científica, porque já domina os conteúdos.

A Matemática Computacional, explica o Coordenador do Colegiado de Graduação, professor Antônio Zumpano Pereira Santos, é o curso que capacita profissionais a solucionar, por meio da computação, problemas que envolvam a Matemática ou vice-versa. Essa característica básica permite ao profissional aplicar seu duplo conhecimento nas mais diferentes áreas. Os exemplos estão espalhados em demandas muito variadas, apresentadas, por exemplo, por escritórios de advocacia, que lidam com bancos de dados extremamente variados; por fabricantes de parafusos, que precisam testar a resistência do produto; por empresas que comandam o tráfego nas grandes cidades e precisam da sincronia de semáforos; pelos Correios, que carecem de constante otimização de rotas; ou, ainda, por biólogos, que decifram as milhares de informações reveladas pelo código genético.

Foca Lisboa
“Quero desenvolver soluções para a sociedade”, afirma Luciana

“O que fazemos é ensinar o computador a dar respostas rápidas para os problemas que queremos solucionar”, resume Luciana, que se interessou ainda mais pela profissão quando descobriu que estaria sempre procurando resolver problemas práticos, que interferem no dia-a-dia das indústrias, dos escritórios, enfim, no cotidiano das pessoas. “Quero desenvolver soluções para a sociedade”, assegura, advertindo que o candidato a uma vaga em Matemática Computacional tem que estar disposto a estudar muito. “Mas não é nada que impeça alguém de ter vida própria, além do curso”, observa Luciano Coutinho dos Santos, de 20 anos, aluno do terceiro período.

Sempre interessado em Matemática e em Informática, Luciano não teve dúvidas ao escolher Matemática Computacional, mas confessa certo desconhecimento sobre o que o esperava no curso. “Eu queria algo que englobasse as duas coisas, mas não sabia muito bem o que iria estudar”, lembra, ressaltando que o curso é melhor do que ele imaginava. A aplicação da Matemática Computacional é ampla, segundo Luciano, e, por isso, proporciona atuação em inúmeras áreas. “Não tinha idéia de que meu horizonte se abriria tanto”. Atraído, até o momento, por estudos sobre linguagem de computadores, Luciano tem bolsa de Iniciação Científica – projeto de pesquisa – e planeja chegar à Pós-Graduação. “É uma área em que você precisa continuar estudando sempre”, avalia.

No primeiro ano do Mestrado em Matemática, também na UFMG, o ex-aluno da Matemática Computacional, Leonardo Rolla, concorda. Segundo ele, é preciso se dedicar e continuar estudando. Ele escolheu o curso por perceber que era um ramo ainda pouco explorado. “Sabia que teria um conhecimento sólido em Matemática e em Computação, duas coisas de que sempre gostei, e, ao mesmo tempo, pensava no mercado de trabalho, que ainda não está nada saturado”, conta.

Eber Faioli
Zumpano destaca a abrangência do curso

Leonardo faz uma avaliação bastante positiva da sua Graduação, mas destaca que diversos alunos erram ao acreditar que vão se dedicar à mesma aprendizagem da Ciência da Computação. “Usamos as mesmas ferramentas, mas para problemas diferentes”, alerta ele, em coro com Luciana, que viu colegas desistirem do curso porque confudiram os campos de atuação. Para Leonardo, engana-se redondamente quem escolhe Matemática Computacional achando que ela é um trampolim para a Ciência da Computação. “Nós estudamos Matemática muito mais profundamente. Por isso, é preciso ter grande afinidade com essa ciência”, diz Luciana, ressalvando que de maneira alguma esse profissional ficará limitado à Matemática. Segundo ela, é o contrário. Com a Matemática Computacional, o aluno tem chances de se envolver com tantas áreas distintas que nem pode imaginar. “No Laboratório Nacional de Computação Científica, muitos dos meus colegas são profissionais que vieram da Biologia, da Psicologia, da Letras e de outros cursos. Hoje, o mundo todo gira em torno de computadores e estes em torno da Matemática”, conclui.