Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 1 - nº. 3 - Agosto de 2003 - Edição Vestibular


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As primeiras interrogações ninguém esquece

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Com 19 habilitações, além de Licenciatura, curso oferece amplo espectro para a carreira profissional

Foca Lisboa

As irmãs Flávia, Lúcia e Marina Ferraz tinham tudo para seguir a carreira médica, como os pais. No entanto as viagens, na infância, sempre embaladas ao som de música popular brasileira, o tom afinado entre elas e a oportunidade de uma formação apurada fizeram delas o Amaranto, grupo mineiro de música popular, por diversas vezes premiado e que acaba de lançar o terceiro CD. Engajadas na carreira artística há bastante tempo, Flávia e Lúcia não dispensaram a formação acadêmica e são alunas do curso de Música. Marina também estuda música em uma escola privada na Capital mineira.

Essa é uma característica comum entre os alunos do curso na UFMG. Muitos deles já iniciaram uma carreira e sobrevivem profissionalmente como cantores ou instrumentistas. Para entrar na Escola de Música, avisa o Coordenador de Graduação, professor Fernando Rocha, o aluno precisa ter um bom conhecimento musical prévio. Essa exigência não é incoerente, como muitos pensam. “A pessoa que vai prestar vestibular para Física, já conhece um pouco do assunto. Em curso universitário, nenhum o aluno começa do zero”, justifica.

Na Música, também é assim. Ao fazer a inscrição para o vestibular, tanto na primeira quanto na segunda etapas, ele será submetido a provas específicas, que medem sua experiência, conhecimento e habilidade musical. Fernando Rocha salienta a importância da abertura do currículo e da grande diversidade de caminhos que o aluno pode traçar na sua vida acadêmica na Escola de Música. “A Escola, possivelmente, é uma das poucas no País que oferece uma boa infra-estrutura, além da grande variedade de grupos musicais e projetos de pesquisa desenvolvidos pelos professores”, afirma.

A Escola de Música oferece oito vagas para a Licenciatura (formação de professores de Educação Artística para as redes de Ensino Fundamental e Médio e para conservatórios públicos e privados) e 36 para o Bacharelado. Neste caso, o aluno tem que escolher entre 19 habilitações: Canto, Regência, Composição, Clarineta, Contrabaixo, Fagote, Flauta, Harpa, Oboé, Percussão, Piano, Saxofone, Trombone, Trompa, Trompete, Viola, Violão, Violino e Violoncelo. A prática faz, obviamente, parte da dinâmica do ensino e o aluno pode atuar em grupos de diversos estilos e formações que a Escola possui, como orquestra sinfônica, banda sinfônica, big band, coro, grupo de percussão, camerata de violões, grupo de saxofones, grupo de trombones, quinteto de metais, quarteto de cordas e vários outros grupos de música de câmara, tanto erudita quanto popular. Além disso, o aluno poderá aprofundar, igualmente, seu conhecimento em teoria, história, pedagogia e tecnologia musicais, com várias possibilidades de participar em projetos de pesquisa nessas áreas.

Foca Lisboa
Irmãs do Grupo Amaranto buscaram na UFMG a promoção acadêmica

Professora de flauta doce, Lúcia Ferraz, de 25 anos, cumpre uma nova rotina de formação, estudando flauta transversal há seis períodos. Por um tempo, ela achou que deveria ter outra profissão além da de cantora e instrumentista e, por isso, insistiu, durante três anos, na Veterinária, também na UFMG. Lúcia ficou um semestre preparando-se para fazer a prova específica de flauta, num processo de reopção (mudança de curso dentro da própria UFMG). “Posso até não precisar do meu diploma para trabalhar com Música, mas passar pela Universidade é, independentemente do curso, muito importante para a vivência. Além disso, em Música o aprendizado é eterno. Nunca acho que sei o suficiente e a Escola abre muitas possibilidades”, diz ela, com o que concorda o baterista André “Limão” Queiróz, de 33 anos, vários CDs gravados com profissionais, como a cantora Marina Machado. “Limão” interessou-se pela música aos seis anos, por influência do pai, engenheiro e trompetista, e, aos nove anos, ganhou um tambor de couro, apaixonando-se pela percussão. Aos 14, ganhou uma bateria e, aos 15, apresentava-se em bares, ao mesmo tempo que tinha aulas com Lincoln Cheib, baterista do cantor Milton Nascimento. “Sempre tive o hábito de estudar música e, quando quis fazer curso superior, ainda não havia a opção de Percussão na UFMG”, lembra ele, que planejou para si um curso e, durante anos, empenhou-se numa formação autodidata. “Todas as manhãs, estudava cinco horas seguidas”, conta. Em 1999, André passou no vestibular. “É diferente quando você faz a escolha mais maduro. O aluno não se mostra tão passivo diante do aprendizado e aproveita muito mais”, avalia.

“Limão” é colega de percussão de Sérgio Aluotto, de 26 anos, há dois anos músico da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. A história deste se repete quanto ao interesse pela música ainda criança. Aos 15, Sérgio tocava bateria em um grupo de música popular. Quando terminou o Ensino Médio, passou seis meses na Drummers Collective, em Nova Iorque, e, em 1998, fez vestibular. “Meu curso é voltado para várias áreas e posso tocar em orquestra, em grupos de música popular, contemporânea, em qualquer um. Acho que o melhor da Universidade é você estar sempre em contato com muita informação e aprendendo a buscar a informação que lhe interessa”, diz ele, para quem a experiência fora da Escola não é o bastante.

Foca Lisboa
André “Limão”: apaixonado pela música desde a infância

É também o que acha a cantora e atriz Renata Vanucci, de 22 anos. Apesar de julgar o curso limitado para o seu interesse específico em ópera, ela insiste em resolver os problemas aproveitando as oportunidades que o próprio currículo da Escola de Música oferece. O curso é flexível e Renata poderá optar pela formação complementar, uma variável ainda pouco explorada pelos alunos. Para compensar a falta, na Escola de Música, de disciplinas que lhe interessam muito de perto, como interpretação, ela pretende freqüentar aulas no curso de Artes Cênicas. Renata já atuou em peças de teatro e em televisão e integrou um grupo de rock antes de decidir estudar canto lírico. “O que me interessa é a ópera, mas sinto que existe certa discriminação em relação ao canto. Para muita gente, e mesmo na Escola, ser cantor ou ser maestro não é ser músico”, lamenta.