Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 1 - nº. 3 - Agosto de 2003 - Edição Vestibular


Editorial

Entrevista
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Farmácia

Biologia e Química são fundamentos do curso, que prepara para mercado de trabalho diversificado

Foca Lisboa
Formação centrada na Química e na Biologia

Se você é um candidato que procura muito conhecimento em Química e Biologia e escolheu Farmácia, não tenha dúvida de que acertou na mosca. O que você vai ver, desde o primeiro momento do Ciclo Básico até o final dos cinco anos de Faculdade, é o desenrolar constante do saber produzido nessas duas áreas, acrescido de conhecimentos em habilitações específicas, que têm garantido a inserção do profissional no mercado de trabalho com facilidade pouco vista nos tempos atuais.

“Nossos alunos começam a trabalhar imediatamente quando se formam e, ainda que os salários iniciais não sejam muito atraentes, conseguem impor-se pela sólida bagagem que carregam”, diz a Professora Maria Auxiliadora Fontes de Prates, a Dôra, Coordenadora do Colegiado de Graduação. A formação do farmacêutico, salienta ela, está centrada basicamente no estudo aprofundado da Química e da Biologia e isso dá ao curso um grande diferencial. “Na UFMG, não existe nenhum outro curso que una esses dois saberes com tanta intensidade”, assegura.

Aluno do nono período, Wendel de Oliveira Afonso, de 22 anos, assina embaixo das palavras da Coordenadora. Ele resume a Farmácia como um curso “pesado”, que obriga o aluno a muito esforço de raciocínio, de concentração e, também, de assimilação. “Tem que decorar muita coisa mesmo”, diz. O resultado é que o aluno deixa a escola com um grande embasamento teórico. “Se eu fosse fazer outro Vestibular, tenho certeza de que faria novamente para Farmácia”, garante Wendel.

O farmacêutico tem diferentes áreas de atuação e, por isso, deve especializar-se. O currículo está em processo de mudança, mas não deve haver alterações nas áreas de concentração. Os farmacêuticos são capacitados para trabalhar diretamente como responsáveis por farmácias, o que significa que estarão presentes no dia-a-dia do estabelecimento, orientando os clientes sobre a maneira de seguir as prescrições médicas.

Além disso, eles se preparam para atuar nas indústrias de medicamentos, onde vão dedicar-se especialmente à formulação, à produção e ao controle de qualidade dos remédios. Podem, ainda, voltar-se para a indústria de cosméticos – também na formulação, produção e controle de qualidade – ou para a indústria de alimentos, tornando-se responsáveis por todos os aspectos que envolvem a garantia dos produtos consumidos pela população.

Foca Lisboa
Karla enfatiza a importância do embasamento técnico do curso

Uma outra área de atuação dos farmacêuticos é a Bioquímica, em que o profissional enfrentará os desafios de garantir a segurança dos resultados de centenas e centenas de tipos de exames bioquímicos. As várias áreas de atuação motivaram Wendel na escolha da Farmácia. Desde o início do curso, ele se envolveu com estágios nos laboratórios de pesquisa do Departamento de Química do Instituto de Ciências Exatas, onde o curso acontece nos dois anos e meio iniciais, e também na Faculdade de Farmácia. “Sempre quis sugar o máximo do que me foi oferecido pela Universidade”, conta. Ele escolheu a Farmácia Industrial como habilitação profissional e, a partir daí, correu atrás de uma formação ancorada em outras áreas. Especialmente preocupado com capacitação gerencial, Wendel fez disciplinas na Engenharia de Produção e, mesmo prestes a se formar, pretende cursar outras na Faculdade de Ciências Econômicas.

Capacitar-se em administração foi também o que buscou José Maria Pereira, diretor industrial da Belfar Indústria Farmacêutica. Quando ainda terminava a Faculdade de Farmácia, em 1988, resolveu que faria o estágio obrigatório em São Paulo, onde existe maior número de indústrias. José Maria conseguiu estagiar em três laboratórios, dois multinacionais, nos setores de produção, controle de qualidade e desenvolvimento de novos produtos. “Foi a época em que tive completa noção do curso. Tenho certeza de que fui bem-sucedido graças à base adquirida na escola”, assegura José Maria. Ele fez também Pós-Graduação em Administração Industrial. “Com as funções que tenho, fica fácil estar preparado para gerenciar, porque coordeno o setor industrial e não tenho que me preocupar apenas com a produção, mas também com questões como políticas de qualidade e relacionamento com o mercado”, ressalta.

Quando foi convidada, há 16 anos, para trabalhar na L’Acqua di Fiori, uma das maiores empresas de cosméticos e perfumaria de Minas, Karla Fantaguzzi tinha apenas dois meses de formada. Ela foi responsável pela montagem de todo o controle de qualidade microbiológico e fisico-químico da indústria, que também começava a dar passos maiores.

Essa foi a primeira chance que Karla teve para avaliar seu curso. “Tive um embasamento técnico muito grande e isso foi importantíssimo para o meu desempenho, porque comecei quase do zero na empresa, preocupando-me com questões que iam do layout da sala até a compra de equipamentos e materiais”, recorda. Atualmente, Karla trabalha com o desenvolvimento de produtos e, para tanto, sua atenção não está voltada somente para a formulação ou testes anteriores à produção, mas para atividades correlatas como pesquisa de tendência de mercado. “É uma área muito interessante”, diz, ressalvando que o mercado de trabalho não é tão favorável.

O mercado também aflige o farmacêutico Humberto Abrão, embora por outra ótica. Dono do laboratório de análises clínicas que carrega seu nome, há mais de 20 anos, Abrão se tornou grande empresário, porém salienta, que, hoje as dificuldades para se estabelecer são bem maiores. “Quem pretende ter seu próprio negócio tem que saber que é complicado. Existe muita concorrência e possuir um diferencial é imprescindível”, afirma.

Foca Lisboa
Renata destaca a formação cidadã obtida na UFMG

E foi o atendimento diferenciado, no caso, em farmácias, o que conquistou Renata Loiola, formada em 1995. Depois de trabalhar por quatro anos em uma farmácia no centro da Capital, ela decidiu, em sociedade com o marido, também farmacêutico, montar seu estabelecimento em Contagem. A atenção farmacêutica, marcada por um relacionamento especial, que inclui a realização de prontuários dos clientes habituais, é marca do trabalho do casal. “Na Universidade, aprendi muito da minha área e foi lá, também, que me formei cidadã”, assinala. Renata pertence à Diretoria do Conselho Regional de Farmácia e diz que seu empenho é o de fazer com que as farmácias do País sejam encaradas como um posto avançado de saúde, onde os clientes poderão realmente depositar confiança. O cliente, ressalta Renata, deve ter a garantia de que não entrará numa farmácia só para comprar o medicamento, mas também para ser orientado e acompanhado.