Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 1 - nº. 3 - Agosto de 2003 - Edição Vestibular


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Engenharia de Minas

As grandes reservas minerais brasileiras impedem a saturação do mercado de trabalho para os engenheiros de minas

Divulgação MBR

Os números entusiasmam e as circunstâncias têm tudo a ver. O Brasil é detentor da sexta maior reserva de minério de ferro do mundo e o segundo no ranking da produção. Em relação a muitos outros minérios importantes, o País não fica atrás e repete altos índices. O alumínio soma, por ano, mais de 1,3 milhão de toneladas e o País está no pódio entre os seis maiores produtores mundiais. No caso do cimento, a situação é, também, privilegiada, pois, com fábricas instaladas em 21 estados, a produção é a oitava maior do mundo. Nesse cenário, o engenheiro de minas tem ou não tem tudo para ficar feliz?

A resposta do professor Adriano Heckert Gripp, Coordenador do Colegiado do curso de Engenharia de Minas da UFMG, é afirmativa, já que todos os números favoráveis são espelhados igualmente no mercado de trabalho. Ou seja, o engenheiro de minas e o engenheiro metalúrgico, o seu colega muito próximo, fazem parte de uma rara lista de profissionais para quem não existe saturação de empregos no Brasil. As maiores empresas mineradoras do País e, entre elas, muitas das principais do mundo absorvem com relativa facilidade os profissionais que saem das Faculdades. Além disso, o campo de trabalho foi bastante ampliado com a aprovação de leis mais rigorosas quanto à preservação do meio ambiente.

O engenheiro de minas é aquele profissional que está apto a responder pelas várias fases e processos que envolvem a mineração. Ele é essencial na busca pelos depósitos minerais, na quantificação das reservas e nas atividades de extração e beneficiamento do minério. Não é pouca coisa, mas o engenheiro de minas lida, ainda, com tarefas que estão, cada vez mais, na ordem do dia – como a recuperação do meio ambiente, a segurança e a destinação dos rejeitos gerados na lavra e no beneficiamento, bem como a procura e a extração de água subterrânea, um bem mineral.

Comandando o trabalho em minas subterrâneas ou a céu aberto, o profissional estará, normalmente, exercendo sua função em lugares mais afastados dos centros urbanos, porém a demanda em escritórios de consultoria é muito expressiva, em especial para elaboração de projetos e para tratar dos assuntos relacionados à legislação. Gripp lembra que o engenheiro de minas necessita de um grande conhecimento das tecnologias disponíveis no setor, pois, hoje, em geral, as atividades de pesquisa mineral, lavra e beneficiamento são realizadas utilizando-se tecnologia de ponta, equipamentos modernos e informática. “Em algumas grandes minas, a dependência da informática é, às vezes, próxima de 100%. Se der uma pane no computador, a mina pode parar”, observa o Professor.

Eber Faioli
Adriano Gripp: profissional precisa ter grande conhecimento de tecnologias disponíveis

O currículo do curso, de 1990, está em processo de reforma, um esforço que começou há quatro anos e que deve ser concluído até o final de 2004. Segundo Gripp, “em dez anos, muita coisa mudou e há necessidade de adaptar o currículo”. A Engenharia de Minas é um curso diurno, com duas entradas por ano – 25 alunos por semestre. O tempo mínimo de integralização é de dez semestres e o máximo, de 18 semestres. Os dois primeiros anos do ciclo básico são cursados no Instituto de Ciências Exatas (ICEx), onde o aluno tem uma carga considerada muito pesada das disciplinas Matemática, Física e Química. Nesse período, o estudante, em muitos dias, tem aulas pela manhã e à tarde.

O ICEx é a prova de fogo do futuro engenheiro de minas, acredita o aluno do décimo período, Antônio Carlos Barbosa da Costa, de 25 anos. Ele próprio está formando um semestre atrasado por ter sido reprovado três vezes em disciplinas do ICEx. “Para o estudante do segundo grau, principalmente aquele que vem da escola pública, não é fácil. As matérias são muito puxadas, as salas muito cheias e com alunos de diferentes cursos. Você apanha mesmo”, resume. Antônio Carlos diz ter sentido um alívio quando pisou, de fato, na Escola de Engenharia. “Ali, o estudo é mais individualizado e, apesar de difícil, temos como desfazer dúvidas com os professores, sem problemas”, assinala.

Irmão de um engenheiro civil, ele se decidiu pela Engenharia de Minas por influência de um amigo vizinho. “Quando fiz vestibular, minha primeira opção era Engenharia Elétrica. Ainda bem que só consegui passar para Minas. Hoje, penso que essa teria sido a escolha certa desde o início”, atesta. Os 14 professores do Departamento de Engenharia de Minas – o curso funciona com professores de vários outros Departamentos – possuem título de Doutor. “Embora tenhamos poucos professores, nosso corpo docente é muito qualificado”, ressalta o chefe do Departamento, professor George Valadão.

Eber Faioli
Antônio Barbosa: na Escola de Engenharia, o estudo é mais individualizado

Como uma das vantagens do curso, Valadão aponta a forte interação com as empresas do setor, facilitada pela presença das mais importantes em Minas Gerais. “Não podemos nunca esquecer que somos do setor produtivo”, assinala. Apesar de os estágios não serem viabilizados diretamente pelo curso, Valadão lembra que os alunos não têm problemas nessa área. “Ninguém fica de fora”, assegura. Um outro extra do curso de Engenharia de Minas são os convênios mantidos atualmente com duas universidades norte-americanas – Tennessee Tecnological University e New Mexico Institute of Mine and Tecnology –, pelos quais alunos são selecionados para intercâmbio durante seis meses, com bolsas para sua manutenção. O profissional, assinala o Professor, tem freqüentemente como companheiro de trabalho o geólogo, um especialista na formação e na transformação das estruturas do globo terrestre.