Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 1 - nº. 3 - Agosto de 2003 - Edição Vestibular


Editorial

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Outras edições

O elo da terra

Química

Unindo partículas e concepções do mundo, aluno forma-se para campo de trabalho em expansão

Foca Lisboa

Por influência de professores do Pré-Vestibular, Ivina Paula de Souza, de 22 anos, optou pela Química. “Sempre quis um curso de Ciências Exatas, mas meus professores falavam com tanto entusiasmo da ciência, que só precisei escolher entre a Química e a Engenharia Química”, conta ela. Aluna do oitavo período de Licenciatura, do curso diurno, ela já cursou várias matérias do Bacharelado e prepara-se para enfrentar a prova de Mestrado no Instituto de Ciências Biológicas, em 2004, seguindo um percurso do qual não pretende abrir mão. “Quero me aprofundar nas interações entre a Química e a Biologia e continuar como professora”, planeja.

Dando aulas em um curso pré-vestibular desde quando estava no terceiro período, a trajetória de Ivina Paula é comum entre os alunos do curso. Em geral, eles começam muito cedo a dar aulas ou a ocupar cargos em indústrias ou empresas correlatas, o que, avalia a professora Amélia Maria Gomes do Val, chega a ser prejudicial, pois tendem a atrasar o término do curso. Coordenadora do Colegiado de Graduação, Amélia Maria acredita que esse espaço ocupado precocemente é fruto de um mercado cuja demanda é crescente, pois a presença do profissional é essencial não só nas escolas de Ensino Fundamental e Médio como também em um número grande de indústrias e de empresas envolvidas com a Química.

Não é para menos. O número de escolas cresce a cada dia, aumentando a demanda por professores; além disso, a quase totalidade dos processos produtivos passam por alguma modificação química, carecendo de um profissional especializado. Ao lidar com as transformações da matéria, observando, pesquisando e avaliando as reações das substâncias quando expostas às variações de temperatura, pressão, luz e outros fatores, o químico está, por exemplo, nas indústrias agrícolas, petroquímicas, de cosméticos, de alimento, de cimento, de vidro, de plástico, de tintas e vernizes e outras.

Eber Faioli
Douglas pretende trabalhar na área ambiental

Também atua nos laboratórios de controle de qualidade de produtos e nos de resíduos industriais, monitorando o impacto ambiental. Nos órgãos governamentais, ele contribui para os serviços de fiscalização das práticas que causem qualquer tipo de dano ao ambiente ou, ainda, para o planejamento dos serviços de tratamento de água ou de transporte de produtos químicos. “O campo é amplo”, reitera a Coordenadora do Colegiado de Graduação, assegurando que o curso na UFMG proporciona ótima formação técnica, amparada na vivência alcançada especialmente nos laboratórios.

O curso de Química possui Bacharelado e Licenciatura (formação de professores para o Ensino Fundamental e Médio) no curso diurno, mas o aluno só terá de optar por uma das modalidades quando terminar o terceiro período. Já no curso noturno, a única modalidade é a Licenciatura. A principal diferença entre os dois cursos de Licenciatura é que os matriculados no noturno têm um semestre a mais para completar o tempo mínimo de integralização, perfazendo nove semestres, contra os oito do período diurno. “É um tempo a mais necessário para quem, normalmente, trabalha durante o dia e estuda à noite. Estamos, inclusive, avaliando a possibilidade de acrescentar mais um semestre, passando o noturno para cinco anos”, assinala Amélia Maria.

Foca Lisboa

Como a pesquisa é uma atividade consolidada no Departamento de Química, este oferece diversas oportunidades para os alunos, que participam dos projetos como bolsistas ou, mesmo, como voluntários, desde os primeiros períodos. Foi o que aconteceu com Ivina Paula, bolsista de Iniciação Científica no Laboratório de Ensaio de Combustíveis, analisando a qualidade da gasolina, o que lhe deu segurança ainda maior ao decidir-se pelo Mestrado, que vai tentar no próximo ano. “Eu gosto da Química como um todo, adorei a Química Analítica, mas vou investir na Bioquímica, porque sonho descobrir algo. Por isso, não pretendo trabalhar na indústria, mas dividir a pesquisa só com a sala de aula”, assegura.

Quem está de olho na indústria é Douglas Emanuel Santana, de 23 anos, também no oitavo período diurno. Antes de entrar para o curso de Química, ele havia feito estágio no Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, completando sua formação no curso de Técnico em Química, do Cefet. Quando passou no Vestibular, Douglas decidiu continuar o aprendizado iniciado e conseguiu uma bolsa de Iniciação Científica no mesmo lugar. “Passei por vários projetos. Trabalhei com efluentes líquidos industriais, efluentes urbanos, resíduos sólidos industriais e, agora, estou pesquisando resíduos sólidos urbanos. Acho que acumulei bastante conhecimento nessa área de controle ambiental, na qual quero fazer Mestrado”, afirma. Douglas conseguiu, também, estágio numa empresa de consultoria ambiental, onde ajuda a montar um laboratório de análise química. “Traduzo os manuais e estou adaptando as metodologias”, conta ele, que já percebeu facilidades no mercado de trabalho para o químico. “A área ambiental, está em expansão há muito tempo”, avalia, lembrando que pretende conciliar o Mestrado com um emprego em que possa aplicar os conhecimentos de Química.

Foca Lisboa
Bioquímica é alvo dos estudos de Ivina

No entanto, para Esdras Alexander Coelho, bastou uma das experiências que teve na indústria, antes de se formar, para não mais querer essa área. Como técnico em Química Industrial, Esdras trabalhou numa montadora de automóveis durante cinco anos, fazendo análises dos rejeitos industriais e da qualidade ambiental. “Eu monitorava centenas de pontos da fábrica, fazendo análise do material, porque tudo tem que ser muito bem controlado. Mas não quero mais trabalhar em processos produtivos, porque não sobra tempo para nada. Como professor, tenho mais flexibilidade”, avalia.