Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 1 - nº. 3 - Agosto de 2003 - Edição Vestibular


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Versatilidade a toda prova

Engenharia Química

Atuar nos processos industriais que envolvem reações químicas e termoquímicas, independentemente da matéria-prima, é a principal ocupação do engenheiro químico

Eber Faioli

Quando escolheu como profissão a Engenharia Química, o mineiro Gibran Werneck, de 29 anos, teve uma forte motivação. Além de adorar disciplinas básicas do curso, em especial Química e Matemática, ele percebeu que, entre as Engenharias, essa lhe descortinava um leque enorme de opções. Acertou na mosca. Como estagiário, durante o curso, e em cinco anos de formado, Gibran já esteve em diferentes tipos de indústria. “Eu posso trabalhar na indústria alimentícia ou de cimento e essa é uma qualidade muito interessante da profissão”, constata.

O engenheiro químico é extremamente versátil porque sua formação e o mercado de trabalho exigem isso dele. Atuando diretamente nos processos industriais que envolvem reações químicas e termoquímicas na transformação das mais diferentes matérias-primas, o profissional está presente desde o momento da projeção das fábricas, passando pela pesquisa em laboratórios, até o da comercialização de equipamentos ou junto às conseqüências econômicas e ambientais de todo o desenrolar da industrialização.

As possibilidades para o engenheiro químico não estão restritas às mais tradicionais indústrias ligadas a essa ciência – como a química, a petroquímica e as de papel e celulose, têxtil ou carbonífera. Há espaço para ele também nas indústrias de plástico, alimentos, cerâmicas, produtos farmacêuticos, tintas e vernizes, fertilizantes, materiais de construção, açúcar, álcool, borracha, materiais de limpeza, inseticidas, pigmentos, fibras sintéticas, vidro, madeira, cosméticos, perfumaria e muitas outras.

“Por causa dessa versatilidade e da relação com várias outras Engenharias e ciências, o curso deve garantir ao futuro profissional uma base muito sólida”, diz a Coordenadora do Colegiado de Graduação, professora Sônia Denise Rocha. Ela ressalta a necessidade de o engenheiro químico atualizar-se constantemente, pois é essencial estar atento à otimização dos processos industriais já existentes na indústria. Mais ainda, é função do profissional propor novos meios e sistemas, visando à diminuição de perdas de matérias-primas, oferecendo soluções para o reaproveitamento de resíduos industriais e garantindo produções tecnologicamente mais limpas, que preservem o meio ambiente.

Eber Faioli
Alunos atuam constantemente em laboratórios para garantir boa formação acadêmica

“O engenheiro químico acompanha a utilização e o desempenho dos produtos”, acrescenta a Coordenadora. Se trabalhar, por exemplo, numa indústria de lubrificantes e um novo óleo for colocado no mercado, estará atento a todas as etapas desse processo. Na área de comercialização de equipamentos, escolhida por Gibran Werneck, os negócios requerem do profissional uma performance bastante diferenciada. “Não é como vender um produto qualquer. A venda no setor é extremamente técnica. Tem que mostrar ao cliente o que fornece mais resultados para a sua indústria, o que é mais eficiente, econômico e adequado à sua produção. Você vai interferir no processo e, para isso, tem que conhecer muito sobre ele”, assinala.

Gibran vem-se especializando no controle de sistemas ligados às questões ambientais, como a implantação de programas de qualidade em tratamento de água e efluentes. “A área de meio ambiente tem requisitado muitos engenheiros químicos”, esclarece. Com os conhecimentos técnicos, inclusive de legislação e normas ambientais, o engenheiro químico pode interferir diretamente, do início ao fim, nos projetos que eliminem ou minimizem fontes poluidoras e, também, seus efeitos. A sociedade tem cobrado e construído mecanismos de defesa contra negócios poluidores e, às indústrias, como imperativo de sobrevivência, resta se adaptarem às novas filosofias de produção.

O mercado de trabalho, sobretudo pela variedade de oportunidades, tem-se comportado no País de forma bastante favorável ao engenheiro químico. Durante o curso na UFMG, Gibran realizou três estágios longos, trabalhando na cervejaria Brahma, na indústria de cosméticos Clarity e na indústria de laticínios Itambé. Esse ex-aluno considera que a interação com as empresas deve ser estimulada no curso. “Eu achava o curso acadêmico demais, mas reconheço que ele propicia uma base muito boa para enfrentar os estágios, em que a gente aprende muito”, afirma.

Eber Faioli
Sônia Rocha: profissional acompanha a utilização e o desempenho dos produtos

O currículo da Engenharia Química está em reforma, explica Sônia, e atenderá a ressalva feita por Gibran, comum entre outros alunos. Segundo ela, no conjunto das disciplinas, o trabalho prático em laboratórios deverá ser mais bem explorado mediante visitas técnicas e trabalho de final de curso integrado com as indústrias, que, hoje, já são realizadas, mas dependem mais da iniciativa dos professores que do próprio programa. “Sempre fazemos visitas técnicas a empresas”, exemplifica. Os estágios são obrigatórios e têm uma carga de 160 horas (um mês). “Raramente um aluno faz estágio apenas durante esse tempo”, afirma Gibran.

A Engenharia Química é um curso diurno, cujo tempo mínimo de integralização é de oito semestres e cujo máximo é de 17 semestres. Durante os quatro primeiros períodos, o aluno tem aulas, freqüentemente, pela manhã e à tarde, no Instituto de Ciências Exatas (ICEx). “Eu adorei o ICEx”, lembra Gibran, mesmo admitindo que, lá, teve dificuldades para passar em algumas matérias. “Mas a Escola de Engenharia também é difícil. Temos que estudar muito. A diferença mais importante é que, na Engenharia, você tem um contato mais próximo com os professores”, afirma.