Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 1 - nº. 3 - Agosto de 2003 - Edição Vestibular


Editorial

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As primeiras interrogações ninguém esquece

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Fisioterapia

Profissionais da reabilitação, fisioterapeutas trabalham para garantir qualidade de vida e reinserção social

Foca Lisboa

Ao escolher a profissão, a professora Ana Maria Sette Câmara não sabia exatamente o que queria. Decidiu-se, então, por um curso que seria ofertado pela primeira vez na UFMG, em 1979: Fisioterapia. “Hoje, tenho certeza que fiz a melhor escolha da minha vida”, diz ela. Coordenadora do Colegiado de Graduação, Ana Maria vem acompanhando o crescimento da Fisioterapia nos últimos anos. “Desde a sua primeira oferta, o curso vem se mantendo entre os primeiros na relação entre candidatos e vagas do Vestibular”, afirma ela.

Para a Coordenadora, o grande apelo da Fisioterapia é ser uma profissão da área de Saúde relativamente nova, que tem como objeto de estudo o movimento humano e suas disfunções e que vem desenvolvendo conhecimentos, metodologias e abordagens próprias em todos os níveis de atenção à saúde. O conceito de saúde mudou e, atualmente, valoriza-se o bem-estar do indivíduo, além da ausência de doença. Esse novo olhar promove cada vez mais profissionais da equipe de saúde que trabalham nesse sentido.

“Somos essencialmente profissionais da reabilitação”, diz Ana Maria, destacando que isso não representa simplesmente a busca pela recuperação de capacidades e movimentos perdidos. A reabilitação busca e aposta na reinserção social do indivíduo e, mais do que tudo, dedica-se a desenvolver nele processos que atendam necessidades específicas para o seu bem-estar. O fisioterapeuta, hoje, trabalha fundamentado em evidências científicas e pode atuar em várias especialidades – como Neurologia, Ortopedia, Reumatologia, Geriatria, Ginecologia e Obstetrícia, Oncologia, Pediatria, Dermatologia e Estética, Pneumologia, Cardiologia e outras.

Enfim, é uma ciência que, além de permitir aplicações variadas, oferece flexibilidade em relação aos locais de trabalho. Quando formado, o fisioterapeuta pode optar por montar seu próprio consultório, fazer atendimentos domiciliares, trabalhar em hospitais, CTIs, centros de saúde, creches e asilos. Ele pode, inclusive, exercer a profissão em academias e clubes esportivos, acompanhar atletas, bem como implantar, em indústrias e empresas, estratégias de prevenção de doenças ocupacionais.

Foca Lisboa
“Somos profissionais da reabilitação”, diz Ana Maria

O grande investimento que o fisioterapeuta tem de fazer é na sua capacitação, ou seja, deve se manter atualizado mediante participação em eventos científicos e em cursos de educação continuada. “O recém-formado não depende de grande investimento em recursos e equipamentos para trabalhar, pois os melhores recursos terapêuticos são suas mãos e seu conhecimento”, diz Ana Maria. Se preferir atividades acadêmicas, o profissional tem muito o que fazer, pois várias atividades de pesquisa estão sendo desenvolvidas nos programas de Pós-Graduação.

Para Elza Baracho, a profissão trouxe descobertas que resultaram em maior atenção às mulheres. Sua própria gravidez, no início da década de 80, fez com que ela se interessasse pela Fisioterapia aplicada à Ginecologia e à Obstetrícia. “Devido à lombalgia, os médicos me recomendavam repouso. Mas eu procurava formas de melhorar meu próprio estado e passei a observar as possibilidades de associar a Fisioterapia à Obstetrícia”, lembra ela. Mais tarde, numa viagem à Alemanha, Elza tomou contato com algo que sempre a preocupava: a assistência à gestante.

Desde 1987, ela se dedica a essa área e tornou-se uma referência no Brasil, especialmente quanto à reabilitação perineal, que exclui, em muitos casos, a indicação cirúrgica. Elza sustenta que o trabalho do fisioterapeuta tem que ser feito em conjunto com outros profissionais, mas lembra que, no início, sua atuação era incômoda para vários médicos. A situação mudou radicalmente e, agora, diz ela, os profissionais não têm mais problemas de convivência; ao contrário, são requisitados a todo momento. “Não é tudo um mar de rosas. As adaptações são difíceis, mas a união entre profissionais distintos fez avançar essa área”, sentencia.

Trabalhos de vanguarda dependem do tempo para serem aceitos, muito por causa da maturação das técnicas. Mas a dedicação, como a de Elza, é reconhecida. “Atualmente, as escolas se preocupam com essa especialização, e o reflexo disso é que, há muito, nenhum paciente chega aos consultórios de Fisioterapia sem indicação médica”, observa.

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Academias são um dos muitos lugares para o exercício da profissão de fisioterapeuta

Trajetória semelhante teve a fisioterapeuta Henriqueta Teixeira Alvarenga. Uma amiga que cursava Fisioterapia lhe mostrou fotos do seu trabalho em um hospital de doentes mentais. “Eu achei tão interessante, que decidi seguir a profissão dela”, conta. Formada em 1985, Henriqueta foi para a França dois anos depois, para cursar especialização em Fisioterapia Respiratória. Lá, conheceu outras técnicas, como RPG (reeducação postural global), antiginástica, ginástica holística, eutonia. “Todas essas técnicas eram consideradas alternativas, mas apostei nisso”, comemora.

No momento, Henriqueta dedica-se à montagem de um curso sobre Fisioterapia associada à Estética e à Reeducação Postural, uma outra área pouco explorada pelos fisioterapeutas e que sofre concorrência direta de massagistas e esteticistas. “O fisioterapeuta não vai ficar brigando, mas terá que lançar mão da sua qualificação em benefício até mesmo desses profissionais. É fundamental o trabalho em conjunto”, reforça.