Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 2 - nº. 5 - Junho de 2004 - Edição Vestibular

Editorial

Entrevista
Por dentro da UFMG

Inclusão
Para todos

Assistência ao estudante
Uma mão lava a outra

Cultura
Território da arte

Ciências Agrárias
Engenharia Agronômica
Medicina Veterinária

Ciências Biológicas
Ciências Biológicas

Ciências da Saúde
Ciência da Nutrição
Educação Física
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Farmácia
Fisioterapia
Fonoaudiologia
Medicina
Odontologia
Terapia Ocupacional

Ciências Exatas e da Terra
Ciência da Computação
Ciências Atuariais
Estatística
Física
Geologia
Matemática
Matemática Computacional
Química

Engenharias
Engenharia Civil
Eng. Controle e Automação
Engenharia de Minas
Engenharia de Produção
Engenharia Elétrica
Engenharia Mecânica
Engenharia Metalúrgica
Engenharia Química

Ciências Humanas
Ciências Sociais
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Ciências Sociais Aplicadas
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Ciências Contábeis
Ciências Econômicas
Comunicação Social
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Artes Cênicas
Belas-Artes
Letras
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UFMG Diversa
Expediente

Outras edições

O canto da sereia

Comunicação Social

Na UFMG, estudantes são atraídos pelos muitos e muitos caminhos da comunicação

Ser seduzido por informação, na sua diversidade de formas, e ter uma preocupação constante em saber das coisas são elementos indispensáveis para quem pretende enveredar pela Comunicação Social, defende o professor Bruno Souza Leal, coordenador do Colegiado de Graduação. Com o currículo flexibilizado já consolidado, o curso busca abrir vários caminhos para a formação do aluno.

Como o curso está estruturado?

Comunicação Social foi um dos primeiro cursos da UFMG e o primeiro de Belo Horizonte, a ter estrutura flexível, a permitir ao aluno possibilidades diferenciadas de formação. As disciplinas perpassam pelas várias áreas de comunicação, nas suas interfaces com a sociedade, a linguagem, os meios e os produtos. O aluno está vinculado a quatro habilitações: Rádio e TV, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas e Jornalismo.

A afinidade entre essas habilitações é grande?

Normalmente, o estudante procura o curso movido por um impulso, seduzido por uma única habilitação ou pela imagem que tem dessa habilitação. Nele, os alunos têm a oportunidade de vivenciar a Comunicação de uma forma ampla e, freqüentemente, ampliam suas perspectivas e, às vezes, procuram fazer mais de uma habilitação.

Essas habilitações dependem muito da prática. Como o curso trabalha essa necessidade?

Existe uma dimensão profissionalizante no curso que prevê o domínio técnico. O curso cria dois momentos para que o aluno adquira esse domínio: as disciplinas que chamamos de “oficinas”, em que o aluno obtém o domínio básico das ferramentas de trabalho, e o conjunto de disciplinas que denominamos de “laboratórios”, em que o aluno se engaja diretamente na realização de determinados produtos ou projetos. Porém, essa formação não é oferecida no sentido da dicotomia entre teoria e prática. É uma formação profissionalizante que necessita de envolver uma dimensão reflexiva intensa.

Por muito tempo, o profissional de Relações Públicas foi confundido com um profissional essencialmente de eventos. Como o curso trata essa habilitação?

Significativamente, a parte de eventos não é aquilo que o curso de Relações Públicas da UFMG enfatiza. A habilitação em RP tem claramente uma face voltada para o planejamento da comunicação, em duas dimensões: uma é a de mobilização social, de ação do RP frente a agentes, movimentos e setores sociais; e a outra é a de uma ação de RP dentro da empresa, interferindo no planejamento e na condução da área de comunicação nas organizações. O evento é somente uma ferramenta, parte do instrumental nessas duas formações maiores. A ênfase da nossa formação em RP está nessa área que definimos como gerência, gestão ou planejamento da comunicação.

O diploma de jornalista é questionado judicialmente. Qual é a necessidade real de se obter um diploma nessa área?

Legalmente, enquanto esse processo todo não se encerrar, existe uma exigência formal do diploma para que se possa exercer algumas funções nas empresas jornalísticas. Independentemente da discussão legal, defendemos que a formação de Nível Superior permite e promove um conhecimento muito mais sofisticado, mais elaborado, não só das técnicas mas da própria atividade jornalística.

Foca Lisboa
FREDERICO ganhou prêmios com trabalhos no Pólo Jequitinhonha

Formação com tom pessoal

Um jogo de muitos interesse levou Frederico Vieira de Souza, de 22 anos, ao curso de Comunicação Social. Sua intenção era aproveitar a versatilidade das funções do comunicador em benefício de uma outra prioridade em sua vida: ser ator. O elo ficou evidente quando, no desenrolar do curso, ele foi participando de atividades que privilegiavam ações de planejamento e intervenção cultural. Recém-graduado na habilitação Relações Públicas, Frederico completa, este ano, a formação em Jornalismo. “Transitei em todos os laboratórios do curso, não só por causa das disciplinas, mas também porque sempre me envolvi com extensão e pesquisa”, conta ele.

A lógica de uma comunicação integrada é muito forte no curso, assinala Frederico, que diz ter-se aproveitado bastante dessa característica para dar à sua formação profissional um tom pessoal. “Quando escolhi RP, foi porque vislumbrei que poderia ter um contato grande com produção cultural. Acertei, porque a habilitação tem me permitido uma troca bastante grande com a minha relação com o teatro.”

Para completar a formação em Jornalismo, precisará de mais um ano. “Sei que o jornalismo é uma ferramenta importante na produção cultural”, observa ele, explicando que pôde perceber com mais nitidez o entrosamento das habilitações ao integrar, como bolsista, a equipe de um grande projeto de extensão da UFMG – o Pólo Jequitinhonha. A participação lhe rendeu dois prêmios, conquistados pela turma da Comunicação Social que elaborou os projetos de planejamento em comunicação integrada para as prefeituras de Carbonita e de Turmalina. Os trabalhos foram premiados em dois congressos da área.

Troca perfeita

As Ciências Exatas eram algo tão presente na família e ela se dava tão bem com os números que, no início da década de 1980, Carla Madeira passou em primeiro lugar na disputa por uma vaga na Matemática, na UFMG. Depois de um ano e meio, ela sentiu o peso da opção errada com uma forte crise de depressão. “Eu adorava Matemática, não tinha nenhuma dificuldade nos estudos, mas fui me sentindo triste, tão triste que, um dia, decidi que não voltaria mais à Escola. Não admitia nem trancar a matrícula, queria mesmo era tentar Vestibular novamente para Comunicação Social”, relata.

Eber Faioli
Afinidade com artes fez CARLA trocar a Matemática pela Comunicação Social

E foi o que fez, em 1984, a, hoje, sócia de uma agência mineira de comunicação, Lápis Raro, que está no mercado há 17 anos. Carla conta que a afinidade com as artes – a música, a pintura, o teatro – foi que lhe mostrou que era necessária uma mudança. O acerto da decisão ficou evidente quando ela se interessou não apenas por uma das três habilitações possíveis da Comunicação Social naquela época. Em cinco anos, Carla se formou em Jornalismo, em Relações Públicas e em Publicidade e Propaganda.

Ainda estudante, ela começou a trabalhar como professora numa escola infantil, mas as habilidades que ia adquirindo na Comunicação a transformaram logo em coordenadora da área. “Na escola, o trabalho foi muito rico, porque fazia de tudo e atuava nas três áreas da comunicação. Ao mesmo tempo que montava cursos, divulgava, escrevia release, bolava cartazes. Foi praticamente a minha única experiência até montar a agência, mas foi essencial para que eu tivesse a visão de que queria não uma agência de publicidade ou de assessoria de imprensa, mas de comunicação”, assinala.

Carla é diretora de Planejamento e Criação. “Ajudo a pensar o que vai ser dito para o cliente, quais são as necessidades dele, em que ele deve investir na comunicação, que tipo de mídia é melhor de acordo com cada momento, se é publicidade, se é assessoria. Enfim, é um trabalho bem completo, que me faz lidar com muitas ferramentas da comunicação ao mesmo tempo”, descreve. A agência, hoje, tem grandes clientes, entretanto, Carla ressalta que não foi uma trajetória fácil. “Trabalhamos muito tempo sem retorno. O mercado é competitivo demais e exige muita atenção, criatividade e persistência do profissional”, assinala.