Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 3 - nº. 7 - Julho de 2005 - Edição Vestibular

Editorial

Entrevista
UFMG: uma instituição de ensino com responsabilidade social

Inclusão
Um portal chamado universidade

Assistência ao estudante
Antes de tudo um direito

Mundo Universitário
Os muitos olhares da graduação

Organização do Vestibular
Vestibular não é bicho de sete cabeças

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Mais que dose para Leão

Ciências Contábeis

Calcular o imposto de renda e o balanço das empresas não é mais a principal atividade da profissão, que dá suporte para definições estratégicas e tomadas de decisão

É inadmissível, diz o coordenador do Colegiado de Curso, professor Silvério Antônio do Nascimento, pensar nas Ciências Contábeis com a antiga visão tecnicista que marcava a área. Apurar impostos, preencher vias de pagamento e de arrecadação, fazer balanços e controlar aplicações são funções que ainda fazem parte do cotidiano do contador, mas entender o significado dessas inúmeras tarefas de escrituração, em seu contexto econômico e social, dando sentido aos números, é o grande desafio. "Além, é claro, de incorporar novas demandas que surgem no mundo empresarial", alerta o professor.
Rita da Glória

Profissional voltado para o patrimônio das empresas, grandes e pequenas, dos diversos tipos de instituições e entidades, além de órgãos públicos, o contador é responsável pelo registro de toda e qualquer movimentação financeira. "O contador oferece os números e também a análise das informações. Por isso, juntamente com a Economia e a Administração, a Ciências Contábeis integra hoje as chamadas Ciências Gerenciais", explica Nascimento.

Foi exatamente a percepção desse elo com a gestão que atraiu Alexandre Bossi Queiroz, para a profissão. Filho de contador, ele não se interessava pelas tarefas processuais do escritório paterno, mas ainda assim decidiu abraçar a carreira, pois vislumbrou a outra face da Contabilidade, amadurecida com as vantagens da informatização. "O profissional conhece toda a história da empresa por meio da análise da contabilidade. Com isso, ele conhece o passado, atua no presente e pode prever o futuro. Daí a importância estratégica do contador na gestão de qualquer instituição", avalia. Consultor da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembléia Legislativa de Minas Gerais e professor de uma faculdade particular, Alexandre iniciou a carreira bem antes de se formar, como analista de balanços do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).
Eber Faioli

De acordo com SILVÉRIO NASCIMENTO, novos rumos transformaram a profissão

Depois de permanecer no BDMG por um ano e meio, Alexandre transferiu-se para a gerência de um banco privado, onde trabalhou por dois anos. "A experiência anterior foi fundamental, porque eu tinha condições de analisar os pedidos de empréstimo olhando para o interior das empresas e ajudando o analista de crédito do Banco. Isso facilitava as negociações", lembra. Alexandre voltou a trabalhar no serviço público na década de 90. Fez concurso para o Tribunal de Contas e se tornou Inspetor de Controle Externo, realizando auditorias em órgãos públicos.

De certa forma, ele teve no Tribunal de Contas uma antecipação do trabalho que realiza atualmente na Assembléia Legislativa. "Como o Executivo tem que prestar contas ao Legislativo, minha função é ajudar deputados a entender e analisar essas contas", explica Alexandre, que avalia também o impacto financeiro e orçamentário para o Estado dos projetos apresentados pelos parlamentares.

De olho nas contas A auditoria — mecanismo de verificação das finanças de instituições públicas e privadas, e que empresta a elas confiabilidade — é realizada pelos contadores e é uma das áreas que mais cresce e emprega. Exigências legais, como a necessidade de as próprias firmas de auditorias serem auditadas, reforçam o mercado de trabalho para os contadores, o que Caroline Miriã Martins, 25 anos, teve oportunidade de ver bem de perto. Quando estava no 4o período do curso na UFMG, ela foi trabalhar em uma empresa de auditoria, tendo as suas funções supervisionadas por um profissional.

"Aprendi muito, mas eu sabia que me dedicaria a área acadêmica. Daí, fui ser pesquisadora no Núcleo de Estudos em Controladoria (NEC)", diz ela. O NEC concentra pesquisas realizadas nas Ciências Contábeis, e Caroline começou auxiliando um trabalho coordenado pelo professor Geová Madeira, sobre Balanço Social.
Eber Faioli

"Ninguém mais perde tempo com livros e papéis como antes, quando o que importava era ter uma letra bonita", diverte-se ALEXANDRE BOSSI

As empresas também têm percebido a necessidade de incorporar no registro novidades como o Balanço Ambiental e o Capital Intelectual. "Tudo isso tem mudado muito o perfil do contador, que tem de se manter sensível às novidades", acredita Caroline. Atualmente, aluna de Mestrado na Universidade Federal de Lavras (UFV), no Sul do Estado, Caroline dá continuidade à pesquisa iniciada com a monografia de conclusão de curso, apresentada em 2004. Ela estuda "Mercados Futuros" e diz que a experiência de pesquisadora na UFMG a ajudou a ter certeza do futuro profissional. "A empresa de auditoria me deu a prática da contabilidade, porém as pesquisas me mostraram que prefiro a carreira acadêmica, apesar de achar totalmente possível conciliar as coisas".

O curso de Ciências Contábeis é estruturado em cinco anos, a partir de disciplinas que dão a base de conteúdo da área contábil, como Introdução à Contabilidade, Contabilidade Financeira, Contabilidade Comercial, Custos. Depois de adquirirem esse conhecimento básico, explica o Coordenador do curso, os alunos têm disciplinas mais complexas, como Contabilidade Gerencial, Sistemas de Informações Contábeis, e Contabilidade Governamental.

O curso compreende muitas disciplinas da área da Administração, da Economia, do Direito, da Matemática e da Estatística. "O contador vai atuar em organizações que têm, normalmente, aspectos associados aos dessas outras áreas, pois as Ciências Gerenciais atuam de maneira interligada", lembra o coordenador Silvério Nascimento. O curso é oferecido à noite, na Faculdade de Ciências Econômicas (Face), uma das unidades da UFMG que ainda está fora do campus Pampulha, na região central de Belo Horizonte. Segundo Nascimento, o fato de ser noturno, deu ao curso uma característica bem marcante. "Os alunos não são mais velhos, mas muitos já trabalham antes de entrar para a Universidade, e por isso são mais maduros".