Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 3 - nº. 7 - Julho de 2005 - Edição Vestibular

Editorial

Entrevista
UFMG: uma instituição de ensino com responsabilidade social

Inclusão
Um portal chamado universidade

Assistência ao estudante
Antes de tudo um direito

Mundo Universitário
Os muitos olhares da graduação

Organização do Vestibular
Vestibular não é bicho de sete cabeças

Fontes de informação
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Medicina Veterinária
Zootecnia

Ciências Biológicas
Ciências Biológicas

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UFMG Diversa
Expediente

Outras edições

Organização do Vestibular

Vestibular não é bicho-de-sete-cabeças

Preparar os testes é uma tarefa longa e árdua, pois muitas variáveis estão sendo observadas, a partir de estatísticas e de consensos que vão sendo formados sempre em equipe

Não, definitivamente o vestibular não precisa ser o pior momento da vida de um estudante. Muito menos ser sinônimo de provas dificílimas que são feitas para "dar rasteiras". O vestibular é um teste que exige compromisso com os estudos, amadurecimento e bastante calma. E, para garantir a tranqüilidade e segurança de todos aqueles que vão aceitar esse desafio, o vestibular é um concurso preparado durante praticamente todo o ano, cercado de rigor acadêmico e ético, de sigilo e de muito trabalho para que nada saia do prumo antes, durante e depois do teste.

Fotos: Eber Faioli e Foca Lisboa

Quando termina a matrícula, de calouros e de veteranos, para um novo período letivo na UFMG, é hora de começar a maratona do próximo vestibular. Do início ao fim, lembra o professor Antônio Zumpano Pereira Santos, coordenador do Vestibular, esse é o evento de maior mobilização da comunidade universitária e também exige uma intensa participação de pessoas e entidades que não estão diretamente ligadas à UFMG.

Assegurar a tranqüilidade de todo processo e, por conseqüência, de mais de 70 mil candidatos, não é tarefa de um homem só. Zumpano enfrenta o desafio unido a um batalhão. A realização do vestibular só é possível porque de sua organização participam mais de 12 mil pessoas. São servidores, professores e alunos que, de maneiras diversas, envolvem-se com tarefas que vão da confecção das provas ao serviço de apoio e de segurança. E não é só, porque o vestibular exige também a colaboração de quase quatro mil pessoas da comunidade externa, entre policiais federais e da Polícia Militar de Minas Gerais, além da mão-de-obra que organiza e faz acontecer o concurso nas cidades do interior.

Reflexo do equilíbrio A Copeve tem uma estrutura que se organiza em Conselhos (Acadêmico, Curador e Orçamentário), responsáveis por todos os passos dados rumo ao vestibular. Entretanto, o número de funcionários fixos da Copeve não é mais de 15. A confecção das provas está à cargo de uma equipe de cerca de 80 professores que trabalha, na primeira e na segunda etapas, divididos em comissões para cada uma das matérias, assim como dos testes específicos de habilidades. Nunca, destaca Zumpano, uma prova é feita por um só professor, assim como nunca será corrigida uma só vez ou por uma única pessoa, quando se trata das questões abertas da segunda etapa.

Unidos em grupos, os professores formulam as questões que serão aprovadas pela Comissão Pedagógica, a única que tem acesso a todas as provas. "O vestibular não é feito para amedrontar. É um teste que requer competências e habilidades baseadas sempre em equilíbrio e nunca em exageros", assinala o professor, completando: "O que torna o vestibular um teste duro não são as provas e sim a concorrência. Por isso, as provas, que estampam o perfil dos alunos que serão selecionados, exigem capacidade de raciocínio, de contextualizar e nunca decoreba ou artimanhas".

Por isso, todos os anos, as provas são posteriormente submetidas a uma checagem estatística muito importante. "Não podem existir questões que serão acertadas e nem erradas por todos. Também o grau de dificuldade tem que refletir equilíbrio", assinala Zumpano.

A correção das provas é realizada na própria Universidade, utilizando-se um sistema próprio e coberto de mecanismos de segurança. Todos os gabaritos, da primeira etapa, lembra o coordenador, são passados no sistema duas vezes, acompanhados por duas equipes diferentes.

Na segunda etapa, as provas são corrigidas por equipes maiores, de 10 a 12 professores, mas cada uma das provas é submetida à checagem de dois professores. Isso evita, explica Zumpano, que elas sejam corrigidas com critérios diferenciados. Estes critérios foram fixados anteriormente pelas equipes que elaboraram os testes, mas assim mesmo antes do vestibular são feitos ensaios de correção. As provas não trazem o nome do candidato, são codificadas e, portanto, não existe a menor possibilidade de qualquer membro da correção saber a quem a prova pertence. As equipes que corrigem as provas da segunda etapa trabalham dias ininterruptos, em prédio isolado e cercado por seguranças.

Sigilo e segurança Quando as provas estão prontas e começam a ser impressas, os cuidados têm que ser tão grandes quanto durante a fase de elaboração dos testes. Ao iniciar a impressão dos cadernos de provas, a gráfica é interditada a qualquer outro tipo de serviço. Câmaras gravam o processo durante as 24 horas do dia e nenhum tipo de papel entra ou sai do local, vigiado e controlado por agentes de segurança. Depois de empacotado, todo o material é guardado em um cofre, cujo local é mantido também em sigilo, e de lá só sai nos dias do vestibular. O dia "D" para os candidatos demanda muita organização por parte dos envolvidos na realização do vestibular. Nos dias de prova, quase 12 mil pessoas trabalham no evento. Para que as provas estejam nas salas na hora certa é necessário um esquema de absoluta segurança. Os carros que levam os pacotes de provas são seguidos pelas Polícias Federal e Militar. Nos locais onde as provas serão realizadas, os chefes de setor (cerca de 160) aguardam a chegada do material.

Os chefes de setor respondem pelo treinamento dos aplicadores de provas, que ficam nas salas e acompanham todos os passos dos candidatos. Fumar é proibido e ninguém deixará, por exemplo, a sala sozinho para ir ao banheiro. O candidato será guiado o tempo todo e, para evitar qualquer tipo de fraude ou tentativa de burlar os esquemas que garantem ao teste eqüidade, o candidato não poderá portar qualquer tipo de aparelho eletrônico (celular, page, relógio entre outros).

Nos locais de prova, há detectores de metais. O candidato se assentará em carteiras numeradas de acordo com a inscrição no vestibular e que foram distribuídas pelas salas com critérios de espaçamento definidos. Os candidatos farão provas que contêm questões iguais, porém contêm alternativas distribuídas de forma diferente. Em todos os locais, inclusive nas cidades do interior onde acontece o vestibular, as provas têm início no mesmo horário. Além disso, existe um período mínimo de permanência do candidato no local, que é de 120 minutos.