Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 3 - nº. 7 - Julho de 2005 - Edição Vestibular

Editorial

Entrevista
UFMG: uma instituição de ensino com responsabilidade social

Inclusão
Um portal chamado universidade

Assistência ao estudante
Antes de tudo um direito

Mundo Universitário
Os muitos olhares da graduação

Organização do Vestibular
Vestibular não é bicho de sete cabeças

Fontes de informação
Conhecimento em rede

Ciências Agrárias
Agronomia
Medicina Veterinária
Zootecnia

Ciências Biológicas
Ciências Biológicas

Ciências da Saúde
Nutrição
Educação Física
Enfermagem
Farmácia
Fisioterapia
Fonoaudiologia
Medicina
Odontologia
Terapia Ocupacional

Ciências Exatas e da Terra
Ciência da Computação
Ciências Atuariais
Estatística
Física
Geologia
Matemática
Matemática Computacional
Química
Sistemas da Informação

Engenharias
Engenharia Civil
Engenharia de Controle e Automação
Engenharia de Minas
Engenharia de Produção
Engenharia Elétrica
Engenharia Mecânica
Engenharia Metalúrgica
Engenharia Química

Ciências Humanas
Ciências Sociais
Filosofia
História
Pedagogia
Psicologia

Ciências Sociais Aplicadas
Administração
Arquitetura e Urbanismo
Biblioteconomia
Ciências Contábeis
Ciências Econômicas
Comunicação Social
Direito
Geografia
Turismo

Lingüística, Letras e Artes
Teatro (Artes Cênicas)
Artes Visuais (Belas Artes)
Letras
Música

UFMG Diversa
Expediente

Outras edições

Mãos que transformam

Engenharia Química

Essencial nas indústrias químicas, esse profissional é muito bem-vindo em indústrias cimenteiras, farmacêuticas, siderúrgicas, de papel e celulose, de hidrometalurgia, de biotecnologia, de plásticos, entre outras

A trajetória voltada para projetos de pesquisa na graduação indicou para Élbia Starling Pessim, 30 anos, o quanto a atuação profissional seria pautada pelo constante aperfeiçoamento e pela diversidade. Engenheira Química na Belgo Bekaert, empresa do grupo siderúrgico Belgo-Mineira, ela passou por diferentes áreas e nunca deixou de estudar desde que se formou, na UFMG, em 1998.

Durante a graduação, Élbia participou de projetos de Iniciação Científica. Ela investigou o aproveitamento de rejeitos de minério para filtragem e tratamento de água. O trabalho, junto com professores, foi realizado em parceria com a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e, depois, retomado durante a disciplina Laboratório de Operações.

"Essas pesquisas foram importantes. Acho que investir nelas foi muito melhor do que me voltar para as possibilidades de estágio. Muitos estágios não têm qualquer preocupação com a complementação da formação do estudante", critica Élbia.

Eber Faioli

Processo: essa é a palavra que melhor define o curso de Engenharia Química

No Mestrado, Élbia desenvolveu um projeto, em parceria com o Centro de Desenvolvimento Tecnológico Nuclear e a Paraibuna Metais, para a extração de metais nobres do rejeito. Ao terminar a pós-graduação, foi trabalhar em uma consultoria na área ambiental. Lá ficou por um ano e meio, como responsável pelo laboratório e pelos relatórios de descrição de processos. Depois, transferiu-se para a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), onde acompanhava o licenciamento de projetos empresariais de reciclagem de plástico. Foi nessa época, que decidiu fazer o curso de especialização em Engenharia de Meio Ambiente.

Na Belgo Bekaert, Élbia dedica-se à otimização de processos e desenvolvimento tecnológico. Numa siderúrgica, a Engenharia Química é muito útil, pois aborda processos gerais e, em particular, o de transformação química. "Eu atuo em todos os processos, tentando sempre melhorá-los e adaptá-los às novas tecnologias", explica. Além disso, ela oferece apoio à área de vendas, visitando clientes especiais que precisam de orientação técnica.

Versatilidade A trajetória de Élbia confirma o que a professora Tânia Lúcia Miranda pensa sobre a Engenharia Química. Coordenadora do Colegiado de Curso, ela diz que se for preciso indicar uma única palavra para definir a Engenharia Química, ela escolhe "processo". Faz sentido, especialmente quando ela destaca a principal característica do profissional: "ele trabalha com a transformação da matéria-prima em produto".

Segundo Tânia Lúcia, a UFMG forma profissionais generalistas e versáteis. Versatilidade adquirida com uma base muito forte nos fundamentos da Engenharia Química, Matemática e Física, que dá o tom, de certa forma, do mercado de trabalho. "O engenheiro químico é capaz de atuar em qualquer área de processo de transformação, na área de química ou não, e por isso o mercado é muito aberto", diz.

O profissional é essencial nas indústrias químicas (solventes, vernizes, tintas, entre outros), e muito bem-vindo em indústrias cimenteiras, farmacêuticas, siderúrgicas, de papel e celulose, de hidrometalurgia, de biotecnologia, de plásticos, entre outras. Ele também encontra espaço em instituições financeiras, como analista de projetos, pois é necessário o conhecimento da área técnica para a avaliação de viabilidade de negócios.

"Não podemos esquecer do campo da educação e da pesquisa, que está crescendo muito, com abertura de cursos superiores", diz Tânia Lúcia, citando a área ambiental como uma outra forte vertente. "A não ser por razões particulares, é muito difícil ver ex-alunos desempregados. O que acontece são as trocas de emprego. Nesse caso, eles aparecem por aqui para oferecer a vaga para outros", assegura a coordenadora. O Mestrado, insiste ela, é um bom termômetro. "Grande parte dos alunos da pós-graduação está empregada e voltou à Escola por incentivo das empresas".
Eber Faioli

ANTONIO HEBER: no primeiro contato com o curso, a confirmação da escolha certa

O curso está em processo de reforma curricular. As mudanças serão radicais, avisa Tânia Lúcia, adiantando que a flexibilização será absorvida e haverá uma grande readaptação no processo de desenvolvimento dos alunos. "Disciplinas que hoje compõem o ciclo profissional, e que os alunos só viam depois de pelo menos dois anos de curso, serão puxadas para o início. Essa é uma modificação que acontecerá já no próximo ano", explica.

Para a professora, as mudanças irão amenizar uma certa angústia presente entre os alunos, pois na maioria dos cursos de Engenharia o chamado ciclo profissional ainda está bastante isolado do ciclo básico, que transcorre no Instituto de Ciências Exatas (ICEx). A sensação de distanciamento dos colegas que estão em períodos mais adiantados também irá diminuir, porque, provavelmente em maio próximo, toda a Escola de Engenharia será transferida para as novas instalações no campus Pampulha.

No trilho certo O primeiro contato com a área foi extremamente marcante para Antônio Heber Naves, 22 anos. No 8o período, ele ainda se lembra do momento em que teve a certeza da escolha do curso. "Eu assistia a disciplina Introdução à Engenharia Química, no 1o período. Ouvindo os professores não tive dúvida de que estava no caminho certo".

Antônio Heber faz, atualmente, estágio na Vallourec Mannesmann, mas já se dedicou a pesquisas. A primeira foi no Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear, na UFMG, atuando num projeto que testava a possibilidade de mudanças no processo de armazenamento de rejeitos nucleares. A idéia era trocar a água e o cimento, normalmente utilizados nos tambores de armazenagem, por polietileno.

"Nesse projeto, eu era voluntário. Então, quando saiu uma bolsa para eu trabalhar em outra pesquisa, me transferi", lembra Antônio Heber, que se juntou ao Laboratório de Ciência e Tecnologia dos Polímeros, do próprio curso de Engenharia Química. A pesquisa trata de um "liberador de drogas", à base de um gel especial. A idéia é criar um produto que, ingerido pelo ser humano, permite a liberação de fármacos, como antibióticos, à medida em que a temperatura do corpo sobe, quando a pessoa estiver com febre.