Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 3 - nº. 7 - Julho de 2005 - Edição Vestibular

Editorial

Entrevista
UFMG: uma instituição de ensino com responsabilidade social

Inclusão
Um portal chamado universidade

Assistência ao estudante
Antes de tudo um direito

Mundo Universitário
Os muitos olhares da graduação

Organização do Vestibular
Vestibular não é bicho de sete cabeças

Fontes de informação
Conhecimento em rede

Ciências Agrárias
Agronomia
Medicina Veterinária
Zootecnia

Ciências Biológicas
Ciências Biológicas

Ciências da Saúde
Nutrição
Educação Física
Enfermagem
Farmácia
Fisioterapia
Fonoaudiologia
Medicina
Odontologia
Terapia Ocupacional

Ciências Exatas e da Terra
Ciência da Computação
Ciências Atuariais
Estatística
Física
Geologia
Matemática
Matemática Computacional
Química
Sistemas da Informação

Engenharias
Engenharia Civil
Engenharia de Controle e Automação
Engenharia de Minas
Engenharia de Produção
Engenharia Elétrica
Engenharia Mecânica
Engenharia Metalúrgica
Engenharia Química

Ciências Humanas
Ciências Sociais
Filosofia
História
Pedagogia
Psicologia

Ciências Sociais Aplicadas
Administração
Arquitetura e Urbanismo
Biblioteconomia
Ciências Contábeis
Ciências Econômicas
Comunicação Social
Direito
Geografia
Turismo

Lingüística, Letras e Artes
Teatro (Artes Cênicas)
Artes Visuais (Belas Artes)
Letras
Música

UFMG Diversa
Expediente

Outras edições

Muito além da tecnologia

Sistemas de Informação

O profissional entende, e muito, de tecnologia de computação, mas atua num contexto ampliado, que pressupõe conhecimentos de administração, economia, mercado, das ciências sociais e humanas

Um dos mais novos cursos da UFMG, o de Sistemas de Informação começa a funcionar este semestre. Na proposta, novidades. A grade curricular é diversificada e está em consonância com um mercado de trabalho efervescente. Surgido no âmbito da Ciência da Computação, Sistemas de Informação vai formar profissionais com habilidades múltiplas, aptos a enfrentar a realidade da informatização em praticamente todas as vertentes da produção no mundo.

Jornal Hoje em Dia

Apesar da especificidade da profissão, o espaço no mercado de trabalho tem sido, até então, ocupado por profissionais de áreas correlatas, especialmente da Ciência da Computação. É o caso do cientista da computação Marcelo Migueletto de Andrade, 36 anos. Ele iniciou a trajetória na área de Sistemas de Informação há quase 15 anos, quando ainda concluía o Mestrado no departamento de Ciência da Computação.

Na época, a Assembléia Legislativa de Minas Gerais abriu concurso para preencher vagas no setor de Informática, e Marcelo decidiu apostar na chance. Hoje, na Gerência de Sistema Geral de Informação do órgão, ele afirma que a experiência pessoal demonstra a necessidade do profissional específico para essa área. "A Ciência da Computação oferece um conhecimento técnico de computação imprescindível, mas que, na verdade, vai além do necessário para quem lida com sistemas de informação", avalia Marcelo.

Dentro do contexto Para ele, a formação de um profissional específico é um salto, pois as funções são distintas das de um cientista da computação, mesmo levando em conta as afinidades dos dois cursos. "Enquanto o Ciência da Computação está extremamente voltada para o desenvolvimento de soluções informatizadas, tecnológicas, o pessoal de Sistemas de Informação está interessado na aplicação das soluções de maneira contextualizada."

O contexto, aliás, faz toda a diferença. "Às vezes, uma solução muito boa tecnicamente não é a melhor", insiste Marcelo. Segundo o professor Wagner Meira, coordenador do Colegiado do curso de Sistemas de Informação e do de Ciência da Computação da UFMG, é muito importante que o aluno saiba identificar interesses para não errar na escolha. "Sistemas de Informação tem a computação como atividade-meio e a Ciência da Computação, como atividade-fim", define.
Foca Lisboa

Para MARCELO MIGUELETTO, a formação de um profissional específico é um salto

Exemplificando, Meira destaca que "uma empresa de softwares tem a informática como atividade fim, porque o seu objetivo é desenvolver produtos para a área. Mas no caso de um jornal, por exemplo, a computação entra como atividade-meio porque o importante é utilizar-se da informática para um outro tipo de produção".

Meira lembra que ambos os profissionais têm espaço numa empresa jornalística, pois existe uma certa maleabilidade de funções. "O bacharel de Sistemas de Informação responderia pelo entendimento das peculiariedades de um jornal, para captar as demandas de computação e traçar um plano de informática para a empresa, conjugando particularidades, eficiência e tecnologia. Depois disso, ele repassaria as informações para o cientista da computação, que faria o detalhamento do projeto, do desenvolvimento e da implantação de um sistema de computação."

Ponte do conhecimento

Quando Marcelo Andrade entrou para a Assembléia Legislativa, a informatização nesse órgão dava os primeiros passos e ainda muito havia que ser feito. Ele atuou no levantamento das demandas, na organização do serviço e na criação de produtos de informação e informática. Dedicou-se também à informatização dos gabinetes dos deputados, à criação do site da Assembléia Legislativa, ao sistema de folha de pagamentos dos funcionários, ao suporte aos usuários dos serviços, entre outras atividades.

"É preciso assimilar demandas diferentes e, por isso, é importante que o profissional não tenha apenas o conhecimento tecnológico, porque então apresentará soluções limitadas", afirma. Para transformar-se em um profissional típico de Sistemas de Informação, Marcelo foi obrigado a buscar capacitação para além da Ciência da Computação e optou por uma especialização em Gestão Empresarial, na Fundação Getúlio Vargas.
Eber Faioli

"Tecnologia pode ser comprada. O que faz a diferença é saber usá-la", defende LUIZ HENRIQUE

A continuidade de estudos tambémem outra área foi uma exigência para Luiz Henrique Mendes Guimarães, 36 anos. Igualmente formado em Ciência da Computação, ele coordena o setor de Desenvolvimento de Sistemas do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Quando entrou para a instituição, em 1992, a área de Sistemas não contava com mais que dez pessoas e vivia uma realidade bem diferente da atual, com uma equipe de cerca de 40 profissionais.

Luiz Henrique conta que teve que identificar as necessidades computacionais do banco e, para isso, buscou o conhecimento específico do negócio, fazendo inclusive especialização em Finanças. Ele destaca que como profissional de Sistemas de Informação faz a ponte entre a área de informática e os usuários, espalhados pela instituição. "Esse elo é o que importa e faz a diferença entre os profissionais", afirma.

Mercado a favor Para Luiz Henrique, quem se forma em Sistemas de Informação tem um mercado bastante favorável pela frente, porque não disporá apenas do conhecimento tecnológico. "Tecnologia você pode comprar. É preciso entender dessa tecnologia para saber comprar e adaptar, mas sempre pensando especialmente em quem a utilizará", assinala.

Daí o fato de o bacharel em Sistemas de Informação ter um perfil menos tecnológico e mais voltado para as questões ligadas à gestão e às interfaces das instituições com o sistema de informática. "A intenção é a de formar um profissional capaz de gerir e potencializar os ativos informacionias dos locais de trabalho", diz o coordenador Wagner Meira.

O curso de Sistemas de Informação já nasce flexibilizado e oferece formação complementar em Recursos Humanos, Finanças, Produção e Serviços, Mercadologia e Administração Geral. O horário também representa uma novidade na UFMG. O curso é vespertino. As aulas iniciam-se às 17h e estendem-se até às 20h40. A proposta é explicada por Meira: "Nós achamos que é essencial que o aluno freqüente os laboratórios, a biblioteca e que se envolva com os trabalhos práticos", assinala. São 40 vagas e a entrada acontece no segundo semestre.