Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 3 - nº. 7 - Julho de 2005 - Edição Vestibular

Editorial

Entrevista
UFMG: uma instituição de ensino com responsabilidade social

Inclusão
Um portal chamado universidade

Assistência ao estudante
Antes de tudo um direito

Mundo Universitário
Os muitos olhares da graduação

Organização do Vestibular
Vestibular não é bicho de sete cabeças

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Outras edições

Nada mais prático que uma boa teoria

Direito

Curso exige muita leitura e dedicação, mas compensa os estudantes com uma profissão versátil e com diversas possibilidades de atuação

Profissionais e estudantes concordam: uma das muitas vantagens do Direito é que a prática profissional permite tantas escolhas que, dificilmente, alguém não encontrará o seu lugar. O curso que mais oferece vagas (400 vagas ao ano) na UFMG privilegia o conteúdo teórico, dando ao profissional independência para fazer opções. "Nós acreditamos que o aluno que tiver uma formação teórica mais sólida terá maior capacidade crítica e, também, de assimilação das constantes mudanças do Direito, impondo-se às diferentes necessidades do mercado", avalia o coordenador do Colegiado de Curso, professor Alexandre Travessoni.
Eber Faioli

ERIKA FERREIRA: é preciso conter a ansiedade pela prática e perceber a importância da teoria

É essa característica do curso que mais motiva Henrique Carvalho da Cunha, 22 anos, aluno do 6o período. Com experiência anterior em duas faculdades particulares, ele faz comparações: "Eu gostava do curso em outras escolas, mas acho que na UFMG o estímulo à reflexão é muito maior. Aqui, pensamos o Direito, na sua essência e como um todo". Para Érika da Silva Ferreira, 25 anos, é preciso dar tempo ao tempo, para evitar atropelos. "Num primeiro momento, todo aluno avalia que o Direito é muito teórico e fica louco para ver na prática como tudo funciona. Mas a gente acaba entendendo que o aprendizado faz parte de um processo mais amplo", diz ela, aluna do 8o período.

É essencial, diz Travessoni, que o futuro profissional seja capaz de compreender a sociedade em que vive e se mantenha sensível ao seu contexto e às transformações. "Aquele que tem apenas a formação profissionalizante poderá se sair muito bem a curto prazo, mas, depois de dois ou três anos, quando mudar a legislação, mudar o Direito, ele ficará perdido", argumenta.

Oportunidades Consultor da Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, José Alcione Bernardes Júnior, 40 anos, acredita que o Direito é um curso especial, porque, além de oferecer um leque de atuação enorme, possibilita guinadas profissionais.

José Alcione ingressou no curso de Direito depois de abandonar, no 5o período, a Odontologia. "A primeira escolha foi num momento em que eu era ainda imaturo", justifica. Para compensar a perda, ele decidiu prestar concurso para a Assembléia Legislativa. "Depois, comecei a fazer Direito e gostei", lembra. A prática profissional levou-o ao Mestrado, na área de Direito Constitucional.
Foca Lisboa

HENRIQUE CUNHA encara a representação estudantil como uma oportunidade

Como consultor do Legislativo, José Alcione tira dúvidas de parlamentares sobre a constitucionalidade, as possíveis impropriedades e os vícios técnicos de projetos de lei e redige pareceres aos projetos. Ele diz que nunca se interessou pelo Direito Processual e, por isso, não se enveredou pela advocacia. No Direito, explica o coordenador do curso, é preciso fazer uma escolha. Aqueles que querem seguir a carreira como advogados devem fazer o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Os que não enfrentam o teste garantem o título de bacharel em Direito.

Além do aval obrigatório aos futuros advogados, a OAB é responsável pela emissão da carteira para estagiários, dada apenas aos alunos do 7o período e quando o curso exige o cumprimento de estágio supervisionado, por meio de atividades na faculdade, ou por convênios com órgãos públicos e escritórios de advocacia. Entretanto, o estágio é muito freqüente no início do curso.

Especialistas Quando cursava o 3o período, Henrique da Cunha, 22 anos, interessou-se pelo movimento estudantil. "Reivindicando e defendendo os direitos dos estudantes no Centro Acadêmico eu sinto o tempo todo a riqueza da profissão", atesta ele, que é igualmente representante dos alunos no Colegiado de Graduação. Henrique faz também estágio no Tribunal de Justiça, na 2ª Câmara Criminal.

Conter a ansiedade pela prática foi difícil para Érika Ferreira, que investiu em estágios desde o 2o período. O primeiro foi no Juizado Especial Federal. Depois, conseguiu uma vaga no 4o Juizado Especial de Trânsito. "No Juizado, as pessoas não precisam de advogados. Eu trabalhava diretamente com o público, ouvindo o problema de cada um e redigindo a petição inicial". Prestes a se formar, Érika não diminuiu o ritmo. Atualmente, divide seu tempo entre aulas, à noite, e três estágios. Na Divisão de Assistência Jurídica (DAJ) da Faculdade Direito da UFMG, Érika atende demandas da população carente e ajuda as pessoas em demandas judiciais.
Eber Faioli

"Quem quer se dedicar à área jurídica tem que gostar de estudar, porque o Direito, como fenômeno social, está sempre em transformação. A leitura é também fundamental, já que a palavra é arma do operador do Direito", defende JOSÉ ALCIONE

Com tantas experiências, Érika já tem pensado em se dedicar ao Direito Criminal. "Gosto muito da área, mas acho importante ter uma visão geral, para escolher com segurança", afirma. No Direito, a especialização é praticamente obrigatória. Muitos advogados escolhem escritórios que prestam assistência em várias áreas, porém com especialistas em cada ponta.

Conhecer profundamente do Direito Ambiental ao Direito Familiar é, mesmo, muito difícil para um único profissional, avalia o coordenador do curso, Alexandre Travessoni, lembrando que o aluno é bastante estimulado a participar de atividades que ampliam a visão profissional. Aliás, ressalta ele, no currículo, contam créditos a freqüência em pesquisas, seminários, congressos, palestras, monitorias.

Aluna do 8o período, Adriana Morangon, 24 anos, participou do Núcleo de Extensão e Pesquisa, durante três períodos. Com colegas, Adriana visitava comunidades carentes e fazia palestras sobre temas ligados à promoção da cidadania. "Abordávamos assuntos variados, como drogas ou gravidez na adolescência. Sempre tivemos muita abertura para definir os assuntos e notávamos o interesse porque, depois das palestras, éramos sempre procurados por pessoas que viviam aqueles problemas", recorda. Adriana é, atualmente, estagiária na DAJ, e já decidiu que, quando se formar, tentará concurso para Polícia Federal. "Quero ser delegada. Acho que é um trabalho interessante e dinâmico", afirma.