Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 3 - nº. 7 - Julho de 2005 - Edição Vestibular

Editorial

Entrevista
UFMG: uma instituição de ensino com responsabilidade social

Inclusão
Um portal chamado universidade

Assistência ao estudante
Antes de tudo um direito

Mundo Universitário
Os muitos olhares da graduação

Organização do Vestibular
Vestibular não é bicho de sete cabeças

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Outras edições

Na promoção da versatilidade

Engenharia de Produção

Numa siderúrgica, em hospitais, escolas ou numa pequena cooperativa, a Engenharia de Produção terá sempre papel integrador

A primeira turma de Engenharia de Produção da UFMG recebe o canudo no final deste ano. Mas pelo menos para um dos formandos, Paulo Kolos, 23 anos, o encerramento do curso será antecipado em seis meses. Ele conseguiu adiantar o trabalho de final de curso e, em agosto, coloca as mãos no diploma. "Estou muito satisfeito com a profissão e acho que não terei problemas com o mercado de trabalho. As empresas estão solicitando profissionais multivalentes e nós estamos nesta lista", afirma.
Usiminas/Divulgação

Detalhe de duas bobinas de aço no final da linha de produção

É verdade. A Engenharia de Produção é sinônimo de versatilidade. Como é uma área que prioriza a visão do todo ao controlar e organizar sistemas produtivos instalados em setores ou ramos de negócios bastante diferentes entre si, o espectro de influência dessa Engenharia é grande.

O coordenador do Colegiado de Curso, professor Maurício Cardoso de Souza, lembra que, de maneira geral, o curso está centrado em Gestão de Produção e Logística, da Qualidade e Desenvolvimento de Produtos, Engenharia Econômica,Organização do Trabalho e Ergonomia. Uma nova versão curricular está em discussão, diz ele, mas por enquanto permanecem três "ênfases", que são como especializações: Processos Discretos (produção-mecânica), Contínuos (produção-automação) e Sistema de Informação.

Ao longo do curso, Paulo Kolos passou pelas ênfases em Processo Contínuo e Sistema de Informação e assinala que ganhou muita experiência participando de projetos de extensão, realizados no próprio curso, e em estágios. Na verdade, as primeiras noções que teve em Engenharia de Produção foram adquiridas durante o estágio obrigatório que fez como aluno de Informática do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet), antes de entrar para a UFMG.

O estágio foi em uma empresa de desenvolvimento de softwares para o setor de armazenagem de produtos diversos. "Percebi que era uma área que não puxava só para as questões tecnológicas, mas que tinha muito de administração", lembra. Na Engenharia de Produção, Paulo foi bolsista de um projeto na Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável (Asmare). Ele ajudou a estruturar um programa de melhoria das rotas de coleta cumpridas pelos catadores e também a definir um processo para o aproveitamento de embalagens tipo Tetra Pack (caixas de produtos longa-vida). A idéia, conta, era adicionar maior qualidade ao trabalho dos catadores, visando à produtividade e eficiência, e também criar novos mercados, como o de recicláveis de caixas de leite, suco entre outros.

Num segundo projeto de extensão, Paulo trabalhou na Jabil, empresa especializada em placas de componentes eletrônicos. Ele ajudou a desenvolver um software para controle de paradas de produção. Mas foi a Smart Logística, empresa instalada em Contagem e que lida com armazenagem e distribuição de produtos, que deu a Paulo o tema para o trabalho de final de curso.
Eber Faioli

Para MARCELLUS DA SILVA,é importante que o profissional tenha uma visão holística dos processos produtivos

Para Leonardo Augusto de Vasconcelos, 21 anos, as possibilidades da Engenharia de Produção têm-se revelado em projetos de pesquisa. Aluno do 7o período, ele colaborou, no início do curso, em duas dissertações de Mestrado, no programa de pós-graduação da Engenharia de Produção, que tratavam de cadeias de suprimentos, de refrigerantes e de produtos farmacêuticos.

No 4o período, já como bolsista de Iniciação Científica, sua pesquisa desenvolveu-se no setor de Economia Solidária, desenvolvendo projetos para a Asmare e para a Cooperativa de Reciclagem e Produção Artesanal dos Aposentados de Sabará e Cidades em Minas Gerais (Uniapomg). No 6o período, Leonardo aproveitou para conhecer a aplicação de um método de controle de qualidade em uma empresa fabricante de material elétrico, que vende produtos para a Cemig. "O meu papel era traduzir a voz do cliente, para que a empresa pudesse atender aos padrões de qualidade exigidos pela Cemig", assinala.

Aluno do 3o período, Bruno França, 19 anos, foi atraído para a Engenharia de Produção porque soube que estudaria temas como qualidade e produtividade das empresas. "Mas eu não sabia que teria que me envolver tanto com processos industriais", ressalva. Diz ainda que não teve qualquer receio de optar por um curso novo. "A UFMG tem nome e é reconhecida como uma Universidade muito boa", justifica.

Concorrência pesada

A Engenharia de Produção é um curso novo em Minas Gerais, mas em outros Estados já existe há bastante tempo. Em São Paulo, o curso data da década de 1960. Quando disputou o vestibular na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), há mais de 10 anos, Marcellus Vinagre da Silva, 32 anos, enfrentou concorrência pesada, a maior entre todas as Engenharias.
Foca Lisboa

PAULO KOLOS conseguiu antecipar a conquista do diploma

Formado em 1998, ele participou de diferentes seleções de programas de trainee. Acabou optando pela Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira e mudou-se para Belo Horizonte. Marcellus começou na empresa exatamente quando ela sentia os efeitos das mudanças no mercado siderúrgico no país, com privatizações e incorporações que afetam a estrutura de todo o setor.

Para ele, foram tempos de muito trabalho, porque a Belgo-Mineira estava criando a área de Logística Corporativa, visando especialmente à otimização dos processos nas diferentes usinas, além de avançar em direção ao mercado varejista. Marcellus atuou no planejamento das ações e participou da implantação de um programa pioneiro na empresa de integração da cadeia de suprimentos, que refletiria internamente e no mercado.

Atualmente, ele trabalha com gestão dos estoques da empresa e com análise de viabilidade econômica de novos processos. "É uma profissão que oferece muitas chances, porque você pode optar por qualquer sistema de produção e isso não quer dizer que é preciso conhecer profundamente todas as áreas. O que importa é ser capaz de compreender todas e de forma holística", assinala.