Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 3 - nº. 7 - Julho de 2005 - Edição Vestibular

Editorial

Entrevista
UFMG: uma instituição de ensino com responsabilidade social

Inclusão
Um portal chamado universidade

Assistência ao estudante
Antes de tudo um direito

Mundo Universitário
Os muitos olhares da graduação

Organização do Vestibular
Vestibular não é bicho de sete cabeças

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Tecnologia sob medida

Engenharia de Controle e Automação

O desenvolvimento técnológico está em toda parte: nas indústrias, no setor de serviços e na vida privada

A disputa com quatrocentos candidatos por vaga não intimidou o engenheiro de Controle e Automação Sílvio Tiago de Lima, 26 anos, que conquistou um emprego em uma importante indústria do país, a Companhia Siderúrgica Tubarão (CST), em Vitória/ES, onde está há quase dois anos. "Tive sorte", diz. Apesar da modéstia, ele admite que batalhou muito e dá a dica: "Nada do que fiz, no curso ou profissionalmente, foi por obrigação. Gosto demais do que faço".

A Engenharia de Controle e Automação ganhou status por causa do vertiginoso desenvolvimento tecnológico e da grande demanda por modernização dos processos industriais. Entretanto, as possibilidades dessa área há muito ultrapassaram a escala industrial. Em nome da economia, da eficiência, da qualidade e do conforto, invadiram o comércio, os serviços públicos e privados, bem como os de saúde e transporte e, até mesmo, residências.

"Somos a turma que vem costurando", brinca a coordenadora do Colegiado de Curso, professora Maria Auxiliadora Muanis Persechini. "Outros profissionais fazem os processos acontecerem; mas nós fazemos com que estes ocorram exatamente da forma programada." No cenário industrial, basta imaginar uma hidrelétrica, onde tudo é controlado de acordo com a necessidade de geração e transmissão de energia e ninguém precisa ficar, a todo momento apertando um botão ou outro, porque o processo funciona com o auxilio de softwares e hardwares.

Rede Unida Sílvio Tiago trabalha diretamente com as melhorias dos processos instalados na CST, todos automatizados, mas que podem ser ainda aperfeiçoados. São as demandas do mercado que determinam o ritmo
das inovações. Na divisão de Engenharia Elétrica e Eletrônica, numa equipe de cerca de 70 engenheiros, ele é único da área de Controle e Automação, o que demonstra o quanto este profissional trabalha integrado a diferentes áreas e funções.
Usiminas/Divulgação

Tecnologia a serviço do processo de produção de aço

No curso, as disciplinas obrigatórias e optativas também dão a dimensão da rede. Cerca de 20 áreas da Universidade participam do currículo. O curso "vai fundo" em diferentes processos: siderúrgico, metalúrgico, químico e petroquímico, mineral, elétrico, térmico, automotivo, de manufatura, de transportes e biológico. Abrange disciplina até no Instituto de Ciências Biológicas (ICB). "Se o aluno vai desenvolver equipamentos na área médica — como, por exemplo, um medidor de pressão _, ele precisa entender da circulação sanguínea", explica Maria Auxiliadora.

Para Sílvio Tiago, agora é possível avaliar na prática a formação que teve na UFMG. "Tenho base para trabalhar em qualquer lugar. Estou bem preparado e o curso dá conta totalmente das exigências do mercado", afirma.

Em casa, na indústria ou na fazenda

Exemplos da presença da Engenharia de Controle e Automação estão nos celulares, nos fornos de microondas, em hospitais, em hotéis e também nos prédios e residências "inteligentes", como os que Sérgio Augusto França Carneiro, 23 anos, conheceu por dentro. Por dentro mesmo, porque ele ajudou na execução de projetos na Iluminar, especializada nesse serviço.

No 10o período, ele lembra que escolheu Engenharia de Controle e Automação para dar vazão ao "espírito de fuçador". "Sempre fui aquele que, em casa, mexia em tudo", conta, destacando sua curiosidade por robótica. E, realmente, ele conheceu a robótica que o inspirou, mas concluiu: "É muito teórico e eu queria fazer algo mais prático".

Por isso, Sérgio destaca que o verdadeiro entusiasmo apareceu a partir do 6o período. "No início, é preciso dedicar-se demais às teorias. Estudar como funciona por dentro cada equipamento, cada motor, cada válvula. Achei chato, muito cálculo. Mas quando começamos a lidar com Automação, gostei demais. Eu queria saber aplicar tudo aquilo que tinha conhecido por dentro" explica.

Inspiração teórica De acordo com Maria Auxiliadora, a Engenharia de Controle e Automação, como as Engenharias em geral, oferece embasamento em disciplinas como Matemática, Física, Cálculo, Eletrônica, Instrumentação e Computação. "Ter teorias bem sedimentadas dá traquejo prático", ressalta.
Foca Lisboa

Para a professora MARIA AUXILIADORA PERSECHINI, embasamento teórico é taquejo prático

Essa é uma característica importante do curso, diz a coordenadora do Curso, admitindo, entretanto, que muitos alunos ficam impacientes com o esforço teórico que têm pela frente. "O mais importante, em qualquer profissão, são os conceitos e não somente as ferramentas, que estão sempre mudando", garante. "Se você pensar no computador de hoje e fizer uma comparação com uma máquina de cinco anos atrás, vai perceber exatamente a importância do conceito e da teoria."

Apesar de ter gostado de atuar na indústria e na área de serviços, Sérgio prepara-se para trabalhar numa empresa de consultoria financeira. "Acho que estou pronto para isso também, porque fui muito bem preparado na UFMG. Como engenheiro, desenvolvi raciocínio lógico e rápido e aprendi a trabalhar sob pressão", argumenta.

Trajetória múltipla As variadas possibilidades de emprego atraíram Alexandre Sartori, 23 anos. "Eu sempre me dei bem com Exatas e pensava na Engenharia. Decidi que ia ser Controle e Automação porque um primo, que já fazia o curso, falou do mercado de trabalho promissor", recorda. Quase terminando o curso, ele conta como tentou aproveitar a estrutura da Universidade. Do 3o ao 5o períodos, fez estágio, inicialmente como voluntário, e depois como bolsista, no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Engenharia Elétrica. "Trabalhei num projeto desenvolvimento de microcontroladores e dispositivos eletrônicos", esclarece.

As primeiras experiências de trabalho aconteceram antes da formatura. Na Unifreios, indústria que decidiu investir na fabricação de telas industriais para classificar minérios, ele fez todo o serviço de especificação de materiais e maquinários utilizados na produção e também participou da montagem dos equipamentos.

Atualmente, Alexandre está envolvido com o setor comercial da ATAN, especializada em tecnologias de informação e de automação. Na sua avaliação, o profissional que se dedica ao contato direto com clientes tem que conhecer muito bem do que está falando. "Só entendendo das soluções que apresento é que posso tornar a proposta confiável", resume.