Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 3 - nº. 7 - Julho de 2005 - Edição Vestibular

Editorial

Entrevista
UFMG: uma instituição de ensino com responsabilidade social

Inclusão
Um portal chamado universidade

Assistência ao estudante
Antes de tudo um direito

Mundo Universitário
Os muitos olhares da graduação

Organização do Vestibular
Vestibular não é bicho de sete cabeças

Fontes de informação
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Ciências Biológicas
Ciências Biológicas

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Outras edições

100% de chances de sucesso

Estatística

Da medicina à segurança pública, não há área que prescinda de análises de números, gráficos e tabelas, o que cria um grande mercado de trabalho

Há quase três anos, para decidir se queria mesmo fazer Estatística, curso que só conheceu quando estava no pré-vestibular, Talita Fernanda Dias, 20 anos, foi procurar informação no lugar mais óbvio, mas nem por isso muito procurado pelos estudantes. Junto com duas colegas, ela passou algumas horas no Instituto de Ciências Exatas (Icex) da UFMG, conversando com a coordenadora do Colegiado de Curso. "Naquele dia, não tive mais dúvidas", lembra.

Entretanto, as precauções não livraram Talita de alguns sustos. Ela diz que ficou um pouco decepcionada, no início, porque não esperava que o curso fosse "tão difícil" e que ela tivesse que perder muitas horas de sono estudando. "E nem se fala quando tenho prova. Aí é que tudo aperta mesmo", afirma. Nem mesmo as dificuldades a desestimularam, e no 1o período, Talita já se colocou atrás de oportunidades de estágio. "Eu queria ver tudo rapidamente", recorda.
Foca Lisboa

Talita teve, porém, que esperar algum tempo, até que, no 4o período, se tornou estagiária da Comissão Permanente do Vestibular (Copeve). Ela trabalha com os dados de questionários que são respondidos pelos alunos que prestam o vestibular na UFMG. A partir das informações contidas nos questionários, professores da Universidade traçam o perfil do vestibulando da UFMG. "Foi aí que fiquei mais apaixonada pelo curso", diz, lembrando que são poucos os alunos que resistem aos inúmeros estágios que são oferecidos na Universidade e fora dela.

Francisco Oliveira Júnior, 21 anos, é também a prova de uma máxima do curso: "só não atua na área quem não quer". Apesar de estar apenas no 3o período, ele atua na Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital da Clínicas da UFMG. "Fazemos relatórios periódicos, que são analisados por duas epidemiologistas que controlam os índices de ocorrência de doenças no hospital", conta. Vi logo ´de cara`, que seria um profissional valorizado, porque o estatístico tem muitas opções e eu aproveito tudo que posso", afirma. Além desse estágio, ele envolveu-se com a Iniciação Científica.
Foca Lisboa

TALITA DIAS: noites e noites dedicadas ao estudo, mas sem perder o entusiasmo

Ela Mercedes, Coordenadora do Colegiado do Curso, assinala que, se por um lado, o assédio aos estudantes pelo mercado de trabalho é algo positivo - porque demonstra que eles têm uma formação muito boa -, por outro lado, os estudantes tendem a se entregar aos estágios precocemente e correm o risco de prejudicar os estudos. "É bom lembrar que utilizar bem as diversas metodologias e ferramentas da Estatística não é algo muito simples. É como comprar uma blusa e escolher a melhor forma de usá-la. Tem sempre um modelo que se adapta melhor à cada pessoa."

Segundo Ela, o curso de Estatística é visto como difícil porque sua base teórica é muito densa. "Os alunos estranham por causa da Matemática, mas não temos como fugir dela. O candidato que não gostar de números não tem jeito, porque estes são a base do nosso trabalho. Além disso, é melhor que eles conheçam um pouco de computação, já que a principal ferramenta da Estatística é o computador".

O curso de Estatística está flexibilizado e oferece formação complementar em Economia, Biologia, Ciências Sociais e Industrial. As opções são reflexo da grande interdisciplinaridade desta ciência. Talita Dias, entretanto, vai optar em fazer o curso apenas em Estatística. Essa alternativa, explica a coordenadora, atende melhor ao aluno que pretende fazer pós-graduação na própria área. Mas é muito comum os profissionais escolherem outras ciências para continuar os estudos, por causa da associação da Estatística com outras áreas de conhecimento.

Suporte técnico "Não existe pesquisa quantitativa que não utilize a Estatística", exemplifica Ela Mercedes. "O mundo todo está muito competitivo. Então, todas as áreas, todas as indústrias, precisam fazer pesquisas. E todas as pesquisas fazem coletas de dados e, onde há dados, há trabalho para o estatístico organizá-los, analisá-los e apresentá-los", completa a coordenadora.

A engenheira de Minas Jacqueline Tibúrcio foi buscar na Estatística o suporte para melhor atuar na sua área. "Mas se hoje me oferecerem um emprego na Engenharia, eu não quero", avisa. "Quando entrei na Estatística, deparei-me com um curso excelente. Formei-me em 2001, fiz mestrado e não saí mais da área", conta.
Eber Faioli

O estudante FRANCISCO OLIVEIRA é uma prova de que os estatísticos também são essenciais nos hospitais

Jacqueline trabalha atualmente como consultora na Superintendência de Epidemiologia, na Secretaria de Estado da Saúde. "A Estatística é uma ferramenta imprescindível nessa área, porque ajuda a estabelecer o perfil das doenças, a distribuição delas por áreas e os fatores determinantes. São informações básicas que subsidiam políticas públicas de saúde", explica.

A professora Mayra Alves Stradioto, 27 anos, optou pela Estatística folheando um manual do vestibular. "Como gostava muito de gráficos, tabelas e números, achei que daria certo", lembra. A aposta na UFMG foi acertada.

Depois do Mestrado, Mayra decidiu que se dedicaria ao ensino: "Descobri que gostava de dar aula, apesar de sempre ter alimentado a idéia de trabalhar numa multinacional e ganhar muito dinheiro".