Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 3 - nº. 7 - Julho de 2005 - Edição Vestibular

Editorial

Entrevista
UFMG: uma instituição de ensino com responsabilidade social

Inclusão
Um portal chamado universidade

Assistência ao estudante
Antes de tudo um direito

Mundo Universitário
Os muitos olhares da graduação

Organização do Vestibular
Vestibular não é bicho de sete cabeças

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Comunicação Social

O curso não lida com a dicotomia entre prática e teoria, pois o domínio técnico não está dissociado da reflexão. E é essa perspectiva que abre diferentes possibilidades profissionais

Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas, Rádio e TV. Esses são os quatro caminhos oferecidos pelo curso de Comunicação Social da UFMG. Isso no papel, porque, na prática, a realidade é diferente. Segundo o coordenador do Colegiado de Curso, professor Bruno Souza Leal, a idéia de se formar jornalistas para redações, publicitários para agências, relações públicas para empresas, radialistas para emissoras de rádio e TV está ultrapassada. O curso forma um profissional com visão integrada.
Foca Lisboa

MARINA LANZA: aproveitando todas as oportunidades do curso

O currículo, o primeiro a ser flexibilizado na UFMG, reforça essa idéia. "Flexível, ele permite percursos que levam a uma inserção diferenciada, integrada, porque desloca a formação de lugares muito estabelecidos nas habilitações", diz Bruno, explicando que essa é uma maneira de o curso responder à evolução do mercado de trabalho.

A experiência da ex-aluna Marina Torres Pessoa, 21 anos, mostrou que a formação ampliada é a base para uma atuação variada. "Tive crises", admite.
"Escolhi o curso porque gosto de ler, escrever e porque tenho afinidade com a área de Humanas", diz a jornalista, hoje repórter da Rádio Inconfidência.

Ainda que não tenha usufruído totalmente do currículo flexibilizado, ela acredita que foi a estrutura do curso que lhe deu oportunidade de experimentar e de perceber a profissão como um todo. "Por isso, não senti dificuldades em passar por áreas tão distintas", reflete, lembrando que, quando atuou no Projeto Manuelzão (projeto de extensão da UFMG) pela primeira vez, ainda como estudante, ficava intrigada a cada entrevista com especialistas. "Eu entrevistava gente que falava horas sobre um determinado assunto e ficava me perguntando em quê eu era especialista. Mas o curso me ajudou a entender que a minha especialidade é saber lidar com a informação, levar o conhecimento do especialista à população", conta.
Eber Faioli

Para LEANDRO PERCHE, a flexibilização oferece para os alunos a chance de escolher o próprio caminho

O campo na Comunicação Social abre-se também por meio da formação complementar, com disciplinas que estão fora do curso e que podem se espalhar por várias áreas da UFMG. Aluno do 6o período, Leandro Alexandre Perche, 21 anos, fez matérias das habilitações de Relações Públicas e de Rádio e TV, mas decidiu-se mesmo pelo Jornalismo, a primeira opção, influenciado por tios jornalistas e pelo habito de ler jornais. Escolheu como formação complementar disciplinas na Faculdade de Letras, porque acredita que ganhará um diferencial no texto, e quer, ainda, matricular-se em disciplinas da História e das Ciências Políticas.

Atualmente, existe aluno fazendo disciplinas na Música e mesmo na Educação Física. "É claro que a flexibilização tem limites e a orientação acadêmica é essencial nesse processo", avisa o coordenador Bruno Leal. "Por ser novo, nós ainda sofremos com alguns problemas, mas acho que a vantagem está no fato de poder escolher o caminho", complementa Leandro Perche. O Colegiado indica algumas trajetórias possíveis: nas Ciências Sociais, na Psicologia, nas Artes (Cinema e Artes Gráficas), na Letras e na Administração.

Portas abertas Para Marina Lanza, 21 anos, o espaço acadêmico é um "espaço de experimentação". No 5o período, ela ainda não definiu a habilitação que irá seguir e tem passeado pelas áreas, agarrando-se as mais diversas oportunidades. Ela entrou na UFMG depois de cursar, por um tempo, uma faculdade particular. "Aqui, me deparei com carências, mas também com um mundo de possibilidades e com uma enorme riqueza de recursos humanos", compara. Ela participou do Projeto Manuelzão, e dedicou-se a um programa para as rádios comunitárias, no qual fez adaptações de obras clássicas da literatura brasileira para novelas.

Atualmente, Marina divide o tempo entre as aulas e duas outras atividades. Na CRIA, empresa júnior da Comunicação Social, ela tem uma ação voltada para o planejamento de projetos de comunicação integrada. "O mais interessante é que todo mundo tem uma vivência administrativa na empresa, além da produção", conta, destacando que gostou muito também de fazer atendimento na área de Publicidade. Na Faculdade de Direito, ela faz parte do Pólos de Cidadania, um projeto de mobilização social realizado por alunos em diferentes comunidades carentes de Belo Horizonte.

Nesse projeto, o trabalho de Marina é de comunicação organizacional e institucional, um prato cheio para alunos que sonham com a prática de Relações Públicas.

O coordenador do curso destaca que a estrutura da Comunicação Social contribui bastante para o amadurecimento do aluno que chega, normalmente, sem uma idéia clara do que são as habilitações e que, mesmo acreditando numa escolha prévia, se surpreende. Muitos optam por duas habilitações. É muito raro um aluno ter certeza do que quer, diz Bruno, pois a imagem das habilitações e da profissão é sempre muito estereotipadas.

E, se para a grande maioria dos jovens o momento da escolha no vestibular é normalmente muito difícil, pense na situação de um aluno que entra na Universidade aos 16 anos. Foi o que aconteceu com Jonas Oliveira, formado em Jornalismo no ano passado. Exceção em outros quesitos (aprendeu a ler com três anos e iniciou o ensino fundamental com cinco), ele lembra que sempre quis fazer Jornalismo, apesar de ter pensado na hipótese de cursar Publicidade e Propaganda. "Mesmo quem tem certeza do que quer não tem noção do que o curso oferece", assinala.

Aos 20 anos, Jonas está em São Paulo, Capital, onde, em janeiro passado, fez o Curso Abril de Jornalismo e, agora, participa do programa de trainee da empresa. "Quando me formei, tinha a sensação de que precisava de mais, mas, hoje, acho que a formação que tive está correspondendo às minhas necessidades e ao que estão exigindo de mim.

O curso não é pautado exclusivamente pela sala de aula e sim por um conjunto de vivências que definem a vida do aluno. No domínio das técnicas e das habilidades, o aluno freqüenta as "oficinas", que são disciplinas em que ele conhece as ferramentas básicas de trabalho, e pelos "laboratórios", em que ele se engaja na realização de diversos produtos ou projetos