Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 4 - nº. 9 - Julho de 2006 - Edição Vestibular


Editorial

Educação para desenhar o futuro

Entrevista
Resposta às demandas sociais

Extensão e pesquisa
Conhecimento público e para o público

Empreendedorismo
Aprendizes de feiticeiro

Assistência ao estudante
As invisíveis barreiras da educação

Internacionalização
Janelas para o mundo

Ciências Agrárias
Agronomia
Medicina Veterinária
Zootecnia

Ciências Biológicas
Ciências Biológicas

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Semente do agronegócio

Agronomia

Solo fértil, chuva e sol na medida, recursos e tecnologia. Esses insumos são essenciais, mas o que garante o sucesso das empreitadas no campo é a mão do homem. O agrônomo é responsável por planejar, organizar e dirigir as atividades que envolvem a produção agrícola, do preparo do solo à venda de produtos.

Polivalente. Esse é o melhor adjetivo para definir o profissional formado em Agronomia. O agrônomo deve ter uma visão ampla do processo de produção agrícola. É preciso pensar no armaze­namento, conservação e transformação para consumo do produto de origem animal ou vegetal. Para Luiz Arnaldo Fernandes, coordenador do curso da UFMG, o surgimento de novas áreas de atuação exige cada vez mais um profissional com perfil interdisciplinar. “A presença de agrônomos em bancos, no setor de crédito rural, e no marketing de produtos agro­pecuários são bons exemplos”, exem­plifica. O curso de Agronomia da UFMG é oferecido pelo Núcleo de Ciências Agrárias (NCA), no campus regional da Universidade, em Montes Claros.

O agrônomo Ivaldo Ferreira, 54 anos, já vislumbrou esse novo mercado. Atualmente, ele trabalha na Recmix do Brasil S/A, empresa produtora de um novo fertilizante chamado agrosilício. A revenda, a divulgação e a demonstração do uso do produto são as suas principais atividades. Para ele, além das amplas possibilidades de atuação e a vocação do Brasil para o agronegócio, outras questões favorecem a profissão. “Com a polêmica dos transgênicos, os problemas ambientais e o uso indiscriminado de agrotóxicos, a atuação de profissionais especializados se torna cada vez mais necessária”, afirma Ivaldo Ferreira.

O curso de Agronomia da UFMG oferece ênfase nas questões relacionadas à agricultura do semi-árido e familiar, traços característicos da regiã0o norte de Minas Gerais. Mas esta opção não se traduz em restrição. O meio ambiente, assim como os assentamentos rurais, a atividade extrativista e qualquer outra relação do homem com a terra são abordados no curso de Agronomia da UFMG. “O diferencial é que trabalhamos com a pesquisa e a extensão, sempre relacionados com a realidade. Atualmente, temos projetos com comunidades indígenas, quilombolas (povoados formados, originalmente, por escravos refugiados) e pequenos produtores rurais da região”, explica o coordenador do curso.

Experiências Os projetos serviram para ajudar Carolina Siqueira, 26 anos, do 9o período, a escolher o caminho a seguir depois de formada. A estudante, que estará formada em poucos meses, já tem o seu plano profissional traçado: “Pretendo fazer mestrado e continuar envolvida com pesquisas”, afirma. Aluno do 7o período, Felipe Giardini, 22 anos, trabalhou com a alfabetização de jovens e adultos e segurança alimentar em assentamentos e remanescentes de quilombos. Hoje, ele é bolsista do Programa Especial de Treinamento (PET) e realiza diversas atividades, tais como monitoria, pesquisas com plantas medicinais, hortaliças e atividades de implantação e manutenção de hortas em comunidades locais. “Essas são ótimas oportunidades de aprendizado”, defende Felipe Giardini.

Até chegarem ao estágio atual, Felipe e Carolina passaram, nos primeiros períodos, por várias disciplinas básicas de Química, Biologia e Matemática. Fazem parte do currículo também as disciplinas optativas, que aprofundam os conhecimentos em agricultura e pecuária nos contextos do semi-árido e do cerrado brasileiros. No currículo atual, a formação complementar é a grande novidade. Os alunos podem direcionar seus estudos, a partir do 5o período, para as ênfases em Administração e Marketing e/ou Economia e Comércio.

A parte prática é toda realizada nos 17 laboratórios do Núcleo de Ciências Agrárias e em uma fazenda experimental. A infra-estrutura conta com estufas para cultivo e trabalhos de pesquisa; horto de plantas medicinais; viveiros de plantas frutíferas e ornamentais; áreas para fruticultura, olericultura e grandes culturas e instalações para a criação de aves, cabras, bois, porcos e abelhas. Além disso, são realizadas visitas a empresas, públicas e privadas, do setor agrope­cuário e a pequenas comunidades agrícolas.

“É uma profissão apaixonante e desafiadora porque trabalhamos com processos dinâmicos em que que o homem interage com a natureza. Nossas ações estão sujeitas a fatos que fogem ao nosso domínio, como as secas, chuvas excessivas e geadas. É preciso estar sempre atualizado”, recomenda o experiente Ivaldo Ferreira.