Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 4 - nº. 9 - Julho de 2006 - Edição Vestibular


Editorial

Educação para desenhar o futuro

Entrevista
Resposta às demandas sociais

Extensão e pesquisa
Conhecimento público e para o público

Empreendedorismo
Aprendizes de feiticeiro

Assistência ao estudante
As invisíveis barreiras da educação

Internacionalização
Janelas para o mundo

Ciências Agrárias
Agronomia
Medicina Veterinária
Zootecnia

Ciências Biológicas
Ciências Biológicas

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Cálculo dos riscos

Ciências Atuariais

A vida é cheia de riscos dos mais variados tipos: enchentes, secas, roubos, doenças, mortes prematuras, pragas agrícolas. Se não dá para evitar esses acidentes de percurso, pelo menos é possível calcular e procurar diminuir os riscos financeiros envolvidos.

É aí que entra em cena o atuário, muitas vezes conhecido como um “matemático social”, por ser o profissional especializado em avaliação de riscos e operações envolvendo seguros, aposentadorias, pensões, financiamentos e planos de capitalização. “É um mercado em expansão”, avalia o professor Renato Martins Assunção, coordenador do curso de Ciências Atuariais da UFMG. Segundo ele, com a economia estável, as pessoas fazem seguros com mais frequência. “Trabalhamos com a idéia de que o dinheiro tem valor no tempo”, explica.

A demanda por profissionais aumenta à medida que as instituições financeiras, os planos de saúde, as seguradoras e os fundos de pensão criam oportunidades de atuação. A área de consultoria atuarial também está em alta, com o surgimento de empresas especializadas que prestam serviço para outras empresas, avaliando e propondo planos atuariais, ou, em outras palavras, cuidando da “saúde financeira” dessas empresas. Outro fator que contribui para o aumento da oferta de empregos é o crescimento do setor de previdência privada e a perspectiva de privatização no ramo dos resseguros – empresas que fazem seguros para as seguradoras.

“As chances para o recém-formado são grandes, considerando que ainda há, relativamente, poucos profissionais no mercado”, explica o professor Renato Assunção. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Atuária, existem, hoje, no Brasil, pouco mais de 900 atuários registrados. Desses, mais de 70% estão concentrados no eixo Rio-São Paulo. “Muitos dos nossos ex-alunos acabam se mudando para uma dessas cidades, onde a oferta ainda supera as demais regiões”, explica o coordenador do curso.

Jovem promissor Foi o caso de Mateus Ribeiro Pena, 23 anos, ex-aluno da UFMG. Ele conta que no início do curso a idéia de se mudar para um grande centro urbano não o agradava muito. Mas, na hora de decidir, a carreira falou mais alto. “Vi que eu teria mais chance de crescimento se me mudasse. Fiz contato com algumas empresas em São Paulo, enviei currículos e, antes de me formar, já tinha minha vaga garantida”, recorda Mateus, que trabalha numa consultoria multinacional.

A experiência adquirida por Mateus Ribeiro na graduação contou muito no destino profissional. “O curso forneceu uma base técnica muito sólida e me ajudou na hora de conseguir um emprego porque, apesar de ser um curso novo, já é reconhecido pelas empresas”, conta. Outro peso na balança foi o intercâmbio no exterior pelo programa da Diretoria de Relações Internacionais da UFMG. Segundo Mateus, quem está começando deve investir no aprendizado do inglês, cada vez mais exigido no mercado, e não ter medo de fazer as malas, se for preciso. “A família faz falta, sim, e muita gente prefere insistir e tentar achar um emprego na própria cidade, mas na área de Ciências Atuariais é bom estar preparado para fazer as malas”, aconselha.

Isabela Carvalho Duarte, 22 anos, é exemplo de quem conseguiu se dar bem por aqui mesmo, em Belo Horizonte. Formada em 2005, ela começou a fazer estágio no 5o período, numa empresa de consultoria. Depois da formatura, o emprego estava garantido. “O estágio foi fundamental para ter certeza de que era o que eu queria e para aplicar o conhecimento que recebia na sala de aula”, diz.

O currículo do curso da UFMG, criado há cinco anos, inclui disciplinas de contabilidade, programação, cálculo, probabilidade, demografia, estatística e legislação. Reinaldo Marques, 23 anos, estudante do 7o período, recomenda apostar “pesado” nos estudos. “No começo, o mais importante é investir numa boa base teórica, estudar bastante as disciplinas introdutórias, como Matemática, Estatística e Programação. As específicas, que são oferecidas a partir da metade do curso, devem ser complementadas com um estágio, que permite aplicar o que se aprende na sala de aula”, recomenda o estudante.

Para Isabela Duarte, o curso fornece uma boa base teórica, mas é importante estar sempre buscando novas informações. “Por estar em expansão, a área sofre muitas mudanças. Por exemplo, alterações na legislação e estudos de demografia, como o aumento da expectativa de vida do brasileiro, afetam diretamente o trabalho do atuário. O estudante deve procurar se manter atualizado, pesquisar sites na internet, se aprimorar”, determina.