Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 4 - nº. 9 - Julho de 2006 - Edição Vestibular


Editorial

Educação para desenhar o futuro

Entrevista
Resposta às demandas sociais

Extensão e pesquisa
Conhecimento público e para o público

Empreendedorismo
Aprendizes de feiticeiro

Assistência ao estudante
As invisíveis barreiras da educação

Internacionalização
Janelas para o mundo

Ciências Agrárias
Agronomia
Medicina Veterinária
Zootecnia

Ciências Biológicas
Ciências Biológicas

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Cuidados com o sorriso

Odontologia

É preciso garantir ao brasileiro acesso ao atendimento odontológico, mas sem perder de vista a saúde como um todo.

Professores, estudantes e funcionários técnico-administrativos da Escola de Odontologia da UFMG estão trabalhando na reformulação do projeto pedagógico do curso para aprimorar, entre outros aspectos, a grade curricular e os métodos de ensino e de avaliação da aprendizagem. Após implementadas, as mudanças vão permitir que o estudante, desde o 1o período, entre em contato com disciplinas de prevenção e educação para a saúde junto à comunidade. “Uma das soluções para a melhoria da saúde da população é investir na formação de bons profissionais”, diz o professor João Henrique Lara do Amaral, coordenador do curso. No Brasil, de acordo com um levantamento feito pelo Ministério da Saúde, cerca de 30 milhões de pessoas nunca foram ao dentista, 20% da população perdeu todos os dentes e 45% dos brasileiros não têm acesso regular à escova de dentes.

Atentos à necessidade de uma atuação ativa junto à sociedade, os estudantes de Odontologia da UFMG buscam atividades extra-curriculares – cerca de 70% deles estão envolvidos com algum dos muitos projetos da Escola. Vanessa Fantoni, 23 anos, estudante do 6o período, participa, atualmente, de três projetos. Todo sábado, ela atende crianças com transplante de medula óssea na Escola de Odontologia. “Você vê crianças fazendo quimioterapia, mas buscando ser fortes. Uma lição de vida”, comenta. Além disso, no projeto de Cirurgia em Odontopediatria, ela cuida de pacientes com problemas relacionados à coagulação do sangue, que precisam de um atendimento especial. Vanessa também atende pacientes no Centro Pedagógico da UFMG, a escola de Ensino Fundamental da Universidade. Lá, há um espaço próprio para o atendimento infantil. “Eu adoro trabalhar com crianças, há muito calor humano e elas precisam de um cuidado a mais”, diz.

Histórias de vida Danilo Alves, 23 anos, do 6o período de Odontologia da UFMG, lembra-se bem de uma de suas primeiras pacientes. “Ela chegou traumatizada com dentistas e chorou na cadeira. Fiquei assustado e pensei: como vou conseguir tratar essa senhora? Com o tempo fui conquistando sua confiança, cuidando da sua saúde de uma forma integral. Durante o tratamento, fui me tornando um amigo. No dia em que dei alta, ela chorou novamente, mas desta vez de emoção”. Hoje, o estudante faz parte de três projetos de extensão. Trata das crianças do Centro Pedagógico da UFMG, atende os integrantes do projeto Meninos do Parque, que cuida da promoção de saúde de crianças no Parque das Mangabeiras e, aos sábados, realiza atendimento clínico de adolescentes na Escola de Odontologia.

Segundo o coordenador, o foco do curso está na formação do clínico geral, buscando a prevenção e a promoção da saúde por meio de um diagnóstico integral que leve em consideração os aspectos físicos, emocionais e sociais do paciente. Para desenvolver essas habilidades, o treinamento começa cedo. Depois de passar os dois primeiros períodos cursando matérias básicas no Instituto de Ciências Biológicas (ICB), o estudante vai para o ciclo profissionalizante, na sede da Escola de Odontologia e realiza procedimentos odontológicos em manequins. A partir do 4o período, iniciam-se as clínicas obrigatórias, em que o estudante, supervisionado por um professor, atende os primeiros pacientes. O trabalho com o atendimento clínico vai até o 8o período, e à medida que o estudante avança no curso, passa a atuar nas clínicas de referência, voltadas para tratamentos mais específicos, como a periodontia (tratamento dos tecidos de sustentação dos dentes, como a gengiva), a endodontia (tratamento de canal) e a ortodontia (relativa ao posicionamento dos dentes).

“Contamos com uma infra-estrutura modelo, com clínicas bem equipadas e professores qualificados”, garante Amaral. A Escola, que completa 100 anos em 2007, oferece atendimento odon­tológico dentro da rede do Sistema Único de Saúde, articulada com a Secretaria Municipal de Saúde. “Somos uma universidade pública, temos compromisso com a população”, defende o coordenador.

Com diploma na mão, o profissional pode atuar no setor público, no atendimento em convênios e creden­ciamentos, em empresas de saúde, em clínica particular ou como professor e pesquisador. Juliene Caetano Fonte Boa, 29 anos, formou-se na UFMG em 2000, fez aperfeiçoamento em Dentís­tica Restauradora e, atualmente, faz Mestrado em Materiais Odonto­lógicos. Apesar de saber da necessidade da especialização, ela ressalta a importância de haver profissionais generalistas no mercado. “É bom saber um pouco de cada especialidade e fazer bem o trabalho como clínico geral”, diz. Juliene acredita que ainda há espaço para os profissionais liberais, mas o investimento financeiro nesse caso é maior e deve ser levado em consideração. “O custo dos materiais e manutenção do consultório é alto e o retorno é a longo prazo, além de ser preciso construir uma clientela”, adverte.