Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 4 - nº. 9 - Julho de 2006 - Edição Vestibular


Editorial

Educação para desenhar o futuro

Entrevista
Resposta às demandas sociais

Extensão e pesquisa
Conhecimento público e para o público

Empreendedorismo
Aprendizes de feiticeiro

Assistência ao estudante
As invisíveis barreiras da educação

Internacionalização
Janelas para o mundo

Ciências Agrárias
Agronomia
Medicina Veterinária
Zootecnia

Ciências Biológicas
Ciências Biológicas

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Na bagagem, a opção pelo desenvolvimento

Turismo

Viajar, conhecer pessoas, culturas e lugares novos. Quem está interessado no curso de Turismo não deve enganar-se. Diversão é para turistas. Dos profissionais, espera-se muito trabalho.

São muitas as opções: uma agência de viagens, um hotel, uma companhia aérea. O que não pode ficar de fora da bagagem do profissional é a capacidade de refletir sobre a profissão, de pensar o turismo, entender sua prática como um grande laboratório. O profissional dessa área precisa gostar de viagens, mas deve ir além: ser capaz de avaliar o potencial de um determinado “território” – no litoral, no cerrado ou sob a neve. Quem está de olho no curso de Turismo deve saber que depois de formado, e mesmo durante a graduação, ele deverá focar nos problemas, identificar as limitações e pensar as soluções para que o turismo seja, de fato, uma estratégia de desenvolvimento.

Na UFMG, o curso procura formar profissionais preparados para atuar no mercado, sem perder de vista a reflexão. O enfoque é na análise territorial, ou seja, no turismo adaptável às realidades locais. Segundo a coordenadora do curso, Mariana de Oliveira Lacerda, “o ensino ultrapassa a visão mercadológica e busca uma ênfase na real sustentabilidade. Não interessa aumentar os números de visitantes em uma determinada região se o desenvolvimento local não acontece de fato. Articular essas duas abordagens, a empresarial e a territorial, é o diferencial do curso”, explica.
Por definição, na UFMG, Turismo é multidisciplinar. São mais de 15 departamentos envolvidos, entre eles, História, Arquitetura, Letras, Administração e Economia, que ajudam a pensar os aspectos sociais, culturais, econômicos e ambientais envolvidos na atividade do turismo. O curso é oferecido pelo Instituto de Geociências (IGC), no campus Pampulha, e faz parte do Departamento de Geografia, o que garante uma interação com os departamentos de Cartografia e Geologia.

Trajetórias O percurso do aluno é um território a ser explorado. Na primeira metade do curso, a atenção dos alunos fica por conta das disciplinas obrigatórias, que incluem três línguas estrangeiras – inglês, espanhol e francês. A partir do 5o período, o estudante tem liberdade para traçar seu próprio “mapa”, dentro da área em que pretende especializar-se. As outras matérias, optativas e eletivas, e as atividades complementares favorecem uma formação personalizada, de acordo com os interesses de cada aluno. No 6o período, é oferecida a vivência profissional em órgãos públicos, ONGs e nos circuitos turísticos por meio do Estágio Supervisionado.

Rita da Glória

Tótem existente em todo o trajeto de turismo da Estrada Real

Existem, ainda, os laboratórios e os projetos desenvolvidos pelo curso. O Ceplantur – Centro de Pesquisa-Ação em Planejamento Turístico é um laboratório que desenvolve projetos de prestação de serviços e de atendimento às prefeituras, possibilitando aos alunos a chance de atuar em projetos reais de planejamento, como por exemplo, desenvolver planos na área de hotelaria, entender o processo evolutivo, a distribuição espacial dos hotéis e das pousadas, a classificação das diferentes modalidades de hospedagem. Outro exemplo é o Projeto de Desenvolvimento Turístico do Vale do Jequiti­nhonha e a Empresa Júnior Território, criada pelos próprios alunos do curso.

Parte da graduação de Raul Morais, 23 anos, aluno do 8o período, foi cursada em Portugal, na Universidade de Aveiro. A viagem ao Velho Continente é uma oportunidade de intercâmbio internacional oferecida pela Universidade, por meio de uma série de convênios firmados pela Diretoria de Relações Internacionais da UFMG. “Essa experiência foi fundamental para eu vivenciar uma outra maneira de fazer turismo”, conta o aluno. A oportunidade abriu os olhos de Raul Morais: “A atividade turística no Brasil ainda tem um longo caminho a trilhar”.

Para a coordenadora do curso, essa realidade é sinônimo de oportunidades para aqueles que decidirem se dedicar à área de planejamento. “O país ainda não pensa o turismo como principal fonte econômica”, alerta Mariana de Oliveira Lacerda. “A produção do conhecimento é essencial para que o Turismo seja visto como opção de desenvolvimento econômico para o Brasil”, completa.

Mariana de Oliveira Lacerda lembra, ainda, da experiência positiva com a primeira turma formada pela UFMG, no final do ano passado. “Os estudantes contribuíram muito para definir o curso tal como ele é hoje, através de conversas, críticas e muita discussão. Hoje, temos alunos trabalhando na Fundação João Pinheiro, na Secretaria de Turismo do Estado, na Belotur (Prefeitura) e em associações, como a Associação Brasileira de Turismo de Aventura”, conta a coordenadora.