Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 4 - nº. 9 - Julho de 2006 - Edição Vestibular


Editorial

Educação para desenhar o futuro

Entrevista
Resposta às demandas sociais

Extensão e pesquisa
Conhecimento público e para o público

Empreendedorismo
Aprendizes de feiticeiro

Assistência ao estudante
As invisíveis barreiras da educação

Internacionalização
Janelas para o mundo

Ciências Agrárias
Agronomia
Medicina Veterinária
Zootecnia

Ciências Biológicas
Ciências Biológicas

Ciências da Saúde
Nutrição
Educação Física
Enfermagem
Farmácia
Fisioterapia
Fonoaudiologia
Medicina
Odontologia
Terapia Ocupacional

Ciências Exatas e da Terra
Ciência da Computação
Ciências Atuariais
Estatística
Física
Geologia
Matemática
Matemática Computacional
Química
Sistemas de Informação

Ciências Humanas
Ciências Sociais
Filosofia
História
Pedagogia
Psicologia

Ciências Sociais Aplicadas
Administração
Arquitetura e Urbanismo
Biblioteconomia
Ciências Contábeis
Ciências Econômicas
Comunicação Social
Direito
Geografia
Turismo

Engenharias
Engenharia Civil
Engenharia de Controle e Automação
Engenharia de Minas
Engenharia de Produção
Engenharia Elétrica
Engenharia Mecânica
Engenharia Metalúrgica
Engenharia Química

Lingüística, Letras e Artes
Teatro
Artes Visuais
Letras
Música

UFMG Diversa
Expediente

Anúncios
Edições anteriores

Saúde dos pés à cabeça

Fisioterapia

Ele é parte integrante do esporte, mas o profissional não é conhecido e nem festejado pelas torcidas. No fundo, o melhor é que ele nem apareça, pois fioterapeuta em cena é sinônimo de lesão de atleta. Mas a boa notícia é que por trás de uma lesão há muitas possibilidades de recuperação.

Mas a Fisioterapia vai além dos gramados, quadras, piscinas e pistas esportivas. O profissional pode montar sua própria clínica, trabalhar em hospitais, ambulatórios e centros de saúde. O trabalho pode ser na área ortopédica, que é a mais conhecida, na área respiratória, na geriatria e gerontologia, na ginecologia e obstetrícia ou na neurologia. Para a coordenadora do curso da UFMG, Lígia Loiola, o mercado de trabalho já foi mais animador, mas ela ainda defende que sempre existe espaço para o bom profissional. Lígia Loiola também informa que muitos campos da Fisioterapia ainda estão dando os primeiros passos e, nesses casos, há grandes possibilidades. “A hidroterapia é bem recente em Belo Horizonte e na Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG nós temos uma piscina terapêutica onde os alunos já fazem disciplinas e podem participar de projetos com esse conteúdo”, explica.

Áreas como a ergonomia, voltada para a adequação do ambiente de trabalho, e a endocrinologia, em que o fisioterapeuta pode atuar com a reabilitação e a prevenção de complicações causadas pela obesidade, são outros campos promissores de trabalho. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que pelo menos 20 milhões de crianças menores de cinco anos e 1 bilhão de adultos em todo o mundo estejam acima do peso ideal (Fonte: Agência Reuters, abril de 2006).

Fotos: Foca Lisboa

Piscina terapêutica da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG

Para driblar as dificuldades do mercado, Alexandre de Oliveira, 29 anos, optou por uma saída diferente. Ele, que divide seu tempo entre o mestrado na UFMG e a profissão em Juiz de Fora, resolveu atender pacientes em casa. Alexandre é um dos chamados homecares, que têm se tornado muito comuns principalmente no atendimento a idosos. Ele conta que, atualmente, atende três pacientes: um está de cama há três anos, a outra mora em um asilo e o terceiro tem Mal de Parkinson e a família prefere que ele seja atendido em casa. “Temos conseguido bons resultados, mas o trabalho do fisioterapeuta tem que ser constante para manter a qualidade de vida dos pacientes”, explica.

Alexandre de Oliveira é um apaixonado pela profissão. “Você recebe um paciente com dor e ensina um exercício, uma técnica ou mostra um aparelho e vê que conseguiu ajudá-lo, que ofereceu um certo alívio. Isso motiva a gente. Eu amo minha profissão”, diz. Esse entusiasmo é uma espécie de pré-requisito para quem escolhe a Fisioterapia. “É preciso ter a intenção de ajudar. O próprio trabalho aproxima bastante paciente e fisioterapeuta. Muitas vezes quem está sendo assistido não consegue se movimentar sozinho e você tem que pegar e fazer o movimento junto com ele. Em muitos casos, o tratamento é diário”, explica a coordenadora do curso.


Trabalho constante do fisioterapeuta mantém a qualidade de vida dos pacientes

Essa proximidade será vivenciada pelo aluno a partir do 8o período, quando começam os estágios curriculares. Guilherme Almada, 24 anos, estudante do 9o período, que faz estágio no Hospital das Clínicas da UFMG, vê muitas vantagens nessa atividade: “Em termos profissionais, posso colocar minha bagagem teórica em prática. E ainda tenho a oportunidade de conviver com pessoas de diferentes níveis intelectuais, culturais e socioeconômicos, o que me proporciona um grande crescimento pessoal”. Ele também afirma que descobriu a importância de avaliar o paciente integralmente e dar a ele um tratamento humanizado. “Nós não podemos olhar somente o corpo que está doente, temos que lembrar que ali existe uma pessoa com emoções, medos, preocupações e isso deve ser respeitado”, completa. Um caso que ficou marcado na lembrança do estudante foi o de uma paciente que já havia procurado vários profissionais de saúde sem conseguir uma solução para seu problema. Depois de uma avaliação, Guilherme conseguiu identificar a disfunção da paciente e tratá-la com sucesso.

Com o novo currículo que deve ser implementado a partir do primeiro semestre de 2008, o aluno vai entrar em contato com a prática desde o início do curso e as disciplinas vão acompanhar os ciclos de vida dos seres humanos ao invés de serem dividas por áreas de conhecimento. Enquanto a mudança não ocorre, os alunos vão partindo para a prática por conta própria. É o caso de Carla Reis, 23 anos, 7o período, que, desde que entrou no curso, começou a fazer monitorias, procurou os laboratórios e agora, acompanha o projeto de mestrado de Alexandre de Oliveira. Carla, que chegou a cursar até o quarto período de Ciências Biológicas, e depois fez reopção para Fisioterapia, diz-se apaixonada pela futura profissão. “Quem faz Fisioterapia ama”, afirma.