Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 4 - nº. 9 - Julho de 2006 - Edição Vestibular


Editorial

Educação para desenhar o futuro

Entrevista
Resposta às demandas sociais

Extensão e pesquisa
Conhecimento público e para o público

Empreendedorismo
Aprendizes de feiticeiro

Assistência ao estudante
As invisíveis barreiras da educação

Internacionalização
Janelas para o mundo

Ciências Agrárias
Agronomia
Medicina Veterinária
Zootecnia

Ciências Biológicas
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Longe vai quem tem disciplina

Música

A música tem lá suas características específicas: talento, inspiração, inovação. Mas em uma coisa o músico é igual a um engenheiro ou a um médico: ele precisa de disciplina.

“O músico indisciplinado não tem chance, pois disciplina é fundamental”, sentencia o coordenador do curso de Música da UFMG, Mauro Rodrigues. Ele explica que muita gente talentosa, mas sem disciplina, fica limitado. E conclui sem muitos rodeios: “Vai muito mais longe quem tem disciplina e não tem tanto talento assim”. Mas para fazer os primeiros acordes e solfejos na Escola de Música da UFMG, situada no campus Pampulha, é preciso passar pelo Vestibular. E para ser aprovado, o candidato ao curso de Música, a exemplo do candidato ao curso de Teatro, precisa de uma pré-temporada. O Vestibular da UFMG exige um preparo musical anterior, que deve ser buscado de forma independente, e o conhecimento tem que estar bastante fundamentado. “Ele deve saber ler música e não só tocar de ouvido, ou haverá dificuldade” alerta Mauro Rodrigues.

E além de disciplina, o aluno também precisa estar aberto ao estudo em grupo. Engana-se quem pensa que o curso é uma trajetória solo. De acordo com Mauro Rodrigues, a música é uma atividade de alto nível de socialização, em que você tem que tocar no ritmo do outro, sentir a outra pessoa e entender seu pulso, por isso é importante a prática em grupo. “A UFMG é uma das poucas universidades no Brasil que dá para o aluno essa experiência. Assim ele aprende a tocar seu instrumento, junto com outros, o que é uma excelente oportunidade não só para os instrumentistas, mas também para os compositores, arranjadores e regentes”, explica o coordenador. Essas oportunidades abrem portas e quem se interessar por mais de uma habilitação pode ainda pedir continuidade de estudos para explorar outros instrumentos e áreas.

Encontro e troca Quem se encaixar nesse perfil pode começar a escolher dentre as várias habilitações oferecidas, lembrando que as vagas não são muitas e algumas delas bastante disputadas, principalmente se a opção instrumental do candidato for Violão ou Percussão – até por serem genuinamente brasileiros, chegando a 20 candidatos por vaga. Outras já são menos procuradas, como Oboé, Harpa e Fagote, mas sempre com concorrência. Essas são oportunidades oferecidas para quem opta pelo Bacharelado. São 19 habilitações, incluindo a variedade de instrumentos, além de Regência, Composição e Canto.

Foca Lisboa

Alunos da UFMG conversam com estudantes do ensino médio durante a Mostra das Profissões 2006 da UFMG

A habilitação em Licenciatura é voltada para a educação infantil. Ela busca capacitar o aluno a dar aulas nas escolas de ensino médio e fundamental. Consuelo Bylaardt, 23 anos, do 9o período, dá aulas em uma escola infantil há um ano. Ela reflete sobre a experiência: “Na educação é imprescindível partir de uma coisa bem simples para depois, trabalhando, enriquecê-la. A música funciona muito assim”. A novidade para quem escolhe Licenciatura é a construção do novo prédio anexo à Escola, o Centro de Musicalização Infantil, que trouxe para o campus Pampulha uma possibilidade de aliar em um mesmo lugar o estudo e a prática do ensino. Já os alunos do Bacharelado possuem vários projetos em que podem se envolver. Existem, como disciplinas obrigatórias, os grandes grupos musicais: Banda Sinfônica, a Gerais Big Band e a Orquestra Sinfônica.

O ensino, tradicionalmente voltado para a música erudita, começou a ganhar outros contornos. Há alguns anos, começaram a ser introduzidos outros conteúdos na estrutura curricular voltados mais para a música popular, o Congado e a música indígena, numa perspectiva mais atenta à identidade da sociedade brasileira. A mudança resultou na contratação de professores e alterações nas linhas de pesquisa, redirecionando o olhar, ou melhor, os ouvidos de alunos e professores para a Etnomusicologia e a Tecnologia.

O que dá vida ao curso é a possibilidade de aprimoramento em um local de encontro e troca. “Eu gosto muito do contato e da variedade da vivência musical. Mas é preciso ficar de olhos e ouvidos abertos, pois as oportunidades surgem para quem se esforça, se interessa e aproveita a vivência, não só instrumental, mas teórica também” avisa Consuelo Bylaardt.
Para os preocupados com o mercado de trabalho, Mauro Rodrigues esclarece que a formação erudita permite direcionar os alunos para orquestras e a demanda pela música popular é grande, uma vez que a indústria do entretenimento acaba gerando oportunidades de emprego. Mas o coordenador adverte: “No universo acadêmico busca-se a excelência musical e o saber ensina que a música é sempre maior do que o músico. Ele é um instrumento para tocá-la. Não pode ser maior que ela”.