Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 4 - nº. 9 - Julho de 2006 - Edição Vestibular


Editorial

Educação para desenhar o futuro

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Resposta às demandas sociais

Extensão e pesquisa
Conhecimento público e para o público

Empreendedorismo
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Assistência ao estudante
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Internacionalização
Janelas para o mundo

Ciências Agrárias
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Ciências Biológicas
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Afinidade com máquinas e teoremas

Matemática computacional

Como boa parte dos calouros, Wesley Pereira Tomaz, 19 anos, 5o período de Matemática Computacional, não sabia exatamente o que encontraria no curso. “Achava que era uma mistura de duas áreas.”

No começo é assim mesmo. O coordenador do curso de Matemática Computacional da UFMG, Helder Rodrigues, explica que, até o terceiro período, o aluno tem matérias do ciclo básico de Ciências Exatas, estuda Cálculo, vê os fundamentos de mecânica e eletricidade em Física, aprende probabilidade em Estatística e o básico de programação. Depois disso, muitas matérias em Matemática e mais algumas na Computação. O professor chama a atenção para as matérias específicas do curso. A cada semestre, é ofertado um tópico em Matemática Computacional, que ensina uma forma de aplicação da Matemática em determinada área do conhecimento.

Hoje, o estudante Wesley Pereira sabe que seu curso o prepara para trabalhar com a Computação para fins matemáticos. Reginaldo Braz, 24 anos, formado em Matemática Computacional e mestrando em Matemática, também só foi entender qual era o objetivo do curso quando começou a fazer iniciação científica e trabalhou com programação para resolver problemas matemáticos.

A área exige cuidados redobrados. Segundo Luciano Coutinho, 23 anos, colega de Reginaldo desde os tempos da graduação, não é muito seguro confiar inteiramente em uma resposta dada pelo computador. “Simula-se um sistema computacionalmente e depois vem a prova com a Teoria Matemática. No computador não se pode ter certeza do resultado, tudo é uma aproximação, nós lidamos com sistemas com muita sensibilidade e, por isso, sujeitos a erros”, diz Luciano. É aí que o profissional vai dispor de seus conhecimentos matemáticos, utilizando fórmulas e cálculos para provar se o resultado está certo ou não.

É bom ficar claro que o curso não é igual ao de Ciência da Computação. Para se dar bem com Matemática Computacional, é preciso gostar de Matemática e ter afinidade com os computadores. “Se você já programou e não gostou, não faça Matemática Computacional. Se você gosta muito de Matemática, e, em vez de dar aulas ou ficar pesquisando teoremas, você quer aplicar a Matemática em alguma outra área, então faça o curso”, recomenda o estudante Wesley Pereira.

Mergulho profundo Nos dois últimos períodos da graduação, o aluno escolhe matérias optativas de Matemática, Computação, Estatística, Física ou Economia. É nesse momento que ele conhece mais a fundo uma determinada área de aplicação. Assim, quem escolher a Matemática, pode desenvolver programas que provem teoremas, por exemplo. Já quem se inclina mais para a Computação, pode aplicar os conhecimentos matemáticos e geométricos na computação gráfica. Quem optar pela Estatística, vai poder fazer simulações de processos incertos, observando e comparando probabilidades. Na Física, todos os processos poderão ser simulados pelo matemático computacional. E a opção pela Economia possibilita o trabalho em bancos, consultorias financeiras, empresas de seguros e setores financeiros de diversas empresas.


O computador trabalha resultados aproximados. A comprovação vem com a Matemática.

Mas essas não são as únicas possibilidades de atuação do profissional formado em Matemática Computacional. Kleider Torres de Camargos, 27 anos, formou-se no final do ano passado, mas desde o começo da graduação trabalhou com Bioinformática, desenvolvendo um software (programa de computador) para programas que montavam o DNA e procuravam repetições e seqüências em sua estrutura. Enquanto era estudante, também participou de um projeto do Governo Federal que elaborava cursos a distância para funcionários públicos. Atualmente, trabalha em uma empresa que vende produtos para famosas concessionárias de automóveis e desenvolve softwares para realização de vendas, assuntos administrativos e contabilidades financeiras.

Alexandre Marinho de Almeida, 23 anos, formado há um ano e meio, trabalha em uma empresa da área de mineração. Para ele, o diferencial do curso da UFMG é a base forte em Matemática e a habilidade com programação. “Fui contratado com a intenção principal de cuidar da estrutura de informática da empresa e desenvolver pequenos programas. Com o tempo, percebemos que eu poderia me adaptar bem aos projetos de engenharia. Hoje, minha empresa possui 11 funcionários e três deles são formados em Matemática Computacional”, conta. O profissional ainda pode optar por fazer mestrado na área em que se especializou – Computação, Matemática, Estatística, Física ou Economia.