Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 4 - nº. 9 - Julho de 2006 - Edição Vestibular


Editorial

Educação para desenhar o futuro

Entrevista
Resposta às demandas sociais

Extensão e pesquisa
Conhecimento público e para o público

Empreendedorismo
Aprendizes de feiticeiro

Assistência ao estudante
As invisíveis barreiras da educação

Internacionalização
Janelas para o mundo

Ciências Agrárias
Agronomia
Medicina Veterinária
Zootecnia

Ciências Biológicas
Ciências Biológicas

Ciências da Saúde
Nutrição
Educação Física
Enfermagem
Farmácia
Fisioterapia
Fonoaudiologia
Medicina
Odontologia
Terapia Ocupacional

Ciências Exatas e da Terra
Ciência da Computação
Ciências Atuariais
Estatística
Física
Geologia
Matemática
Matemática Computacional
Química
Sistemas de Informação

Ciências Humanas
Ciências Sociais
Filosofia
História
Pedagogia
Psicologia

Ciências Sociais Aplicadas
Administração
Arquitetura e Urbanismo
Biblioteconomia
Ciências Contábeis
Ciências Econômicas
Comunicação Social
Direito
Geografia
Turismo

Engenharias
Engenharia Civil
Engenharia de Controle e Automação
Engenharia de Minas
Engenharia de Produção
Engenharia Elétrica
Engenharia Mecânica
Engenharia Metalúrgica
Engenharia Química

Lingüística, Letras e Artes
Teatro
Artes Visuais
Letras
Música

UFMG Diversa
Expediente

Anúncios
Edições anteriores

Alquimia da vida

Química

Um grande laboratório de Química: assim pode ser chamado o mundo em que vivemos. Só de acordar, escovar os dentes e tomar café da manhã você já se depara com centenas de transformações químicas, tanto no ambiente quanto no seu próprio corpo, que também é um mini-laboratório.

Onde há transformação de matéria lá estão eles tentando explicar, alterar e criar novos processos. A curiosidade é pré-requisito para o Químico ser bem sucedido. No mercado de trabalho, as possibilidades de atuação são inúmeras e vão desde indústrias e hospitais até as salas de aula. Hoje em dia, o ramo industrial tem absorvido muitos profissionais, indispensáveis na elaboração de novos produtos, controle de qualidade e de emissão de poluentes.

A química Larissa Vieira Bighetti, 31 anos, já trabalhou em todos esses ramos em várias fábricas da Coca-Cola. Atualmente, ela é a responsável pelo controle de qualidade, treinamento de pessoal e estudos de novas soluções químicas na fábrica de Belo Horizonte. A função de coordenadora veio depois da de concluída a especialização em Administração. “No meu caso, a atualização constante e a soma dos conhecimentos, de Química e Gestão, são fundamentais para que eu exerça bem a minha função”, conta Larissa.

Formar profissionais com conhecimentos complementares é um dos objetivos do novo currículo do curso de Química da UFMG. Para isso, os alunos podem escolher algumas disciplinas em outros departamentos da Universidade. Outra novidade é que agora os estudantes fazem disciplinas específicas desde o 1o período, sem deixar de lado o conteúdo básico em Matemática, Física e Química, que vai até o 4o período.

Reação em cadeia Uma formação sólida nessa área do conhecimento depende de várias escolhas dos alunos. Como uma reação em cadeia, as opções feitas nos primeiros períodos vão repercutir, certamente, na formação profissional. Para os alunos do curso diurno, a primeira delas é feita no 3o período, quando seguem pelo caminho da Licenciatura ou do Bacharelado. O curso noturno só é oferecido na modalidade Licenciatura, que também requer escolhas entre as disciplinas optativas e entre os quatro estágios obrigatórios que podem ser feitos em qualquer escola do ensino médio.

O aluno que quer trilhar o caminho do ensino deve também fazer algumas matérias na Faculdade de Educação (FAE) da UFMG, além dos laboratórios. Já os futuros bacharéis terão uma carga horária dedicada à prática experimental. Lugar para se exercitar é que não falta. Com a inauguração do novo prédio do departamento de Química, em 2005, foram criados mais 32 laboratórios. Além dessas atividades, o estudante deve fazer também pelo menos um estágio de 180 horas.

Tanto os futuros bacharéis quanto os professores podem, ou melhor, devem fazer iniciação científica na Universidade. É o caso da aluna do 4o período Cláudia Tavares, 23 anos, do curso noturno. Depois de formada, ela pretende fazer mestrado e dar aulas em universidades. Para levar a frente a sua intenção, Cláudia ingressou bem cedo na pesquisa. “Além de ajudar na formação, muitas pesquisas tratam de assuntos que normalmente não são abordados no curso de graduação”, explica a aluna.

Para a professora Amélia Gomes do Val, coordenadora do curso, as pesquisas extra-curriculares são importantes para a formação do aluno. “Por trabalharem em parceria, os laboratórios acabam por colocar o estudante em contato com as demandas do mercado”, explica. Um bom exemplo é o Laboratório de Análises de Combustíveis, que funciona em parceria com a Agência Nacional do Petróleo.

Os laboratórios são importantes não só para quem está no curso superior, mas para os estudantes do ensino médio e fundamental. Por meio de experiências simples e divertidas, os alunos podem entender melhor e gostar mais da Química. Essa é a opinião do professor Vinícius Catão, 26 anos. Para ele, “a disciplina não é bem recebida pelos alunos porque, na maioria das escolas, não é vinculada ao dia-a-dia”.

O professor, que também faz mestrado em educação, explica que a metodologia de ensino é uma preocupação constante da profissão. Durante o curso, boa parte da grade curricular envolve didática e ensino. É um suporte para os futuros professores enfrentarem esses obstáculos. Infelizmente, nem todas as escolas disponibilizam a estrutura necessária para as aulas. Ex-funcionário da rede pública, Vinícius trabalha, atualmente, em uma escola particular que possui laboratório, faz trabalho de campo e atividades interdisciplinares de ciências. Entretanto, a realidade das escolas públicas é bem diferente, afirma o professor: “Lá, o professor tem que fazer manobra com quadro e giz”.