Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 4 - nº. 9 - Julho de 2006 - Edição Vestibular
Criadores e criaturas
O estudante costuma imaginar que, ao terminar o 1o período, já será capaz de consertar um carro ou propor “milagres” para qualquer problema da área. Mas o caminho é um pouco mais longo.
Isso não é motivo para desanimar. O importante é aproveitar cada etapa da formação e, ao final do curso, o aluno vai perceber que além de consertar, ele estará pronto para projetar um carro. Os três primeiros semestres da jornada de um futuro engenheiro mecânico são recheados de Matemática, Física, Estatística e Computação, disciplinas oferecidas no Instituto de Ciências Exatas (ICEx) e no Pavilhão Central de Aulas (PCA), ambos no campus Pampulha. “No início do curso, a proposta é oferecer uma visão geral da área para o aluno. É a partir do 4o período que começam a ser oferecidas as disciplinas específicas”, explica Alexandre Abrão, coordenador do curso.
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Mas uma boa regra tem lá suas exceções. Esse é
o caso de Osvane Faria, 21 anos, estudante do 5o período. Ele, que
sempre quis trabalhar com Automobilística e Mecatrônica, começou
a participar do projeto Minibaja (leia quadro) já na segunda semana
de aulas, ainda no 1o período. Osvane por lá ficou e diz que
só sai do laboratório com o “canudo” na mão.
Para o estudante, a grande vantagem de trabalhar nesse projeto é
que o seu bom senso de engenharia cresce de forma incrível. “Muitas
vezes os engenheiros fazem uma peça que o mercado não consegue
executar. Então, no projeto, você aprende melhor a parte teórica
e consegue integrar isso com a prática”, explica Osvane.
O departamento de Engenharia Mecânica oferece vários projetos.
Tiago Gondim, 25 anos, aluno do 9o período, participa, desde 2003,
do AeroDesign. “Nas competições que participamos, defendemos
o projeto da aeronave desenvolvida por nós para engenheiros que escreveram
os livros nos quais estudamos. Esses profissionais, que julgam os nossos
trabalhos, são referências para nós alunos”. Tiago
Gondim está orgulhoso com o primeiro lugar, no campeonato internacional
disputado nos Estados Unidos, em 2005: “O resultado elevou o nome
da UFMG dentro da Embraer e da indústria aeronáutica”,
avalia. André formou-se em 2001 e duas semanas depois já estava
empregado na Embraer.
A área de atuação da Engenharia Mecânica é
muito ampla e oferece boas oportunidades, lembra o coordenador do curso.
Quem estiver disposto a ir para o interior de Minas ou para estados como
Espírito Santo, Bahia e Goiás, tem chances de, rapidamente,
encontrar emprego. Outra alternativa são os programas de trainees
de grandes empresas para os estudantes do último ano de curso. “Existem
áreas que estão sempre contratando engenheiros mecânicos,
como a de manutenção, a siderurgia e a mineração”.
Projetos para você participar Minibaja: o desafio é construir
um carro para participar da competição nacional organizada
pela Sociedade dos Engenheiros Automotivos (SEA). O modelo desenvolvido
pelos estudantes passa por provas estáticas, dinâmicas
e de resistência. Na última competição,
os alunos da UFMG conseguiram o 3º lugar geral.
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