Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 4 - nº. 9 - Julho de 2006 - Edição Vestibular


Editorial

Educação para desenhar o futuro

Entrevista
Resposta às demandas sociais

Extensão e pesquisa
Conhecimento público e para o público

Empreendedorismo
Aprendizes de feiticeiro

Assistência ao estudante
As invisíveis barreiras da educação

Internacionalização
Janelas para o mundo

Ciências Agrárias
Agronomia
Medicina Veterinária
Zootecnia

Ciências Biológicas
Ciências Biológicas

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Em busca do bem-estar

Psicologia

Se você procura somente um maior entendimento sobre si mesmo ou pretende resolver seus problemas pessoais e, para isso, está disposto a encarar o vestibular para Psicologia, é melhor repensar o destino. Você está prestes a cometer um grande erro.

“O curso de Psicologia nem sempre vai ajudar alguém a ter uma melhor compreensão sobre si mesmo”, alerta Adriano Nascimento, coordenador do curso de Psicologia da UFMG. O professor também aproveita para fazer uma advertência aos futuros candidatos: “Há quem opte pelo curso tendo como base uma idéia equivocada sobre a Psicologia. Além disso, todas aquelas ‘leis’ aprendidas no nosso cotidiano, que a gente acha que regem as relações interpessoais, não são bem daquele jeito”.

Eliminados os pré-conceitos, está na hora de descobrir, afinal, o que é o curso de Psicologia. O melhor caminho é por meio das experiências de alunos e profissionais da área. Nicole Lagazzi, 18 anos, está no 1o período do curso na UFMG e conta que escolheu fazer Psicologia porque queria um curso com o qual pudesse contribuir socialmente e, ao mesmo tempo, trabalhar diretamente com as pessoas. Apesar de estar no início do curso, Nicole já participa do Laboratório do Brincar, um dos dez núcleos de pesquisa do departamento de Psicologia da UFMG. A cada 15 dias, o grupo, de alunos e professores, reúne-se para discutir textos sobre Desenvolvimento Infantil. O que é visto na teoria vai para a prática. Aos sábados, os integrantes do laboratório vão para o bairro Jardim Felicidade, na periferia de Belo Horizonte, e propõem, por meio de atividades lúdicas, a socialização das crianças da comunidade. “A gente entra em contato com uma realidade que achava que estava distante, mas que existe e que precisa de uma atenção profissional para ser modificada”, reflete Nicole.


Instalações do Laboratório do Brincar da UFMG

A contribuição social também foi a área que despertou o interesse de Juliana Barbosa, 20 anos, aluna do 9o período de Psicologia. No semestre passado, a estudante fez o estágio do Internato Rural – uma dupla de estudantes de Psicologia passa três meses atuando em uma pequena comunidade do interior do Estado. Juliana trabalhou em Santana do Riacho, na região da Serra do Cipó, onde dividiu uma casa com uma colega do curso de Psicologia e mais duas estudantes de Medicina.

Na comunidade, ela aprendeu que a Psicologia pode ir além do que é estudado em sala de aula. O objetivo era promover ações que proporcionassem o bem estar da população de uma maneira geral. “No começo, as pessoas ficam confusas sobre o que é a Psicologia. Elas esperam muito, acham que vai ser uma panacéia para todos os males. Outras ficam com um pé atrás, mas depois se abrem bastante”, conta Juliana.

Este ano, a estudante está fazendo um outro estágio, desta vez na área clínica e trabalha com terapia compor­tamental de adultos. Juliana conta que quando foi atender seu primeiro paciente ficou com medo de não saber como começar e estragar tudo, mas acabou se saindo bem. “É uma experiência muito rica e você está amparado por um profissional que te orienta”, explica.
André Luiz Freitas, 30 anos, é formado em Psicologia pela UFMG e, atualmente, além de dar aulas na graduação e fazer alguns atendimentos clínicos no Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) do departamento do curso, desenvolve pesquisas com planejamento socio­ambiental. Essa é uma área nova dentro da Psicologia, e, exatamente por isso, promissora. Partindo do princípio de que todo sujeito é um ator político, o psicólogo da área ambiental faz pesquisas e investiga as relações humanas, considerando os condicionamentos ambientais juntamente com os fatores sociopolíticos. Nesse caso, o psicólogo pode trabalhar com educação ambiental em escolas, museus, programas de empresas, com comunidades, ONGs e agências do governo, observar os conflitos ambientais, fazer mediações entre as partes envolvidas, capacitar pessoal e preparar material informativo.

Há quem diga que o mercado para a Psicologia está saturado, mas André acredita que áreas como a clínica, a educacional e a hospitalar estão saturadas apenas para quem tem uma visão limitada da área. “Tive duas alunas que estagiaram em hospital com planejamento em ambiente hospitalar e o trabalho foi muito bem recebido. Existe uma demanda também por outras formas de atuação do psicólogo”, observa. Por outro lado, há campos em que a Psicologia ainda dá seus primeiros passos, como na área jurídica, do esporte, do trânsito e mesmo na ambiental. Segundo André Freitas, atualmente os conselhos regional e federal de Psicologia estão considerando a participação de psicólogos também na área de promoção de políticas públicas. “O segredo está em relacionar a Psicologia com outras áreas, porque ela pode estar em tudo, já que tudo envolve relações humanas”, completa.