Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 4 - nº. 9 - Julho de 2006 - Edição Vestibular


Editorial

Educação para desenhar o futuro

Entrevista
Resposta às demandas sociais

Extensão e pesquisa
Conhecimento público e para o público

Empreendedorismo
Aprendizes de feiticeiro

Assistência ao estudante
As invisíveis barreiras da educação

Internacionalização
Janelas para o mundo

Ciências Agrárias
Agronomia
Medicina Veterinária
Zootecnia

Ciências Biológicas
Ciências Biológicas

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Ciências Exatas e da Terra
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Ordem na produção intelectual

Biblioteconomia

Num piscar de olhos, milhares de informações são produzidas e difundidas. Pode parecer fácil selecionar e organizar em categorias. Mas pense numa grande empresa, numa biblioteca ou num acervo.

A quantidade de dados produzidos ou recebidos por uma empresa, uma entidade governamental ou mesmo uma universidade, é de tirar o fôlego. Por isso, o gerenciamento das informações requer um cuidado especial. É aí que entra o bibliotecário, ou como muitos gostam de dizer, o gestor da informação.

As bibliotecas são uma espécie de berço para esses profissionais, mas o leque de possibilidades ultrapassou, há muito tempo, os limites dos fichários e arquivos. Em primeiro lugar, o perfil das bibliotecas mudou. Elas se informa­tizaram e incluíram na lista dos materiais de pesquisa e consulta fitas de vídeo, CDs, DVDs e a Internet. Segundo, porque a informação praticamente não existe se não temos como acessá-la ou recuperá-la. Os profissionais da Ciência da Informação atuam em qualquer espaço no qual haja fluxo de informação, principalmente na assessoria de atividades de tomada de decisão nas organizações públicas e privadas.
Foca Lisboa

No Sebrae-MG, por exemplo, existe a Unidade de Gestão da Informação, coordenada pela bibliotecária Maria Inês Gonçalves, 52 anos. O setor, que no passado foi uma biblioteca especializada, hoje responde por todo o tratamento das informações disponibilizadas em bases de dados sobre gestão de pequenos negócios.

Um dos produtos da Unidade de Gestão da Informação é a Base de Dados de Resposta Técnica. Em outras palavras, este produto, que contém informações sobre vários segmentos empresariais, busca orientar quem deseja abrir ou ampliar um negócio. Outro exemplo é o Registro do Conhecimento e Preservação da Memória Organizacional. Esse projeto subsidia os técnicos do Sebrae Minas no desenvolvimento de ações estratégicas por meio do compartilhamento de informações de forma sistemática e ordenada.

Maria Inês explica que foi necessário diversificar e ampliar todos os serviços oferecidos e também o perfil da equipe, hoje multidisciplinar e composta por bibliotecários, administradores de empresas, um jornalista e um consultor dá área jurídica. Idealizadora dos projetos, ela reforça que o perfil empreendedor, com o foco na gestão da informação e do conhecimento, é fundamental para o profissional. "O bibliotecário não pode ficar restrito à organização da informação. Ele deve ter uma visão estratégica ampla, alinhada à atuação da organização onde trabalha. Com isso, ele pode criar demandas, elaborar produtos e antecipar ações", explica.

A coordenadora do curso de Biblioteconomia da UFMG, Mônica Nassif, explica que a mudança no perfil do bibliotecário faz com que a procura pelo curso cresça a cada ano. “Hoje, os alunos entram na Universidade com outras expectativas e as perspectivas de mercado são diferentes daquelas de alguns anos atrás. Isso tem feito com que o curso seja mais procurado”, afirma a professora. Em 1997, no vestibular da UFMG, a relação era de 3,9 candidatos por vaga para o curso de Biblioteconomia. No ano passado, houve um salto nas estatísticas, além do curso também já ser oferecido, desde 1999, nas opções diurna e noturna: a relação de candidatos por vaga foi de 7,06 e 10,08 para Biblioteconomia diurno e noturno, respectivamente.


Acervo ambulante:
carro-biblioteca da UFMG democratiza o acesso a informações

Para dar conta do perfil diferenciado exigido pelo mercado, o aluno do curso da UFMG faz disciplinas básicas de Ciências Humanas já no 1o período, tais como Sociologia e Filosofia. Em seguida, são oferecidas disciplinas específicas até o 6o período. É nessa fase que os alunos aprendem o que é tratar os dados, administrar unidades de informação e a fazer estudos sobre o perfil de usuários. É nessa fase também que o aluno escolhe a sua formação específica: em Gestão de Coleções ou em Gestão da Informação.

Colocar em prática o aprendizado de sala de aula é outro objetivo do curso. Para isso, dois estágios obrigatórios devem ser feitos. O primeiro em bibliotecas ou centros de informação. Já o segundo é o trabalho de conclusão de curso em que o aluno deve apresentar um projeto individual baseado na sua prática. A participação em projetos da UFMG também pode ser uma boa oportunidade para ter contato com a profissão.

Inclusão literária Um dos projetos de extensão mais antigos da UFMG é o Carro-Biblioteca. Há 30 anos o projeto leva a vários bairros carentes da Região Metropolitana de Belo Horizonte um acervo literário ambulante. Já foram visitadas 15 comunidades, onde são realizados empréstimos e apoio à pesquisa escolar. Só no ano passado, foram mais de 10 mil empréstimos.

A aluna do 6o período Ana Carolina Silva de Souza, 23 anos, conta que o projeto tem sido muito importante para sua formação. “Ao fazermos contato com a comunidade, aprendemos muito sobre o trabalho na área social e ainda contribuímos para a melhoria da informação nos bairros”, explica a estudante. O trabalho de um ano e meio no Carro-Biblioteca deu origem a dois artigos científicos, apresentados em congressos da área.

Para quem está de olho no setor empresarial, a Consultoria Júnior (CGI-Jr) pode ser uma boa oportunidade de aprendizado. Criada pelos próprios alunos, ela já tem grandes clientes. Na Cemig, por exemplo, o trabalho de organizar e catalogar as informações em todos os setores é feito pelos alunos da UFMG por meio da empresa júnior do curso de Biblioteconomia. “As empresas perceberam que organizar a informação é investimento”, conta o aluno do 7o período Christiano Quadros, 26 anos, que também é presidente da consultoria.