Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 4 - nº. 9 - Julho de 2006 - Edição Vestibular
Gente que faz a vida mais saudável
A caminhada começa cedo, na preparação para o vestibular. Uma vez dentro do curso, começa a maratona. Já no 1o período, a turma faz revezamento em três lugares: na própria Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO), no Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e na Faculdade de Educação (FAE), todos no campus Pampulha. Mas as oportunidades estão em processo de expansão. Com o currículo novo, que deve ser implementado no próximo ano, haverá mais liberdade para as escolhas. Além da formação básica, a formação complementar e livre serão os impulsos para que o aluno dê um salto para outros departamentos da Universidade, a fim de modelar e fortalecer sua formação e quem optar pela Licenciatura, poderá cursar matérias na Psicologia ou na Música.
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O novo currículo vai marcar bem as identidades das opções
oferecidas pela Educação Física: as ênfases em
licenciatura, treinamento e lazer. “Na licenciatura, o estudante é
transformado em professor. Os futuros mestres devem ser capazes de conseguir
o envolvimento dos alunos, da educação infantil ao ensino
médio, e democratizar os conhecimentos esportivo, lúdico e
artístico”, explica o coordenador do curso, Tarcísio
Mauro Vago. Ele esclarece, ainda, que o treinamento e o lazer, ligados ao
bacharelado, têm a mesma função, porém outro
destino. “Nas academias, o profissional deve trabalhar os diferentes
perfis: jovens, adultos, idosos. Nos clubes, com o treinamento esportivo,
pensar nos cuidados, nas técnicas, nas exigências, nos treinamentos,
na pressão que o atleta profissional é submetido, na nutrição”.
O curso, segundo Tarcísio Vago, procura mostrar a importância
da fusão de conceitos das Ciências Biológicas e Humanas.
“É preciso trabalhar o corpo e a mente. O ser humano é
integral”, define o coordenador.
“O curso me ajudou muito em minha carreira de esportista. Aprendi
a planejar melhor os treinamentos, adquiri embasamento científico,
por exemplo, sobre fisiologia do exercício, o que acaba ajudando
na prática, porque você aprende a balancear as atividades,
indicar o melhor tipo de exercício para cada objetivo”, conta
o ex-aluno da UFMG Nelson Sardenberg, 35 anos, faixa preta em caratê,
por duas vezes vice-campeão Pan-Americano. Logo após se formar,
em 1998, Sardenberg abriu uma academia, em Belo Horizonte, onde ele dá
aulas de caratê, faz avaliações físicas e oferece
serviços de personal trainer. Ainda sobra tempo para o atleta se
preparar para os próximos Jogos Pan-Americanos, que acontecem no
ano que vem, no Rio de Janeiro.
Obrigatórias e optativas
A lista de atividades esportivas, oferecidas como disciplinas – obrigatórias
ou optativas – é de tirar o fôlego: ginástica,
atletismo, capoeira, jogos e brincadeiras, futebol e futsal, handebol, basquete,
vôlei, judô, taekendô, ciclismo, tênis, esgrima
e xadrez. E com o suor do esforço físico aliado às
matérias teóricas, que ajudam a manter mente sã em
corpo são, fica garantida a capacitação dos formados
para vencer na profissão.
A estrutura física da Unidade também conta muito no aprendizado.
São 16 laboratórios, dentre eles o de Psicologia do Esporte
e o de Prevenção e Reabilitação de Lesões
Esportivas, além dos vários centros de estudos (excelência
esportiva, pessoas com deficiência, lazer, recreação,
entre outros) “Disciplinas como Psicologia do Esporte ajudam a trabalhar
a motivação e a concentração. O atleta tem que
saber lidar com os fracassos e com as vitórias”, avalia Sardenberg.
Além disso, a Escola tem cinco quadras esportivas, duas piscinas,
sala de musculação, sala de dança, ginásios
de ginástica rítmica desportiva, de ginástica olímpica
e de atividades múltiplas, sala de judô e pista para salto
em distância. “É quase impossível um aluno não
se envolver numa dessas atividades. Projetos de pesquisa, ensino e extensão
é o que não falta” diz Tarcísio Vago.
Petrônio Ferreira, 21 anos, que o diga. No 6o período, ele
participa de um dos mais consagrados projetos da UFMG. O Grupo Sarandeiros,
há 25 anos registrado como projeto de extensão da Universidade,
é muito premiado em festivais nacionais e internacionais de danças
folclóricas. “Na Holanda, onde haviam 32 grupos participantes,
o grupo recebeu o troféu Cinco Continentes, como o melhor grupo das
Américas presente no festival”, orgulha-se o monitor e dançarino
que integra o Sarandeiros há dois anos. Além de bolsista de
pesquisa em dança folclórica, Petrônio dá aulas
para os integrantes do Grupo Sarandeiros Juvenil Coltec, voltado para estudantes
do ensino fundamental e médio.