Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 4 - nº. 9 - Julho de 2006 - Edição Vestibular


Editorial

Educação para desenhar o futuro

Entrevista
Resposta às demandas sociais

Extensão e pesquisa
Conhecimento público e para o público

Empreendedorismo
Aprendizes de feiticeiro

Assistência ao estudante
As invisíveis barreiras da educação

Internacionalização
Janelas para o mundo

Ciências Agrárias
Agronomia
Medicina Veterinária
Zootecnia

Ciências Biológicas
Ciências Biológicas

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Estatística

Aumento do valor da cesta básica, possibilidade de chuvas ao fim do dia, chances de o seu time vencer a final do campeonato. O cotidiano está recheado de estatísticas. Entretanto, não bastam os números. É preciso analisar, explicar as variáveis, definir a amostragem.

A maioria das áreas de conhecimento utiliza dados estatísticos para explicar seus fenômenos. A política levanta números para justificar votos, programas governamentais e investimentos. Já a medicina busca estatísticas que expliquem probabilidades genéticas, recorrência de doenças e chances de cura. Os casos são infinitos e refletem o enorme uso da estatística pelas mais diversas áreas.

Na UFMG, o curso inclui ênfases em Ciência da Computação, Sociais, Biológicas, Econômicas, Marketing e Engenharia Industrial. Segundo Ela Mercedes, coordenadora do curso, é importante que os estudantes desenvolvam uma base sólida no início para que, no quarto período, ao fazerem a opção pela ênfase desejada, eles estejam preparados para aplicar os conhecimentos estatísticos.

Ao entrar no curso, que dura quatro anos, a maioria dos estudantes se depara com uma densa carga de cálculos e muita bibliografia em inglês. O susto é grande, mas superável. A dica de Marcus Vinícius Soares, 36 anos, do 8o período, é se esforçar. “Depois da metade do curso começam as disciplinas práticas e então o aluno passa a enxergar o verdadeiro potencial da área”, afirma Marcus. O estudante atualmente faz estágio no Nupad (Núcleo de Pesquisa em Apoio Diagnóstico), órgão da Faculdade de Medicina da UFMG e Serviço de Referência em Triagem Neonatal de Minas Gerais, credenciado pelo Ministério da Saúde.

Oportunidades Bancos, indústrias, companhias de seguro, hospitais, instituições públicas, institutos de pesquisa de opinião. Essas são algumas das muitas possibilidades de atuação do estatístico. “A motivação é fundamental para superar as dificuldades. O mercado é bom e as perspectivas são boas”, afirma Ela Mercedes. Para a maioria dos bancos, os estatísticos são indispensáveis. Boa parte desses profissionais faz análise de risco de crédito, para que os empréstimos sejam feitos de forma mais segura, com o menor índice de inadimplência. Outra possibilidade, ainda no ramo bancário, é a análise de perfil de clientes. Segundo Jeislan Carlos de Souza, 26 anos, funcionário do Banco Mercantil do Brasil, as oportunidades são boas para quem tem o perfil adequado. Durante a graduação, ele fez disciplinas dos cursos de Ciências Atuariais e de Economia para direcionar o seu currículo. O emprego veio logo. Mesmo antes de formar foi contratado pelo banco.

Os estágios não são obrigatórios para os estudantes de Estatística, mas a oferta é muito grande e logo nos primeiros períodos surgem várias oportunidades. “É importante que os alunos façam os estágios depois de terem uma base matemática sólida, ou seja, no quarto período”, recomenda a coordenadora do curso. Além disso, mesmo que os alunos escolham uma ênfase, normalmente fazem estágios em diversas áreas.

Um bom exemplo é o aluno do 8o período Tiago Rezende dos Santos, 23 anos. Ele já fez estágio em indústria de eletroeletrônicos, na Comissão Permanente do Vestibular da UFMG, e atualmente está na Cemig. Em todos os estágios, Tiago dedicou-se à elaboração de modelos de análise, levantamento e processamento de dados. Para ele, uma das coisas mais importantes é saber atuar em equipe e com profissionais das outras áreas: “Eu sou estudante de estatística, mas preciso entender a área em que atuo para chegar a resultados reais”.

A estatística aplicada ao esporte é uma constante nos campeonatos, principalmente quando se aproximam as finais. De olho nesse mercado, Marcelo Arruda, 33 anos, começou a atuar na área. Apaixonado por tabelas esportivas desde criança, o estatístico começou a acumular dados aos 8 anos e não parou mais. O fascínio pelas tabelas somado ao gosto pela matemática fez com que ele se formasse em Estatística em 1995. Atualmente, trabalha no site www.chancedegol.com.br, criado por ele e mantido por times e entidades esportivas. No site podem ser encontrados vários modelos de cálculo e várias análises e abordagens específicas.

Segundo Marcelo, as possibilidades de cálculo no esporte são inúmeras e podem ser feitas não só com os resultados dos jogos, mas também em várias outras situações, tais como no desempenho dos atletas, nos recordes ou nas torcidas. Apesar da demanda, nem sempre as análises esportivas são feitas por estatísticos. “Há um desconhecimento do potencial da Estatística que faz com que muitas vezes nós sejamos substituídos por outros profissionais”, lamenta.