Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 4 - nº. 9 - Julho de 2006 - Edição Vestibular
Engenharia Química é transformação
Na natureza, nada se cria, tudo se transforma. E ninguém melhor que um engenheiro químico para saber disso. Afinal, seu trabalho diz respeito a tudo que envolve processos de transformação da matéria.
O mercado de trabalho é amplo para o engenheiro químico, que pode ser empregado em diversas funções: em bancos de investimentos de avaliação de projetos; em indústrias de processamentos (cimenteiras, de cosméticos, de plásticos e polímeros, de tintas e verniz, farmacêuticas, alimentícias, de tecidos, metalúrgicas, siderúrgicas, petroquímicas), como gerentes de processos, na parte financeira e até mesmo de marketing e, por fim, na área acadêmica.
Divulgação/Petrobrás![]() |
Mas se engana quem pensa que Engenharia Química é pura Química.
“Se você gosta de matemática, física e, obviamente,
química, e de trabalhar com processos, em transformar a matéria-prima
em produto, aí sim está certo em escolher Engenharia Química”,
diz a professora Tânia Lúcia Santos Miranda, coordenadora do
curso.
Fernanda Rocha, 30 anos, formou-se em agosto de 1999 na UFMG e hoje está
empregada no ramo de fabricação da poliamida, usada na confecção
de roupas, numa empresa multinacional, instalada em São Paulo. Ela
trabalha há quatro anos como coordenadora de processos de três
fábricas de polimerização da empresa. Segundo Fernanda,
o curso oferece uma excelente base científica. “Isso nos prepara
para argumentar de maneira adequada, o que conta muito numa entrevista de
emprego”, opina.
A profissional afirma que o aprendizado teórico na Universidade é
muito importante. “O curso tem uma ênfase nos trabalhos em grupo.
Tínhamos que ‘bater muita cabeça’, batalhar, entrar
em contato com empresas, correr atrás de bibliografia. Hoje, vejo
o quanto aprendi e o quanto a base obtida na Universidade me permite saber
como funcionam os processos e onde recorrer para encontrar resultados”,
avalia a engenheira química. Segundo ela, isso é o que o mercado
valoriza – profissionais versáteis e dinâmicos que tomam
iniciativas para obter resultados com a maior agilidade possível.
Mergulho profundo Para exercitar
a rapidez e precisão de raciocínio, o curso investe numa base
sólida que vai a fundo nas definições e nos intensos
exercícios de cálculos. O aluno começa pelo ciclo básico,
com duração de dois anos, oferecido no Instituto de Ciências
Exatas (ICEx), no campus Pampulha. O aluno lida com muita Matemática,
Química, Física, Estatística e Computação.
Durante os seis períodos seguintes, o estudante fica imerso no ciclo
profissional, na Escola de Engenharia, localizada no centro comercial de
Belo Horizonte. Lá são ensinados os fundamentos (que duram
até o 8o período) e as operações da Engenharia
Química.
Segundo a coordenadora do curso, os estágios são importantes
como uma transição para a vida profissional. Para Tânia
Lúcia Santos, a vivência profissional dos estágios e
as visitas técnicas, realizadas a cada período nos vários
tipos de indústrias, são parte importante do aprendizado.
As disciplinas de elaboração de projetos industriais e o estágio
curricular acontecem no final do curso, e ajudam na hora de transpor as
anotações dos cadernos para as tubulações e
refinarias, ou seja, para o cenário industrial. No final do curso,
os alunos, divididos em grupo, têm que desenvolver e apresentar um
projeto para uma determinada empresa diante de uma banca avaliadora, formada,
inclusive, por membros externos à Universidade. Além disso,
na Escola existem laboratórios de desenvolvimento de processos para
empresas e outros que prestam serviço à comunidade. Dessa
maneira, o curso integra ensino, pesquisa e extensão.
“A visão é propositadamente generalista”, explica
a coordenadora. O segredo do curso é justamente esse – explorar
todas as áreas para não restringir o campo profissional do
aluno. Carolina Mallab Alkmin, 21 anos, estudante do 4o período,
recomenda o envolvimento em projetos fora da sala de aula. Ela participa,
como bolsista de iniciação científica, de um projeto
de produção do biodiesel, um combustível biodegradável
derivado de fontes renováveis, no caso, o óleo usado para
frituras. “Estou adquirindo conhecimento e experiência”,
diz. O próximo passo é apresentar o trabalho em congressos
ou na Semana de Iniciação Científica, evento promovido
pela UFMG. “Os alunos estão no caminho certo, trabalhando em
vários projetos”, declara a coordenadora do curso.
E parece que a fórmula funciona. “Há anos que o desemprego
inexiste para os formados”, diz a coordenadora. A engenheira química
Fernanda Rocha concorda: “minha turma inteira está no mercado
e muito bem colocada”.