Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 4 - nº. 9 - Julho de 2006 - Edição Vestibular


Editorial

Educação para desenhar o futuro

Entrevista
Resposta às demandas sociais

Extensão e pesquisa
Conhecimento público e para o público

Empreendedorismo
Aprendizes de feiticeiro

Assistência ao estudante
As invisíveis barreiras da educação

Internacionalização
Janelas para o mundo

Ciências Agrárias
Agronomia
Medicina Veterinária
Zootecnia

Ciências Biológicas
Ciências Biológicas

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O cuidado na dose certa

Enfermagem

Cuidar de um outro ser vivo é uma atividade complexa, que requer muita atenção e uma boa dose de zelo. Uma planta, por exemplo. Não basta regar seu vaso todos os dias sem prestar atenção no tipo de planta e nos cuidados específicos que ela precisa.

Quando quem precisa de cuidados é o ser humano, a situação é bem mais complexa. Muito mais do que checar a condição do paciente, fazer as observações pertinentes e saber como tratar da saúde e da prevenção de doenças, o trabalho de um enfermeiro envolve a busca pela qualidade na relação entre médicos, pacientes e seus familiares. Cristina Beatriz Araújo, 30 anos, sabe muito bem disso. Formada em 2004, ela trabalha há um ano e meio como Coordenadora do Setor de Nefrologia do Hospital Biocor. “Enfermagem é ter preocupação com o paciente e também com o trabalho da equipe, que deve ser otimizado. Para isso é fundamental o diálogo e a comunicação, que fazem o trabalho fluir melhor”, avalia. Ter equilíbrio emocional para construir a relação com o paciente é também muito importante. “Principalmente na hemodiálise, quando você vê os pacientes três vezes por semana, é quase impossível não virar uma amiga, além de enfermeira. Mas esse vínculo precisa ser dosado para criar a amizade e manter o respeito profissional” aconselha.

“A enfermagem encontra-se em expansão, abrindo novas frentes de trabalho nas áreas assistencial, gerencial, de ensino e de pesquisa” constata a coordenadora do curso da UFMG, Maria José Menezes Brito. Para garantir o avanço da área, aumenta a exigência por uma formação rica em conhecimentos nas áreas de Saúde, Ciências Sociais e Psicologia. “O curso de enfermagem da UFMG é reconhecido nacionalmente e enfatiza a formação do enfermeiro generalista com ampla participação na atenção básica e em hospitais”, destaca a coordenadora.

O aluno começa seus estudos no Ciclo Básico do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), cursando disciplinas comuns às outras ciências da área de saúde. Os estudantes ainda fazem matérias em outras unidades, como o Instituto de Ciências Exatas e a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. No quarto período, os alunos passam a desenvolver as atividades prioritariamente na Escola de Enfermagem, localizada no campus Saúde, na área hospitalar de Belo Horizonte. Quem optar pela Licenciatura ainda terá aulas no campus Pampulha, na Faculdade de Educação.

Rico aprendizado Mariana Alencar Sales, 19 anos, aluna do 5o período, já fez estágios curriculares em Unidades de Básicas de Saúde de Belo Horizonte, na Unidade de Pronto Atendimento Campos Sales, e em algumas unidades do Hospital das Clínicas da UFMG. “Nesses estágios pude compreender a organização do serviço prestado pelo SUS (Sistema Único de Saúde), nos diversos níveis de complexidade de atenção à saúde. Além disso, essas experiências me permitiram relacionar a teoria e a prática e compreender a magnitude do papel das universidades na formação de um profissional comprometido com as condições de saúde da população e da luta pela consolidação do SUS”, relata.


Alunos do ensino médio conhecem a realidade da enfermagem durante a Mostra das Profissões 2006 da UFMG

Outra experiência que faz diferença na formacão é o Internato Rural. Os estudantes passam quatro meses prestando serviços supervisionados em cidades do interior de Minas Gerais, integrando equipes que cuidam da saúde das famílias. “O internato é voltado para a Atenção Básica e tem um sentido de transformação de realidades e atitudes, estabelecendo um vínculo entre a população e os profissionais”, explica Edna Alves dos Santos, 24 anos, aluna do 9o período, estagiária do Centro de Tratamento Intensivo do Hospital das Clínicas da UFMG. Ela também incentiva a participação no movimento estudantil através do Diretório Acadêmico (órgão representativo dos estudantes) e dos encontros nacionais. Segundo a estudante, “o movimento estudantil é primordial para não ver a saúde como mercadoria e sim como um direito, que vai além do físico e envolve também aspectos socio­econômicos, culturais, espirituais e emocionais.”

Para a professora Maria José Brito, o envolvimento dos alunos em projetos de pesquisa, ensino e extensão da Escola, aliado à estrutura física do campus Saúde, garantem a excelência do curso. “O Hospital das Clínicas é uma importante referência no atendimento a pacientes nos diferentes níveis de complexidade”. Este ano, houve uma novidade. “Foi ampliada a área física da Escola de Enfermagem com a inauguração do prédio da Ala Sul, com dois novos laboratórios, setores administrativos e novas salas de aula”, informa a coordenadora.