Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 4 - nº. 9 - Julho de 2006 - Edição Vestibular


Editorial

Educação para desenhar o futuro

Entrevista
Resposta às demandas sociais

Extensão e pesquisa
Conhecimento público e para o público

Empreendedorismo
Aprendizes de feiticeiro

Assistência ao estudante
As invisíveis barreiras da educação

Internacionalização
Janelas para o mundo

Ciências Agrárias
Agronomia
Medicina Veterinária
Zootecnia

Ciências Biológicas
Ciências Biológicas

Ciências da Saúde
Nutrição
Educação Física
Enfermagem
Farmácia
Fisioterapia
Fonoaudiologia
Medicina
Odontologia
Terapia Ocupacional

Ciências Exatas e da Terra
Ciência da Computação
Ciências Atuariais
Estatística
Física
Geologia
Matemática
Matemática Computacional
Química
Sistemas de Informação

Ciências Humanas
Ciências Sociais
Filosofia
História
Pedagogia
Psicologia

Ciências Sociais Aplicadas
Administração
Arquitetura e Urbanismo
Biblioteconomia
Ciências Contábeis
Ciências Econômicas
Comunicação Social
Direito
Geografia
Turismo

Engenharias
Engenharia Civil
Engenharia de Controle e Automação
Engenharia de Minas
Engenharia de Produção
Engenharia Elétrica
Engenharia Mecânica
Engenharia Metalúrgica
Engenharia Química

Lingüística, Letras e Artes
Teatro
Artes Visuais
Letras
Música

UFMG Diversa
Expediente

Anúncios
Edições anteriores

O prazer de encontrar caminhos

Matemática

O melhor não é o resultado, é a definição do caminho. Quem
faz opção pela Matemática tem que gostar de entender o processo que leva a uma certa resposta.

“É como se a Matemática fosse um jogo. Os matemáticos criam as regras e resolvem problemas dentro do próprio jogo”, diz Luiz Carlos Fernandes, 21 anos, estudante do 7o período de Licenciatura em Matemática da UFMG. Para quem ainda não se conveceu, Luiz Carlos explica de outro jeito: “É um parnasianismo matemático. A Matemática pela Matemática. A aplicação vem em segundo plano”.

“No ensino fundamental e médio, os alunos aprendem fórmulas para resolver os problemas e depois que se chega à resposta, acabou. Na Universidade, não. Verificamos se existe outra maneira de fazer o exercício, ver como o outro aluno fez e discutir qual é a melhor forma, analisar como o exercício poderia ser ensinado”, explica o coordenador do curso de Matemática da UFMG Helder Rodrigues.

Fabiana Lopes Fernandes, 23 anos, aluna do 7o período, diz que é exatamente por isso que ela gosta do curso. Fabiana escolheu o Bacharelado para aprofundar os estudos e dedicar-se à pesquisa, iniciada no 3o período, na área de Lógica, como bolsista do Programa de Educação Tutoriada (PET).

Stephan Delgado Assis, 22 anos, do 7o período, diz que, ao entrar no curso é que o aluno entende o que é Matemática de verdade. “Matemática é muito mais difícil do que eu pensava, mas foi essa característica que despertou o meu interesse e a minha curiosidade”, diz. Ele faz iniciação científica e estuda Dinâmica Caótica, casos em que, a partir de um dado momento, não se pode mais prever o que vai acontecer com determinada função.

Pelos corredores do Instituto de Ciências Exatas (ICEx), professores e alunos vivem discutindo pesquisas ou trocando idéias sobre um dado problema que não lhes sai da cabeça. “Tem muita beleza na Matemática. Ficar dias pensando em um problema é uma sensação muito boa”, diz o professor e pesquisador, Seme Gebara Neto, 37 anos. Doutor em Matemática, ele diz que, geralmente, só muitos anos depois de realizada uma pesquisa matemática é que uma outra ciência vai descobrir como aplicá-la. “As Forças Armadas norte-americanas, durante muito tempo, financiaram pesquisas em ciência pura com o objetivo de manter mentes ativas, pois eles estavam certos de que os resultados teriam aplicabilidade em algum momento no futuro”, diz Seme.

Desafio Eliane Maria do Nascimento, 24 anos, aluna do 5o período da Licenciatura em Matemática, sempre teve vontade de ser professora. Ela observava a relação aluno-professor e pensava que seria interessante estar sempre em contato com os jovens. Eliane, que estudou em escola pública, quer voltar para a sala de aula e mostrar que existem possibilidades de se prosseguir com os estudos. “Quero ser um exemplo para os alunos das escolas públicas e dizer que é possível entrar na UFMG”, diz. Mas mesmo como aluna, Eliane já começa a dar esse retorno. Ela fez parte do projeto de Visitas Programadas de Alunos e Professores ao Laboratório de Matemática, onde eles têm acesso a brincadeiras, jogos e vídeos que mostram o quanto pode ser fácil e divertido aprender essa matéria.

Há dois anos, ela também trabalha no Laboratório de Ensino, que contém livros paradidáticos de Matemática para alunos desde a 1a série do ensino fundamental até universitários. Lá, Eliane participou de pesquisas e da elaboração de jogos matemáticos e esse ano dá aulas de reforço para alunos do ensino médio. Ela também é monitora da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas. Os primeiros lugares são premiados com bolsa de iniciação científica e recebem acompanhamento de professores e alunos da Universidade.

Luiz Carlos Fernandes faz parte da Olimpíada Mineira de Matemática, que tem como objetivo divulgar a ciência para alunos do Ensino Fundamental e Médio. Ele atua na organização, colabora na elaboração das questões, aplica as provas e também participa da correção. “É muito bom ver os alunos se divertindo ao fazer as questões, que, muitas vezes, eu mesmo ajudei a elaborar”, diz.

O Departamento de Matemática também tem outros projetos que oferecem apoio aos professores de escolas públicas tanto para esclarecimento de dúvidas quanto para o desenvolvimento de novas tecnologias no ensino da Matemática.