Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 4 - nº. 9 - Julho de 2006 - Edição Vestibular


Editorial

Educação para desenhar o futuro

Entrevista
Resposta às demandas sociais

Extensão e pesquisa
Conhecimento público e para o público

Empreendedorismo
Aprendizes de feiticeiro

Assistência ao estudante
As invisíveis barreiras da educação

Internacionalização
Janelas para o mundo

Ciências Agrárias
Agronomia
Medicina Veterinária
Zootecnia

Ciências Biológicas
Ciências Biológicas

Ciências da Saúde
Nutrição
Educação Física
Enfermagem
Farmácia
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Medicina
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Ciências Exatas e da Terra
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UFMG Diversa
Expediente

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Os analistas de Gaia

Geografia

Você já parou para pensar nos efeitos dos vulcões, dos terremotos, dos fenômenos da climatologia e da intervenção humana no planeta? Esses são alguns dos objetos de estudo da Geografia, curso voltado para quem quer desvendar os processos que modificam a “cara” do planeta Terra, em grego Gaia, e o equilíbrio entre o homem e o espaço territorial.

Luis Felipe Cherem, 22 anos, sabe muito bem o que isso significa. Prestes a se formar no bacharelado – que o habilita a atuar como profissional e pesquisador –, ele já trabalhou em vários projetos ligados à Universidade. Atualmente é bolsista do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), do Ministério da Ciência e Tecnologia, onde desenvolve um atlas para a gestão ambiental de uma bacia hidrográfica. “Como bolsista de um projeto de pesquisa tenho contato direto com alunos da pós-graduação e oportunidades de aprofundar os estudos”, conta o estudante.
Foca Lisboa

A rotina de quem se encanta pela Geografia é cheia de possibilidades e distante de qualquer rotina: pesquisas, atividades laboratoriais, estudos em sala de aula e trabalhos de campo. É fora de sala que os estudantes têm a oportunidade de conciliar teoria e prática e se envolver com os objetos de estudo – a cartografia, o espaço físico, o espaço humano, os estudos territoriais. E a vida de um geógrafo, mesmo no campo, está cercada por computadores e outras geo­tecnologias. A tecnologia, inclusive, foi muito importante no surgimento de uma nova área da Geografia – a de Geopro­cessamento. Dedicada à elaboração e tratamento de mapas a partir de programas computacionais, o geoprocessamento envolve disciplinas como sensoriamento remoto (imagens de satélite) e cartografia digital. “O aluno não pode ter apenas uma formação técnica. Insistimos na importância de uma formação que permita a ele interpretar e analisar o que se está fazendo”, diz o coordenador do curso, Antônio Pereira Magalhães Júnior.

Uma outra área de atuação que descreve uma curva ascendente é a ambiental. Afinal, na corrida pelo crescimento econômico, a natureza sofre pressões, cabendo ao geógrafo conhecer os impactos da ação do homem e os efeitos da degradação e da superexploração de recursos naturais. Durante o curso, os alunos conscientizam-se da importância da proteção ambiental e aprendem quais os métodos e técnicas que podem ser aplicados. Nessa área, o geógrafo trabalha em consultorias, empresas e órgãos públicos e seu esforço se soma ao de outros profissionais: economistas, biólogos, arquitetos, engenheiros, geólogos entre outros.

“A histórica dualidade geografia física X geografia humana que já embasou a formação de muitos geógrafos deve ser repensada”, defende Fabiana Fábrega de Oliveira, 25 anos, bacharel em Geografia pela UFMG. Segundo ela, que trabalha em uma empresa de consultoria ambiental, “o mercado exige que o geógrafo seja capaz de integrar as áreas física e humana, pois é justamente ele que deve fazer esta interligação”. Ainda de acordo com Fabiana, também é importante ser propositivo, uma mistura entre criatividade e ação, pois o planejamento ambiental requer propostas de uso compatíveis com as características ambientais do território, visando encontrar um “meio-termo” entre conservação ambiental e desenvolvimento socioeconômico”.

O curso é oferecido no Instituto de Geociências (IGC) nos turnos diurno, nas modalidades Bacharelado (geógrafo pesquisador) e Licenciatura (educador), e noturno, somente Licenciatura. Os alunos só podem cursar uma modalidade de cada vez. No primeiro semestre o aluno tem contato com conteúdos gerais: aprende-se Geografia Econômica, Cartografia, Fundamentos da Geologia, Formação Territorial do Brasil, e a geografia atual e sua história. As disciplinas essenciais de caráter geográfico formam o Núcleo Específico e são obrigatórias. Com o atual currículo flexibilizado, o aluno também pode optar por uma Formação Complementar, orientada por um tutor. Por meio dela, o estudante pode escolher quais disciplinas optativas interessam para sua formação, seja dentro do curso ou em outros. Há, ainda, a Formação Livre, que dedica 20% da carga total de horas/aula para disciplinas de outros cursos da Universidade.

Na Licenciatura, o estudante tem uma carga de disciplinas na Faculdade de Educação. Para o coordenador do curso, a licenciatura é a modalidade da geografia mais conhecida pela sociedade em geral. Apesar da licenciatura absorver a maior parte dos formados, pois continuarão a existir muitas vagas para professores de geografia, o campo de trabalho para os bacharéis vem aumentando muito nos últimos anos, “especialmente num mundo globalizado e com as questões geo­ambientais em alta”.